Situação de funcionários do Ceasa terá que ser decidida na Justiça

Um caso em que ambas as partes têm argumentos convincentes e legitimidade em suas posições. Assim o deputado André Qu...

04/05/2004 - 00:00
 

Situação de funcionários do Ceasa terá que ser decidida na Justiça

Um caso em que ambas as partes têm argumentos convincentes e legitimidade em suas posições. Assim o deputado André Quintão (PT) sintetizou a situação vivida por 108 funcionários da Ceasa/MG contratados sem concurso público, que agora estão ameaçados de demissão. O problema foi discutido em audiência pública realizada nesta terça-feira (4/5/04) pela Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social, atendendo a requerimento do deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT).

O presidente da Ceasa, Edson Rezende, disse que tentou de todas as formas adiar ao máximo a realização de um concurso público para regularizar a situação funcional dos empregados. Esse concurso foi objeto de um "termo de compromisso" assinado em 2002 entre a direção da estatal federal e o Ministério Público do Trabalho. As provas foram realizadas no dia 7 de março deste ano. Porém, apenas 37 dos 108 funcionários contratados irregularmente possuíam a qualificação exigida pelo edital e nenhum deles foi aprovado.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu, em novembro de 2003, que o desligamento dos trabalhadores deve começar este mês. Caso não atenda à determinação, a Ceasa está sujeita a uma série de punições, entre elas a multa de R$ 500 por empregado, que inclusive já foi aplicada pelo fato de a estatal não ter cumprido o "termo de compromisso". O valor total chega a R$ 55,4 mil.

Demitidos não serão indenizados

Por outro lado, representantes dos funcionários alegaram que não podem ser punidos pelos erros cometidos pelas gestões anteriores. Apesar de a Constituição Federal de 1988 proibir a contratação sem concurso público, essa prática se manteve na Ceasa até 1996, quando a gestão ainda era do governo estadual. Para complicar a situação, a decisão do TST diz que, "no desligamento de empregados contratados irregularmente, não são devidas verbas rescisórias, salvo saldo de salários e levantamento dos depósitos do FGTS".

Para o presidente da comissão, deputado Alberto Bejani (PTB), ficou claro que a solução para o problema só será encontrada pela via judiciária. Ele disse não ver nenhuma possibilidade de que a questão seja decidida pelo presidente da Ceasa, Edson Rezende. Apesar disso, os deputados se propuseram a recolher um documento com a assinatura dos 77 parlamentares da Assembléia Legislativa, no qual pedem à direção da empresa a manutenção dos 108 empregos.

A idéia é que Edson Rezende leve esse abaixo-assinado a Brasília como forma de pressionar o governo federal a encontrar uma saída para o caso. O deputado Paulo Piau (PP) lembrou o recente caso dos serviçais da educação em Minas. Em 2002 houve um concurso para substituir os contratados irregularmente, que foi homologado no final daquele ano. Porém, a homologação foi revogada pelo governador Aécio Neves e ainda está-se buscando um caminho para resolver a questão. Alencar da Silveira Jr. disse que se os funcionários forem demitidos, pode até haver greve na Ceasa. Mas a deputada Lúcia Pacífico (PTB) ponderou que esse caminho de enfrentamento não é o melhor a ser seguido.

Como uma situação semelhante foi vivida pelos funcionários da Prodemge, a deputada Marília Campos (PT) apresentou um requerimento, aprovado, solicitando informações sobre o procedimento adotado naquele órgão em relação aos trabalhadores demitidos.

A comissão ainda aprovou parecer favorável ao Projeto de Lei (PL) 1.466/04, do governador, que cria o Programa de Pagamento Incentivado de Débitos para com a Fazenda Pública de Minas Gerais (Programa Minas Ativa). Aprovou também 12 projetos de lei que dispensam a apreciação do Plenário.

Presenças - Participaram da reunião o deputado Alberto Bejani (PTB), presidente; a deputada Marília Campos (PT), vice; os deputados Alencar da Silveira Jr. (PDT), André Quintão (PT), Elmiro Nascimento (PFL) e Paulo Piau (PP) e a deputada Lúcia Pacífico (PTB). Compareceram também o presidente da Ceasa/MG, Edson Rezende, o assessor jurídico da estatal, Carlos Cateb, o presidente da Força Sindical em MG, Rogério Fernandes, e o representante dos funcionários, Gualter Martins dos Santos.

 

 

 

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