Assembléia vai instalar CPI para investigar sumiço de café

A Assembléia Legislativa vai investigar o sumiço de milhares de sacas de café no Sul de Minas. A decisão de instalar ...

04/05/2004 - 00:02
 

Assembléia vai instalar CPI para investigar sumiço de café

A Assembléia Legislativa vai investigar o sumiço de milhares de sacas de café no Sul de Minas. A decisão de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi anunciada pelo presidente Mauri Torres (PSDB), na Reunião Ordinária do Plenário desta terça-feira (4/5/04). A comissão, chamada CPI do Café, que foi proposta em requerimento dos deputados Sargento Rodrigues (PDT) e Rogério Correia (PT) e assinada ainda por 65 parlamentares, terá um prazo de 120 dias para apurar as denúncias. O presidente encaminha ainda nesta terça (4) ofício aos líderes dos partidos para que indiquem os representantes que irão compor a comissão.

As primeiras denúncias foram recebidas pela Comissão de Segurança Pública, que foi à cidade de Alfenas, no Sul de Minas, no início de março, apurar o sumiço de sacas de café. Desde então, os deputados da comissão têm recebido denúncias de produtores lesados em diversos municípios, como Conceição da Aparecida, Carmo do Rio Claro, Lavras, Espera Feliz, Poços de Caldas, Muzambinho, Poço Fundo, Guapé, Nova Resende e Guaxupé, entre outros. De acordo com o deputado Rogério Correia, a estimativa é de que as milhares de sacas de café desaparecidas ao longo dos últimos três anos geraram prejuízo da ordem de R$ 100 milhões para produtores, além do prejuízo fiscal para o Estado.

Em entrevista à imprensa, após a reunião do Plenário, o presidente Mauri Torres informou que, além do requerimento assinado pelos deputados, a decisão de autorizar a instalação da CPI decorre também do pedido feito a ele por quase cem cafeicultores mineiros, presentes à última reunião da Comissão de Segurança Pública, na quarta-feira (28). Ele destacou, ainda, a importância da cafeicultura para a economia mineira e do Brasil, como determinante para a aprovação da CPI.

Deputados falam sobre taxa de incêndio e salário mínimo

Na primeira fase da Reunião Ordinária, vários deputados discursaram sobre o salário mínimo e a taxa de incêndio. Os deputados Célio Moreira (PL), Miguel Martini (PSB) e Dinis Pinheiro (PL) manifestaram sua frustração com o valor anunciado para o salário mínimo, no que foram rebatidos pelos deputados Rogério Correia e Chico Simões, ambos do PT. Sobre a taxa de incêndio, o deputado Weliton Prado (PT) cumprimentou os empresários de Juiz de Fora, Araguari e Uberlândia, que conseguiram derrubar a cobrança na Justiça.

Já os deputados Antônio Júlio e Adalclever Lopes, ambos do PMDB, insistiram para que o presidente da Assembléia aprove a CPI da Mina de Capão Xavier, da Minerações Brasileiras Reunidas (MBR). Antônio Júlio destacou os prejuízos que a mina vai causar à população de Belo Horizonte e disse que há muito dinheiro sendo usado para que a exploração aconteça. O deputado Irani Barbosa (PL) concordou, dizendo que a MBR faz parte do "império que a Companhia Vale do Rio Doce está montando em Minas Gerais".

Decisões administrativas

O presidente Mauri Torres comunicou a decisão de tornar sem efeito o despacho proferido durante a 27ª Reunião Ordinária de 29 de abril, relativo a requerimento do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), solicitando a inclusão na ordem do dia do PL 674/03, uma vez que o projeto foi apreciado na 18ª Reunião Extraordinária, de 28/4/04. Ele determinou a anexação do PL 1.518/04, do governador, ao PL 639/03, do deputado Leonardo Moreira (PL), por guardarem semelhança.

Outra decisão foi pelo acolhimento do acordo de líderes, em que estes deliberam pela convocação de reuniões especiais neste ano destinadas à realização de homenagens e comemorações, conforme agenda definida e divulgada pela Mesa da Assembléia. Mauri Torres comunicou também o recebimento e a aprovação dos Requerimentos 2.809 a 2.815/04.

Foram deferidos os requerimentos da deputada Marília Campos (PT) e do deputado George Hilton (PL), solicitando que os PLs 1.473 e 1.529/04 sejam, respectivamente, encaminhados às comissões seguintes a que foram distribuídos, em virtude da perda de prazo pela Comissão de Constituição e Justiça.

 

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