Mina de Capão Xavier é tema de discurso em Plenário

Na Reunião Ordinária do Plenário da Assembléia nesta quarta-feira (14/4/04), a presidência comunicou o deferimento de...

14/04/2004 - 00:00
 

Mina de Capão Xavier é tema de discurso em Plenário

Na Reunião Ordinária do Plenário da Assembléia nesta quarta-feira (14/4/04), a presidência comunicou o deferimento de dois requerimentos dos deputados Chico Simões (PT) e George Hilton (PL). Os dois pediram o encaminhamento às demais comissões, respectivamente, dos Projetos de Lei (PLs) 1.247/03 e 1.456/04, por perda de prazo na Comissão de Constituição e Justiça. O primeiro regulamenta o parágrafo 8º do artigo 18 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição do Estado, incorporando a especialidade "Homeopatia" na prestação dos serviços de saúde na rede estadual. O segundo dispõe sobre a produção industrial na região Norte e nos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri.

Foi deferido, ainda, requerimento do deputado Laudelino Augusto (PT) que pede a retirada de tramitação dos PLs 2.508/03 e 2.509/03, de sua autoria. A presidência comunicou ainda o recebimento e aprovação do requerimento 2.701/04, da Comissão de Meio Ambiente.

Relatório de CPI de 1975 sobre MBR

O deputado Antônio Júlio revezou-se na Tribuna com o deputado Leonardo Quintão, ambos do PMDB, na leitura de um relatório de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) realizada em 1975, na Assembléia, sobre a mineração no Estado. Os dois deputados lideram, juntamente com o colega de partido, deputado Adalclever Lopes, movimento pela revogação da licença de exploração da mina de Capão Xavier, em Nova Lima, pela Minerações Brasileiras Reunidas (MBR). Antônio Júlio e Adalclever Lopes são dois dos autores de ação popular em tramitação na Justiça Federal pedindo a suspensão das atividades de Capão Xavier, até que seja feito estudo do impacto sobre os mananciais de água da região. A liminar foi concedida na primeira instância e confirmada pela Tribunal Regional Federal, na segunda-feira (12).

O relatório foi motivo também de leitura do relatório durante a fase de oradores. Nele, os deputados da época condenaram a exploração de ferro pela MBR, criticando o modelo de exploração, que privilegiava a exportação, em detrimento do beneficiamento no próprio País, com desequilíbrio para a balança comercial entre Brasil e Japão, país beneficiário do minério de ferro e que exportava o aço para o Brasil.

Antônio Júlio citou ainda os prejuízos ambientais levantados no relatório, além do econômico, como a poluição dos mananciais de Nova Lima e Raposos. E também o não cumprimento de acordos de benefícios para as duas cidades. O deputado ressaltou que já naquela época a MBR prometia e não cumpria. O relatório citou ainda os problemas causados com a desativação do transporte ferroviário de passageiros entre Belo Horizonte e Rio de Janeiro, com a transformação do ramal em sistema de transporte da cargas, para o transporte do minério da MBR para o Rio. O deputado Leonardo Quintão leu parte que descreve os prejuízos sofridos pela Prefeitura de Belo Horizonte, e sua empresa Ferrobel, em contrato com a MBR, com o não repasse de recursos para o saneamento como previa o estatuto de criação da empresa. Vários deputados fizeram apartes, concordando que o assunto merece maior reflexão pela Assembléia.

 

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