Detetive revela mais detalhes do esquema de prostituição em
Pompéu
Uma suspeita de adultério foi o pivô do escândalo
do envolvimento do prefeito de Pompéu, Francisco Luiz Cordeiro
Guimarães, numa suposta rede de prostituição infantil naquela cidade
da região Central do Estado. A revelação foi feita nesta
quarta-feira (28/4/04) pelo detetive particular Davidson César
Santos, que foi contratado pela primeira dama de Pompéu, Maria Edite
Guimarães, para descobrir se o prefeito estava se encontrando com
outras mulheres. O resultado da investigação foi apresentado à
imprensa em entrevista coletiva convocada pelo deputado Durval
Ângelo (PT).
O detetive seguiu os passos do prefeito entre os
dias 13 e 29 de outubro do ano passado. No último dia da
investigação, ele fez imagens que supostamente mostram o prefeito
levando quatro meninas que aparentam ser menores de idade a uma
festa da qual participavam só homens mais velhos. Na fita de vídeo,
segundo ele, é possível ver que o prefeito e outros homens teriam se
revezado na utilização dos quartos da casa para encontros íntimos
com as meninas. De acordo com o detetive, as garotas receberiam
entre R$ 50 e R$ 100 pelos programas. Mas também seriam utilizadas
outras formas de pagamento, como bicicletas, telefones celulares e
até favores da prefeitura, como pavimentação de ruas e construção de
praças.
O promotor Ronald Albergaria informou que o juiz de
Pompéu é quem vai decidir se a gravação poderá ser utilizada como
prova material contra o prefeito, e que sua prisão preventiva só
pode ser solicitada caso ele ameace testemunhas ou atrapalhe as
investigações. O deputado Durval Ângelo disse que o problema da
prostituição de crianças e adolescentes na cidade não é apenas caso
de polícia. "O problema é de toda a sociedade, que é omissa, pois
sabia de todas essas histórias envolvendo o prefeito", afirmou.
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