Reunião em Pompéu vai discutir exploração sexual de
adolescentes
A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia
Legislativa vai a Pompéu, na próxima terça-feira (27/4/04),
investigar a existência de uma rede de prostituição infantil naquela
cidade da região Central do Estado. O esquema veio a público na
reunião da comissão na última segunda-feira (19), quando três
adolescentes revelaram ter recebido presentes e dinheiro em troca de
relações sexuais. A reunião, solicitada pelo presidente da comissão,
deputado Durval Ângelo (PT), será realizada a partir das 9 horas no
salão da Igreja Matriz de Pompéu, que fica na Praça Governador
Valadares, Centro.
Segundo as adolescentes, com idades de 13 e 14
anos, entre os clientes interessados nos programas estariam homens
importantes da cidade, como políticos, policiais e outras
autoridades locais. O aliciamento das jovens costuma ser feito por
um adolescente de 17 anos, que faz a intermediação entre os clientes
e as garotas. O rapaz, que também participou da reunião de
segunda-feira, disse que atua como aliciador desde os 13 anos. Os
quatro adolescentes foram incluídos no Programa de Proteção a
Vítimas e Testemunhas Ameaçadas.
A ex-secretária de Assistência Social de Pompéu,
Helyzabeth Campos, denunciou que o promotor da cidade tem
conhecimento da exploração sexual das adolescentes e estaria sendo
omisso na apuração do caso. Ela também revelou que teria recebido
ameaças do presidente da Câmara Municipal, Esperidião Izidoro Porto.
O vereador foi citado como um dos integrantes da rede de
prostituição, juntamente com o prefeito Francisco Luís Cordeiro
Guimarães. Em entrevista à imprensa, ambos negaram ter mantido
relações sexuais com as meninas e se dizem vítimas de perseguição
política. Na última terça-feira, o caso começou a ser investigado
pelo delegado regional de Bom Despacho, Lindon Batista Neves.
Foram convidados para a reunião o prefeito de
Pompéu, Francisco Luiz Cordeiro Guimarães; o presidente da Câmara
Municipal, Esperidião Izidoro Porto; o promotor Luiz Maurício Ohara
Ramires; a professora Regina Célia dos Santos Maciel Cordeiro, que
denunciou o esquema ao Ministério Público; a ex-secretária municipal
e diretora do jornal Folha Regional de Pompéu, Helyzabeth Campos; o
assessor do prefeito, Edmundo Cordeiro de Castro; e a advogada Jaina
Rita Campos da Silva.
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