Deputados querem pressionar por CPI do Roubo de Café

O líder da oposição na Assembléia, deputado Rogério Correia (PT), quer mobilizar grande número de cafeicultores na As...

15/04/2004 - 00:02
 

Deputados querem pressionar por CPI do Roubo de Café

O líder da oposição na Assembléia, deputado Rogério Correia (PT), quer mobilizar grande número de cafeicultores na Assembléia, no próximo dia 27, como forma de pressão para a instalação de uma CPI do Roubo de Café, cujo pedido tem assinatura de 65 deputados. O requerimento de uma audiência pública com a presença dos cafeicultores foi aprovado na reunião da Comissão de Segurança Pública da manhã desta quinta-feira (15/4/04). Correia quer receber ainda autoridades policiais de Minas, do Ministério Público, da Polícia Federal e até da Receita Federal no Porto de Santos, porque muitas sacas de café roubado estariam saindo do País por lá.

O vice-presidente da comissão, deputado Alberto Bejani (PTB), também cobrou com veemência a instalação de uma CPI para investigar as relações da empresa Gtech com a Loteria Mineira, para a qual anuncia ter colhido 59 assinaturas. Bejani calcula que a empresa deve pelo menos R$ 2 bilhões em repasses para programas sociais em Minas e criticou o procurador que deu dois pareceres contraditórios a respeito da multa de R$ 30 milhões aplicada à empresa no governo passado. O presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PDT), pronunciou-se a favor das duas investigações.

Dois requerimentos do deputado Mauro Lobo (PSB) pedem uma visita da Comissão de Segurança Pública à cadeia de Caratinga antes da audiência pública que deve apurar a superlotação daquela instalação; e também a presença do prefeito municipal Ernani Campos Porto na lista de convidados. Ambos foram aprovados.

Presídio de Juiz de Fora está pronto e vazio

Alberto Bejani também pediu uma visita da comissão ao Ceresp de Juiz de Fora, onde 672 presos estariam amontoados num espaço em que cabem 240, aguardando transferência para a nova penitenciária, que ficou pronta há um mês. "O governo está esperando uma festa de inauguração, e enquanto isso há condenados amontoados num lugar onde têm que se revezar para dormir", acusou.

O deputado Domingos Sávio (PSDB) alertou para que não se cometa injustiça na avaliação dos esforços do atual governo, e rebateu essa e outras críticas de Bejani. O petista Rogério Correia, por sua vez, disse que não considerava produtivo fazer balanço da administração Aécio Neves a cada reunião da Comissão de Segurança Pública. Sargento Rodrigues discordou, dizendo que é papel dos deputados avaliar permanentemente o desempenho do governo em cada área de atuação.

Rodrigues concorda com Bejani que o ex-governador Itamar Franco não tenha realizado investimentos materiais adequados nas polícias, mas afirma que deixou o nível de remuneração dos policiais mineiros em 3º lugar no ranking nacional. "Hoje, nossa posição caiu para 13º do ranking", revelou, lembrando que há um compromisso assinado pelo governador Aécio Neves de dar aumento para os policiais até o final do semestre. O deputado militar também elogiou o comando unificado das polícias civil e militar, concretizado por Aécio, e a criação do Sistema Integrado de Defesa Social (SIDS), originário de projeto de sua autoria.

Os deputados relataram diversos casos de fragilidade da segurança pública na Capital e no interior de Minas, comparando-os com o conflito da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. A própria reunião tinha sido convocada para debater o assunto, e em particular a morte do agente penitenciário Leonardo Evangelista. Dois dos convidados compareceram, mas os deputados consideraram improdutivo discutir o tema sem a presença do subsecretário de Administração Penitenciária, Agílio Monteiro.

Foi concedida a palavra ao sindicalista dos agentes penitenciários, Marcos Terrinha, que cobrou a aplicação da lei que permite aos agentes portarem arma para autodefesa. "Se a lei estivesse sendo cumprida, nosso colega Leonardo Evangelista não estaria hoje morto com 38 facadas", afirmou. Terrinha também antecipou que cerca de 5 mil agentes penitenciários provisórios perderão o emprego após o concurso para 3.800 agentes, se não tiverem qualquer pontuação por já trabalharem na área.

Orlando Antunes, da Associação dos Delegados de Polícia, condenou o excesso de policiais civis desviados da função policial para guarda de presos e serviços burocráticos. Aproveitou para denunciar que, na delegacia da Cabana do Pai Tomás, 80 presos estão amontados numa cela para 12.

Requerimentos - Outros requerimentos foram aprovados na reunião. O deputado Sargento Rodrigues pediu os valores repassados ao Estado pelo Fundo Nacional de Segurança Pública desde o início de 2003, para a integração dos organismos de segurança pública, e os nomes dos encarregados desse gerenciamento. Requerimento da deputada Ana Maria Resende (PSDB) pede que as delegacias especialistas em crimes contra as mulheres sejam chefiadas por mulheres delegadas.

Três requerimentos do deputado Weliton Prado (PT) procuram manter no bairro São Jorge, de Uberlândia, o 148º BPM. Do mesmo deputado, foi aprovado requerimento pedindo a destinação de 36 viaturas policiais à Polícia Rodoviária Federal em Minas. Do deputado Paulo Cesar (PFL), foi aprovado um voto de aplauso ao tenente Rubens Galvão de Azevedo, da 100ª Cia, pelo título de cidadão honorário de Nova Serrana.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente; Alberto Bejani (PTB), vice; Rogério Correia (PT) e Domingos Sávio (PSDB).

 

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