Deputados ouvem relatório sobre metas fiscais do Estado de 2003

O Estado, na avaliação da Secretaria de Estado da Fazenda (SEF), cumpriu quatro das seis metas fiscais do acordo da d...

31/03/2004 - 00:00
 

Deputados ouvem relatório sobre metas fiscais do Estado de 2003

O Estado, na avaliação da Secretaria de Estado da Fazenda (SEF), cumpriu quatro das seis metas fiscais do acordo da dívida firmada com a União, por meio do Programa de Reestruturação e Ajuste das Metas Fiscais da Secretaria do Tesouro Nacional (STN). As metas atingidas foram: dívida em relação à receita líquida real (receitas correntes da administração direta), resultado primário, despesas com pessoal e taxa de arrecadação própria. As outras metas referem-se à taxa de arrecadação de alienação de ativos e investimento sobre receita corrente líquida, cujo percentual previsto era de 5,09% e o atingido 3,02%.

O relato foi apresentado pela diretora da Superintendência Central de Contadoria-Geral da Secretaria de Estado da Fazenda, Maria da Conceição Barros Rezende, e pela diretora da Superintendência Central de Orçamento da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, Luzia Soraia Silva Ghader, na reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia, nesta quarta-feira (31/3/04).

Descumprimento da LRF- De acordo com documento lido pelo presidente da comissão, deputado Ermano Batista (PSDB), apesar da tendência de melhoria dos indicadores fiscais, especialmente o superávit primário, os números apresentados demonstram a persistência do desequilíbrio fiscal do Estado, evidenciado pelos sucessivos descumprimentos dos limites das despesas com pessoal e da dívida consolidada líquida em relação à Receita Corrente Líquida, e da meta de resultado primário, previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal. "Fica claro que a obtenção do equilíbrio fiscal nos futuros exercícios, pré-requisito fundamental para a retomada dos investimentos públicos do Estado, dependerá, de forma significativa, da continuidade do esforço para aumento da arrecadação própria do Estado, em conjunto com um controle rigoroso dos gastos com custeio e com pessoal", ressaltou o deputado.

Em maio, a Secretaria do Tesouro Nacional realizará missão anual no Estado para analisar o cumprimento das metas do exercício de 2003. "Depois da missão, saberemos se nossa avaliação será confirmada pelo Tesouro Nacional, mas acreditamos que as metas principais foram cumpridas", afirmou Maria da Conceição Barros Rezende. No ano passado, o governo de Minas pagou uma multa de R$ 36 milhões pelo descumprimento da meta, no exercício de 2001, mas o episódio não deve se repetir este ano, segundo Maria da Conceição.

Metodologia divergente - A diretora da SEF destacou que os parâmetros estabelecidos pela Secretaria do Tesouro Nacional são diferentes dos previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal. O deputado Mauro Lobo (PSB) questionou os múltiplos critérios adotados e criticou a portaria do Tribunal de Contas do Estado, que despreza as despesas do Estado com os aposentados e pensionistas no cálculo com despesas de pessoal. "Do ponto de vista legal, o Estado teria uma folga razoável para reajustar os salários do funcionalismo, o que não é a realidade. O critério do TCE é um desserviço ao Estado. A própria STN não aceita esse critério", argumentou o deputado.

A diretora da SEF informou que o Estado apresentou uma queda no déficit do orçamento fiscal de R$ 800 milhões, em 2002, para R$ 102 milhões em 2003. A despesa total teve crescimento nominal de 3,14%, passando de R$14,4 bilhões para R$ 19 bilhões no mesmo período. A receita corrente líquida, no entanto, apresentou crescimento nominal de R$ 2 milhões, passando de R$ 12,5 bilhões para R$ 14,3 bilhões, com uma variação nominal de 14,06%. Segundo ela, apesar das despesas terem tido aumento, a queda do déficit demonstra o empenho do governo em reequilibrar as finanças, buscando conter a despesa corrente líquida.

PPP - A compatibilização do aumento das obrigações financeiras do Estado com os contratos das Parceiras Público-Privadas tendo em vista o descumprimento dos limites de endividamento, nos termos das resoluções do Senado foi tema de pergunta do deputado Ermano Batista (PSDB) à diretora da Superintendência Central de Orçamento, Luzia Soraia Silva Ghader. Segundo a diretora, o estudo da repercussão final só será possível após a aprovação da lei federal sobre o assunto, embora já tenha sido aprovada lei estadual com o mesmo teor. "Não temos ainda nenhuma PPP firmada, por isso ainda não temos o dado preciso. Pela proposta orçamentária será possível visualizar os gastos que precisarão ser contidos para a incorporação dessa despesa continuada", explicou.

O deputado Sebastião Helvécio (PDT) destacou que o crescimento da receita corrente líquida foi de 11% e o do ICMS só 1%. O deputado concluiu que os recursos do Estado vêm de outras taxas e não do ICMS. A diretora da SEF esclareceu que a receita estadual vem de seus próprios mecanismos e não das transferências correntes federais. O deputado Ermano Batista (PSDB) reforçou dizendo que apesar do bom relacionamento do governo estadual com o federal, Minas Gerais não recebeu recursos extras da União. "O governador conseguiu, em 2003, pagar o 13º salário do funcionalismo em dia, apesar do ano fiscal adverso", concluiu.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Ermano Batista (PSDB), presidente; Jayro Lessa (PL), vice; Chico Simões (PT), Doutor Viana (PFL), José Henrique (PMDB), Mauro Lobo (PSB), Sebastião Helvécio (PDT).

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 3290 7715