Portadores de doenças sangüíneas defendem benefícios sociais

A inclusão social dos portadores de hemoglobinopatias e coagulopatias, que incluem doenças sangüíneas como anemia fal...

15/04/2004 - 00:02
 

Portadores de doenças sangüíneas defendem benefícios sociais

A inclusão social dos portadores de hemoglobinopatias e coagulopatias, que incluem doenças sangüíneas como anemia falciforme e hemofilia, foi debatida na reunião desta quinta-feira (15/4/04), da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembléia Legislativa de Minas. A reunião foi solicitada pelo deputado Célio Moreira (PL), que tem um projeto de lei de sua autoria - o 814/03 - que visa estender aos portadores dessas patologias os benefícios concedidos aos deficientes físicos, por meio da Lei 13.465, de 2000. Entre esses benefícios estão o passe-livre no transporte coletivo, garantias na educação e no mercado de trabalho e prerrogativas especiais para aposentadoria.

"O objetivo é a inclusão social desses pacientes, já que estamos à margem da lei. Será que nós, hemofílicos, temos que esperar chegar ao estado de deficiente físico para termos direitos?", questionou Gilberto Miranda, da Associação Centro dos Hemofílicos do Estado de Minas Gerais. Representando a Associação dos Drepanocíticos de Minas Gerais (Dreminas Santa Luzia), Cláudio Henrique Machado Santos cobrou ação das autoridades para minimizar a situação de exclusão no mercado de trabalho. "Muitos pacientes passam em concursos públicos e não são aceitos depois que fazem o exame de sangue e detectam a doença. Outros perdem o emprego quando descobrem a complicação", informou. Atualmente, 4 mil pacientes estão cadastrados no Hemominas como portadores de hemoglobinopatias.

Direitos - Segundo a representante da Secretaria de Estado de Saúde, a médica hematologista do ambulatório da Fundação Hemominas Célia Maria da Silva, os portadores dessas doenças sofrem de anemia crônica devido à diminuição da hemoglobina e, por isso, precisam de tratamento médico freqüente. "Todos esses pacientes têm direito a tratamento e de serem ressarcidos financeiramente do tempo em que não podem trabalhar", defendeu Célia. Para o representante da Secretaria Municipal de Saúde, o coordenador da Atenção à Saúde do Adulto e do Idoso, Henrique Timo, a discussão sobre os portadores de hemoglobinopatias e cogulopatias é extensa "já que envolve grupos heterogêneos, com implicações clínicas diferentes".

Acesso gratuito ao transporte coletivo

O acesso gratuito ao transporte coletivo para esses portadores também foi defendido pela maioria dos participantes da reunião. A discordância foi do gerente da Coordenação de Informação e Atendimento ao Usuário da BHTrans, Marcos Fontoura Oliveira. Para ele, é preciso construir uma política mais efetiva e não tentar resolver a situação com ações pontuais. "As pessoas não conseguem ter acesso ao transporte coletivo porque não têm como pagar pelo serviço. Temos que diminuir os custos para que as pessoas possam andar de ônibus e não definir qual segmento terá a isenção no transporte coletivo", defendeu Fontoura. Segundo a médica hematologista Olinda Rocha, muitas vezes um tratamento é "jogado por terra" porque as pessoas não conseguem dar continuidade por falta de dinheiro para pagar o transporte coletivo.

O deputado Célio Moreira acredita que a sociedade está madura e consciente de que precisa discutir o problema dos portadores dessas patologias e que vai pressionar os governos federal e municipal na questão do transporte coletivo. "A Assembléia não vai se curvar diante dessa situação. Na esfera estadual, vamos contribuir para que os pacientes possam ter a garantia dos benefícios previstos na lei", garantiu.

Projeto cria cadastro de organizações não-governamentais

O parecer favorável de 1o turno ao Projeto de Lei 1.271/03, que cria o cadastro único de organizações não-governamentais e sem fins lucrativos no Estado, foi aprovado durante a reunião desta quinta-feira (15). A proposição, do deputado João Bittar (PL), recebeu parecer pela aprovação na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça, com a emenda nº 1 apresentada pelo relator, deputado Alberto Bejani (PTB), também presidente da comissão. A emenda prevê a publicidade ao cadastro das entidades de assistência social.

Também na reunião foram votadas duas proposições que dispensam apreciação de Plenário e aprovados dois requerimentos. O primeiro requerimento, da deputada Marília Campos (PT) e dos deputados André Quintão (PT) e Alberto Bejani, convida a auditora geral do Estado, Maria Celeste Guimarães, para apresentar o relatório de auditoria realizado na Loteria do Estado de Minas Gerais sobre o contrato firmado entre a Loteria e a Gtech do Brasil. Outro requerimento, do deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT), solicita que seja realizada reunião para debater a situação dos 108 funcionários da Ceasa/MG que estão sendo demitidos.

Presenças - Compareceram à reunião o deputado Alberto Bejani (PTB), presidente; as deputadas Marília Campos (PT), vice; e Ana Maria Resende (PSDB), e o deputado Célio Moreira (PL).

 

 

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