Assembléia realiza em maio fórum sobre cultivo do eucalipto
O cultivo do eucalipto em Minas Gerais será tema de
um ciclo de debates na Assembléia Legislativa, no final de maio. Os
primeiros tópicos do evento começaram a ser delineados nesta
segunda-feira (22/3/04), em reunião da comissão encarregada de
preparar o fórum técnico sobre o assunto. O fórum vai ser realizado
pela Assembléia, e terá a participação de segmentos que atuam na
área, tanto do lado dos produtores, como dos defensores do meio
ambiente e de órgãos públicos. No primeiro encontro ficou definido
que o fórum será precedido por duas reuniões, uma em Salinas, no
início de abril, e outra em Teófilo Otoni, em datas a serem
confirmadas.
Participaram da reunião desta segunda-feira, o
deputado Paulo Piau (PP), autor do lançamento da Frente Mineira pela
Silvicultura; e representantes da Empresa Mineira de Pesquisa
Agropecuária (Epamig), da Empresa Mineira de Assistência Técnica e
Extensão Rural (Emater), da Associação Mineira de Silvicultura, do
Instituto Mineiro de Terras (Iter), da Federação da Agricultura do
Estado de Minas Gerais e de funcionários da Gerência de Projetos
Institucionais, setor da Assembléia encarregado de realizar tais
eventos.
Discussão para subsidiar projeto de lei
O fórum foi pedido por requerimento da deputada
Maria José Haueisen e do deputado Rogério Correia, ambos do PT, com
o objetivo de subsidiar projeto de lei que foi apresentado por
Correia, que trata do zoneamento agroecológico no Estado. Segundo os
deputados, há denúncias de avanço do plantio do eucalipto sobre
áreas produtivas no Norte de Minas, Vales do Jequitinhonha e do
Mucuri. Para o representante da Epamig, João Roberto de Mello
Rodrigues, as grandes empresas de reflorestamento estão avançando
sobre terras férteis, sobretudo na região de Morada Nova de Minas,
Felixlândia e Pompéu. Ele disse que o eucalipto, árvore nativa da
Austrália, deveria ter seu cultivo substituído por espécies nativas.
E apontou os problemas que tal cultura pode provocar, destacando,
entre eles, a erosão contínua, o desnudamento do solo e o secamento
de nascentes.
O representante da Associação Mineira de
Silvicultura, José Bartuíra de Assis, contestou os dados de João
Roberto, afirmando que a área plantada do eucalipto está diminuindo.
Destacando que o eucalipto não é reflorestamento, mas cultivo, ele
afirmou que com os avanços da área, as empresas necessitam somente
de 800 mil hectares para produzir a mesma quantidade que é produzida
hoje em 2,5 milhões de hectares. Apesar de afirmar que a área
plantada está diminuindo e que a produtividade pode ser a mesma, com
menor área, Bartuíra confirmou as gestões da entidade nacional do
setor, no sentido de aumentar a área plantada no Pais, dos atuais 5
milhões de hectares para 10 milhões, em dez anos.
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