Opções para economia de Rio Espera são discutidas em audiência

O Salão da Igreja do Rosário em Rio Espera, Zona da Mata, ficou lotado com mais de 200 pessoas - produtores e trabalh...

15/04/2004 - 00:00
 

Opções para economia de Rio Espera são discutidas em audiência

O Salão da Igreja do Rosário em Rio Espera, Zona da Mata, ficou lotado com mais de 200 pessoas - produtores e trabalhadores rurais, autoridades locais e da região - para debater em audiência pública da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia, nesta quinta-feira (15/4/04), alternativas de produção agrícola para substituir o carvão vegetal.

O deputado Padre João (PT), representando a comissão, conclamou os presentes a trazerem propostas "para garantir o sustento das pessoas, sem comprometer a vida daqui a 500 anos". O promotor de Justiça de Conselheiro Lafaiete, Glauco Peregrino, disse que um problema grave era a produção de carvão nas áreas de Mata Atlântica da região: "quem desmata, faz carvão ou vende sem autorização está sujeito a multa do Instituto Estadual de Florestas (IEF), recuperação da área e prisão". Ele disse que, em alguns casos, é proposto um termo de ajuste de conduta e o infrator promete recuperar a área desmatada e cumprir penas alternativas. O promotor sugeriu ainda a criação de grupo para propor soluções.

O consultor da Cooperativa Agropecuária de Rio Espera, João Batista Lima, afirmou que a cidade perdia população há 30 anos, porque, entre outros motivos, os produtores rurais trabalhavam isoladamente, não incorporando experiências de cooperativismo. Lima reclamou que órgãos locais, como IEF e Emater, não atuavam na formação dos produtores rurais para projetos nesse sentido. Givanildo de Assis, da Emater, destacou que a entidade já desenvolvia na cidade um projeto de fruticultura, em convênio com a Prefeitura, com 30 produtores rurais.

Mais de 200 pontos de desmate na região

Antônio de Pádua, do IEF, disse que o órgão é regido pela Lei 14.309/02, que traz critérios para o uso de recursos naturais e prevê que áreas de Mata Atlântica só podem ser exploradas no caso de utilidade social ou interesse público. Informou que o IEF tinha feito há pouco uma inspeção aérea entre Rio Espera e Piranga, constatando 200 pontos de desmate. Segundo ele, quanto mais exploradas mais abandonadas estavam as propriedades, pois não tinham água, sem poder "tocar" a atividade rural. O capitão PM Valmir do Nascimento falou que "um dos trabalhos é conscientizar a população de que a água está acabando". Pádua lembrou que o IEF já desenvolvia um projeto de apicultura no norte de Minas e que esse projeto poderia ser também trazido para a região.

O deputado Padre João destacou que uma opção para os produtores rurais era o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), "desde que fossem apresentados projetos viavéis". Em 2003, o Pronaf tinha obtido crescimento recorde, segundo ele, que informou que os municípios, para obterem recursos, deveriam criar os conselhos municipais de Desenvolvimento Rural e Sustentável e de Segurança Alimentar, para traçar o plano de produção e beneficiamento de alimentos. Padre João informou ainda que apresentaria na próxima reunião da comissão requerimento pedindo providências às unidades da região do Banco do Brasil e da Emater. A solicitação seria para que elas dessem maior atenção a Rio Espera e municípios vizinhos quanto à orientação para apresentação de projetos de agricultores com o objetivo de obterem recursos do Pronaf. O deputado também conseguiu formalizar com as lideranças presentes um grupo de trabalho para levantar características e potencialidades da região incluindo: levantamento de terras, produção, crédito rural, consórcios (para planejar produção, beneficiamento e comercialização para a região).

Presenças - Participaram da reunião, além do deputado Padre João (PT), vice-presidente da comissão; o diretor da Cooperativa Agropecuária de Rio Espera, Omar Dias; o vice-prefeito e o presidente da Câmara Municipal de Rio Espera, respectivamente, José de Assis Pereira e vereador Antônio Gregório da Cunha; o pároco da cidade, padre José Oscar Oliveira; o prefeito de Lamim, Eli Resende, além de vereadores dessa cidade e de Cristiano Otoni.

 

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