Comissão quer conhecer documentos da Gtech

Mesmo sem a presença da ex-procuradora-geral do Estado, Mizabel Derzi - convidada para prestar esclarecimentos sobre ...

16/03/2004 - 00:00
 

Comissão quer conhecer documentos da Gtech

Mesmo sem a presença da ex-procuradora-geral do Estado, Mizabel Derzi - convidada para prestar esclarecimentos sobre o perdão da multa aplicada à empresa Gtech do Brasil -, a Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembléia Legislativa aprovou, nesta terça-feira (16/3/04), quatro requerimentos sobre o mesmo assunto. Os deputados querem ter acesso à documentação da empresa, que serviu de base para que o Estado deixasse de aplicar a multa de R$ 30 milhões sugerida pela Loteria do Estado de Minas Gerais (Lemg), por quebra de contrato.

Requerimento da deputada Marília Campos (PT), vice-presidente da comissão, foi aprovado, pedindo informações ao governo do Estado, à Advocacia Geral e à Loteria Mineira, sobre os motivos da Gtech para não cumprir o contrato de instalação de cerca de 3 mil terminais de videoloterias. A deputada aprovou ainda outro requerimento solicitando à Lemg informações sobre os motivos que levaram à realização dos aditamentos dos contratos entre o órgão e a Gtech, em 1997 e 1998. Foram aprovados ainda dois requerimentos do deputado André Quintão (PT). O primeiro convida o presidente da Loteria Mineira para prestar esclarecimentos sobre o contrato com a Gtech, já na próxima reunião da comissão, terça-feira (23). O segundo pede informações ao mesmo dirigente sobre se há o repasse de 25% referente ao contrato da Gtech para programas sociais, na atual gestão e em gestões anteriores.

Explicações não convencem

A ausência da ex-procuradora Mizabel Derzi foi lamentada pelos deputados, sobretudo pelo presidente da comissão, deputado Alberto Bejani (PTB), autor do requerimento que pede a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os contratos da Gtech com a Loteria Mineira. Com o requerimento protocolado na semana passada, com 59 assinaturas, a instalação da CPI agora depende de autorização do presidente da Assembléia, deputado Mauri Torres (PSDB). Bejani garantiu que se a CPI não for autorizada, ele recorrerá à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para que o requerimento vá à apreciação do Plenário, conforme prevê o Regimento Interno.

Em carta encaminhada à comissão, e lida pela deputada Marília Campos, a ex-procuradora justificou sua ausência nas duas reuniões realizadas sobre o assunto, apresentando explicações sobre o caso Gtech. Mizabel Derzi disse que não houve perdão de multa, já que ela não aconteceu. Ela informou que a Procuradoria Geral do Estado mudou seu parecer ao analisar as justificativas da empresa, mesmo contrariando indicação da assessoria jurídica da Lemg, que propunha a multa por descumprimento contratual e alteração do valor da carta-fiança. Mizabel informou que a alteração do valor da carta-fiança foi feita com a concordância da Lemg.

Medalha Empresa Amiga da Terceira Idade

A comissão aprovou ainda pareceres de 1º turno de dois projetos, quatro pareceres de turno único e 40 requerimentos que não precisam ser apreciados pelo Plenário. O Projeto de Lei (PL) 745/03, do deputado João Bittar (PL), que institui o Selo Empresa Amiga da Terceira Idade, foi aprovado com o substitutivo nº 1 da CCJ. O parecer da relatora, deputada Marília Campos, destaca a mudança feita pela CCJ que renomeou a homenagem como medalha ao invés de selo, além de aperfeiçoar a técnica legislativa.

O PL 1.188/03, do deputado Doutor Viana (PFL), proíbe a veiculação de mensagens de conteúdo impróprio ou inadequado em embalagens de produtos destinados a crianças e adolescentes. Por conteúdo impróprio, o deputado lista fotografia, legenda ou anúncio de bebida alcóolica e tabaco. O parecer do relator, deputado Elmiro Nascimento (PFL), foi pela aprovação do projeto com o substitutivo nº 2, com a rejeição do substitutivo nº 1 da CCJ. O substitutivo nº 2 aproveita a idéia original da CCJ de transformar o projeto em alteração da Lei 12.171, de 1996, que trata do assunto, para garantir a constitucionalidade, mas especificou os termos "cigarro e bebida alcóolica", entre os conteúdos impróprios.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Alberto Bejani (PTB), presidente; André Quintão (PT), Elmiro Nascimento (PFL) e a deputada Marília Campos (PT), vice-presidente.

 

 

 

 

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