Exposição sobre ditadura militar será encerrada nesta sexta-feira
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Quem ainda não viu a exposição "1964-1985: A
subversão do esquecimento", tem que correr. A mostra, que reúne
fotos históricas, documentos clandestinos, discos, revistas e
objetos diversos, pode ser vista somente até esta sexta-feira
(16/4/04), na Galeria de Arte da Assembléia Legislativa. A
exposição, aberta no dia 31 de março, após o Ciclo de Debates
"Resistir sempre - 64 nunca mais", foi visitada por cerca de 1,5 mil
alunos de diversas escolas públicas e privadas e universidades.
Durante duas semanas, eles tiveram a oportunidade de vivenciar um
pouco do período marcado por repressão, mobilização social e muita
efervescência cultural.
Para a relações públicas Daniela Santiago, uma das
organizadoras da exposição, que foi montada em apenas um mês e teve
os estudantes como público-alvo, o balanço é positivo. "Tivemos a
participação intensa dos alunos e a presença de muitas pessoas que
não faziam parte do público para o qual a exposição originalmente se
destinava. Iniciativas como essa valorizam o papel institucional da
Assembléia Legislativa", diz.
Entre as preciosidades que compõem a mostra, estão
fotos em que aparecem manifestantes que hoje são políticos ilustres
ou simplesmente pais de família. O cientista político e sociólogo
Sidônio Paes Ferreira Júnior, primeiro presidente da União Estadual
dos Estudantes recomposta em 1979, ficou emocionado ao se reconhecer
em uma foto de uma manifestação estudantil. Outra lembrança que
mexeu com os visitantes foram as músicas que marcaram a época, como
"Pra não dizer que não falei das flores" e "Cálice".
A exposição pode se transformar em itinerante. Já
estão sendo feitos os entendimentos para levar a mostra à Faculdade
de Direito da UFMG. O reitor da Universidade do Estado de Minas
Gerais, José Antônio dos Reis, pediu que a exposição seja levada a
todas as unidades da universidade no interior.
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