Sonegação fiscal envolvendo morador do JK assassinado motiva audiência

Dos três requerimentos apresentados na reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa, nesta terç...

20/04/2004 - 00:00
 

Sonegação fiscal envolvendo morador do JK assassinado motiva audiência

Dos três requerimentos apresentados na reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa, nesta terça-feira (20/4/04), apenas um, do deputado Sargento Rodrigues (PDT), presidente da comissão, foi aprovado. Trata-se do pedido de audiência pública para que o titular e o adjunto da Delegacia de Homicídios, Elcides Guimarães e Leandro Almada, prestem informações sobre o assassinato de Jair Olímpio Júnior. Os dois delegados são os responsáveis pelas investigações da morte de Jair Olímpio, ex-servidor da Assembléia Legislativa e morador do Conjunto JK, no Centro de Belo Horizonte. No requerimento, o deputado solicita que os dois tratem também do suposto esquema de sonegação fiscal do qual o assassinado faria parte. Jair teria sido morto por ter tentado extorquir empresários que sustentavam a fraude.

O segundo requerimento, do deputado Doutor Ronaldo (PDT), foi rejeitado por todos os deputados presentes. Doutor Ronaldo solicitava audiência pública conjunta da comissão com a de Direitos Humanos para debater a situação dos familiares dos fiscais do Trabalho mortos em Unaí, no mês de janeiro. O requerimento pedia a presença de representantes do Ministério do Trabalho, da Polícia Federal, da Procuradoria da República e da Associação dos Auditores Fiscais. O deputado Alberto Bejani (PTB) justificou a rejeição dizendo que tratava-se de "matéria vencida", ou seja, já discutida pela comissão em audiência pública.

Adiamento - O presidente da comissão acatou o pedido do deputado Leonardo Moreira (PL) pelo adiamento de votação de um requerimento do deputado Rogério Correia (PT). Ele solicitava audiência pública para debater a política de remuneração dos quadros da Polícia Militar, alertando para o risco de ocorrer um levante dos policiais, como houve em 1997. No requerimento, era solicitado o convite aos comandantes das polícias Militar, Civil e do Corpo de Bombeiros, ao secretário de Estado de Governo e ao subsecretário de Administração Penitenciária.

Deputados cobram instalação de CPIs

Ainda na reunião, Sargento Rodrigues apresentou o cronograma com as próximas audiências públicas da comissão. No dia 27 de abril, serão discutidos na Assembléia, a proposta da Universidade de Três Corações (Unincor) de substituir a penitenciária local (às 9h30), e o desaparecimento de sacas de café de pequenos cafeicultores, especialmente no Sul de Minas (às 14h30). Já no dia 28 de abril, a comissão debate, em Uberaba, questões sobre o sistema prisional da cidade. E no dia 18 de maio, às 9h30, a audiência será em Nova Serrana para tratar da segurança pública local.

Referindo-se à terceira audiência agendada, o deputado Alberto Bejani perguntou ao presidente da comissão se já havia sinalização da Presidência da Assembléia quanto à instalação da CPI da máfia do café. Sargento Rodrigues respondeu que, nesta terça-feira (20), cobrou novamente do presidente, deputado Mauri Torres (PSDB) a instalação da CPI, que teve pedido assinado por 65 deputados, mas a Presidência não deu resposta. Além dessa, Rodrigues lembrou da CPI da Gtech, com pedido assinado por 59 deputados, também até hoje não autorizada.

O deputado Rogério Correia acrescentou que muitos cafeicultores que virão para a audiência no dia 27 de abril disseram que vão pernoitar na Assembléia para exigir a CPI. Alberto Bejani sugeriu, então, que os membros da comissão conversassem novamente com o presidente Mauri Torres, alertando-o das conseqüências que essa atitude dos cafeicultores poderia ter para a Assembléia. "Quem sabe, o presidente não se sensibiliza e instala a CPI antes disso?", aventou Bejani.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente; Alberto Bejani (PTB), vice; Rogério Correia (PT), Leonardo Moreira (PL), Zé Maia (PSDB) e Biel Rocha (PT).

 

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