Últimos avaliados para Conselho de Educação têm parecer
favorável
A Comissão Especial criada para analisar as oito
novas indicações feitas pelo governador Aécio Neves para o Conselho
Estadual de Educação realizou, nesta terça-feira (13/4/04), argüição
pública dos dois últimos nomes: os professores Alexandre Magno Leão
dos Santos e Arthur Eugênio Quintão Gomes. Eles receberam do
relator, deputado Weliton Prado (PT), parecer favorável, que foi
aprovado pela comissão. A comissão já havia opinado pela aprovação
dos nomes dos professores Cid Veloso, Fuad Haddad, Marinez Fulgêncio
Murta, Stéfano Barra Gazzola, Paulo José de Araújo e Miguel Augusto
Gonçalves de Souza. As indicações deverão ser agora aprovadas em
Plenário.
Na sabatina, Alexandre Magno, que é diretor
regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) há
quase 19 anos, afirmou que sua atuação sempre foi ligada à área de
formação e educação profissional. "Pretendo somar minha experiência
profissional e minha vivência de educador ao conselho e ampliar o
debate sobre a educação de qualidade, que depende de professores
qualificados, bons equipamentos e a participação ativa da
sociedade", disse aos deputados.
O professor foi questionado pelo deputado Weliton
Prado sobre a atual inexistência dos cursos técnicos
profissionalizantes em Minas e sobre formas para incrementar os
recursos previstos para a área. A falta de ensino técnico,
principalmente no interior, também foi mencionado pelo deputado José
Henrique (PMDB), que lembrou a proliferação de faculdades
particulares em todo o Estado. Alexandre Magno afirmou que a
separação entre os ensinos técnico e acadêmico foi feita pela Lei de
Diretrizes da Educação, o que já está sendo rediscutido. Para ele, é
preciso analisar se a atual educação básica oferece condições de
formar o aluno para o trabalho - o que, na opinião do professor,
também não ocorria com os antigos cursos técnicos. "A solução é
identificar as vocações regionais, por meio de parcerias, oferecendo
opções de emprego e renda. A educação é um instrumento para o
desenvolvimento econômico", enfatizou.
Professor defende cotas baseadas em faixas
socio-econômicas
O outro professor sabatinado, Arthur Eugênio
Quintão Gomes, que é mestre em Educação para Ciências e, hoje,
consultor da área de ensino, relatou aos deputados seu currículo
profissional, voltado para trabalho e educação básica. Com
experiência de professor de curso de graduação e membro de bancas
examinadoras de concursos para seleção de alunos e professores,
Gomes afirmou ser favorável à política de cotas baseada em faixas
sócio-econômicas, para que seja possível privilegiar o ingresso -
seguido de uma política de manutenção - dos menos favorecidos ao
ensino público. "Na sociedade brasileira, a definição de cota racial
envolve muita polêmica", argumenta.
Sobre a carência de professores de física na rede
estadual de ensino, questão abordada pelo deputado Weliton Prado, o
sabatinado lembrou que a maioria dos professores que dão essa
disciplina tem formação, na verdade, em matemática e que por isso
dependem de formação continuada. Essa seria, para ele, a solução em
curto prazo. O deputado José Henrique concordou com a opinião,
lembrando que o ensino deve ser oferecido pelo poder público, já que
a grande maioria dos professores não tem condições de ingressar em
faculdades particulares.
O deputado Leonídio Bouças (PTB) pediu a opinião
dos dois professores sobre a relação entre as instituições de ensino
estaduais e federais: se favoráveis à fiscalização da primeira pela
segunda ou à coexistência dos dois sistemas. Alexandre Magno
respondeu que acredita na coexistência dos dois sistemas, desde que
precedida de diálogo e mecanismos de controle. Arthur Quintão Gomes
defendeu autonomia dos sistemas, já que as realidades são
diferenciadas, também com a condição de fiscalização, feita por
exames externos.
Presenças - Participaram
da reunião os deputados Weliton Prado (PT), que a presidiu; Leonídio
Bouças (PTB), Ivair Nogueira (PMDB) e José Henrique (PMDB).
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