Reunião conjunta irá discutir avanço da leishmaniose
visceral
Em reunião conjunta, as comissões de Saúde e de
Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa vão
discutir, nesta terça-feira (4/5/04), o avanço da leishmaniose
visceral, também chamada "calazar", em Minas Gerais e as ações do
Poder Público para controlá-la. Anualmente, são registrados no
Brasil três mil casos. O presidente da Comissão de Política
Agropecuária, deputado Gil Pereira (PP), solicitou a audiência
pública conjunta, que está marcada para às 15h15, no Plenarinho III.
Segundo Gil Pereira, a Região Metropolitana de Belo
Horizonte (RMBH) apresenta dados que comprovam que a doença está em
plena expansão: o primeiro caso foi detectado em 1989 e, entre 1994
e 1999, 15 dos 36 municípios da RMBH já haviam notificado casos, que
no mesmo período evoluiu de 30 casos para 84. "Os esforços que vêm
sendo realizados pelas autoridades municipais da Capital têm surtido
efeito, sem porém, conseguir barrar de forma eficaz a endemia",
justificou.
Em seu requerimento, o parlamentar ressalta que a
leishmaniose visceral, até então conhecida como tipicamente rural,
tem se expandido na RMBH, o que representa uma nova face da endemia.
"O controle tem sido tentado por meio do exame sistemático dos cães
e eliminação daqueles que estão contaminados. Esse processo tem
sofrido críticas insistentes pois, além de provocar traumas e
resistência das famílias que têm seu cão sacrificado, não tem
impedido a expansão da leishmaniose visceral", opinou.
O que é a doença - Os principais reservatórios
da leishmaniose visceral são as raposas e gambás, no ambiente
silvestre; e os cães, na área urbana. A transmissão da doença - que
pode ser fatal se não tratada - é feita por um mosquito (Lutzomia
longipalpis) que infecta o cão e o homem. A doença ataca
principalmente o fígado, o baço e a medula óssea.
No
homem, o período de incubação é longo e variável (de dez a 24 meses)
e as principais vítimas são crianças. Os principais sintomas são, no
homem, febre há mais de dez dias, com aumento do baço; e nos cães,
emagrecimento, perda de pelos, unhas grandes e deformadas e
sangramento. O combate ao mosquito é a principal medida preventiva.
Convidados - Foram
convidados os secretários estadual e municipal de Belo Horizonte da
Saúde, Marcus Pestana e Helvécio Miranda; o coordenador de
Fiscalização de Produtos Veterinários do Ministério de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Ricardo Rêgo Pamplona; o técnico da
Divisão de Epidemiologia da Funasa em Minas Gerais, Jaime Costa da
Silva; o presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários
de Pequenos Animais, Vitor Márcio Ribeiro; a professora da Cidade
Universitária Ilha do Fundão da UFRJ, Clarissa Beatriz Palatnik de
Souza; a professora da Escola de Veterinária da UFMG, Adriane
Pimenta da Costa Val Bicalho; os representantes da Fort Dodge e da
Intervet, Ingrid Mens e Marcel Cabral.
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