Deputados debatem, em audiência, aposentadoria de não-efetivos

A aposentadoria de servidores estaduais não-efetivos no Regime Geral de Previdência Social (RGPS) foi o tema de uma a...

30/03/2004 - 00:00
 

Deputados debatem, em audiência, aposentadoria de não-efetivos

A aposentadoria de servidores estaduais não-efetivos no Regime Geral de Previdência Social (RGPS) foi o tema de uma audiência pública nesta terça-feira (30/3/04) no Plenarinho IV da Assembléia de Minas, realizada durante reunião da Comissão de Administração Pública. Representantes do governo, do INSS e do funcionalismo participaram do debate, solicitado pela deputada Marília Campos (PT).

O que motivou a reunião foi a denúncia recebida pela parlamentar, e confirmada pelos sindicalistas, a respeito de uma dificuldade vivida por cerca de 100 mil servidores. De acordo com Marília Campos, esses trabalhadores estão sendo impedidos de se aposentar porque o Estado não fornece a eles documentos como certidão de tempo de serviço e relação de salários recebidos. Sem essa documentação, informou o superintendente do INSS em Minas, Marcos Barbonáglia, o órgão não pode abrir o processo de aposentadoria.

Além disso, existe uma disputa jurídica entre o Estado e o governo federal quanto ao regime de previdência ao qual os servidores não-efetivos estão submetidos. Em 1998, o então governador Itamar Franco obteve uma liminar mantendo os funcionários no Regime Próprio de Previdência do Estado. Com isso, conseguiu evitar o repasse mensal de R$ 35 milhões aos cofres do INSS. Porém, a Emenda 20 à Constituição Federal, de 1998, vinculou os não-efetivos ao Regime Geral de Previdência Social. Já a Lei Complementar 64, de 2002, diz que a aposentadoria dos servidores não-efetivos é responsabilidade do Estado. Sem uma decisão para o impasse, os funcionários acabam tendo eles próprios que recorrer à Justiça para terem seu direito à aposentadoria respeitado.

Comissão especial pode ser formada

O deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) apresentou a sugestão de se criar uma comissão especial para tentar aprofundar o debate. Ele lembrou que, em 2001, a Assembléia realizou uma audiência pública sobre o mesmo tema, mas a discussão não avançou. O presidente da Comissão de Administração Pública, deputado Domingos Sávio (PSDB), aplaudiu a proposta, acrescentando que os parlamentares devem ir até mesmo ao governador Aécio Neves para buscar uma solução para o problema no menor prazo possível.

A secretária adjunta de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, afirmou que se o Supremo Tribunal Federal decidir favoravelmente à União, todos os servidores não-efetivos passarão para o regime do INSS. Caso isso aconteça, o Estado passará a ter um débito para com o governo federal, retroativo a 1998, estimado em R$ 2 bilhões. Esse valor refere-se à contribuição previdenciária recolhida pelo Estado durante o período. Renata disse que o pagamento da dívida terá que ser negociado. Marcos Barbonáglia disse que o Estado poderia fazer um parcelamento do débito e que, apesar disso, nenhum aposentado deixaria de receber em dia seus benefícios.

O secretário-geral da Procuradoria Geral de Justiça, Geraldo Flávio Vasques, opinou que o servidor não-efetivo deve estar vinculado ao INSS. Ele se colocou à disposição para colaborar na costura de um eventual acordo entre o Estado e o governo federal.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Domingos Sávio (PSDB), presidente; Paulo Piau (PP), vice; Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Fábio Avelar (PTB) e as deputadas Marília Campos (PT), Jô Moraes (PCdoB) e Ana Maria Resende (PSDB). Estiveram presentes também, além das personalidades citadas na matéria, o economista especializado em Previdência Social José Prata Araújo, o procurador de Justiça Ronaldo Cheib e o diretor do Sind-UTE, Renato Barros.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 3290 7715