Personalidades do PFL se reúnem em solenidade na
Assembléia
O governador Aécio Neves e as principais
personalidades do PFL nacional e mineiro se reuniram na manhã desta
terça-feira (16/3/04) no Plenário da Assembléia para a entrega dos
prêmios Luís Eduardo Magalhães a seis estudantes. Na mesma
solenidade, foram comemorados os 20 anos da Aliança Liberal, um
pacto entre o PMDB e o PFL que pôs fim a uma ditadura de duas
décadas e conduziu o país a um período de estabilidade
democrática.
No Salão Nobre, o presidente nacional do partido,
senador Jorge Bornhausen (SC), e o senador Antônio Carlos Magalhães
(BA), deram entrevistas com opiniões diferentes sobre o momento
político nacional. Bornhausen quer a CPI para investigar o caso
Waldomiro Diniz. "Quando o Governo abafa, passa a idéia de que tem
alguma coisa e perde a credibilidade", declarou. Já Magalhães aprova
o trabalho do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e do
ministro Antônio Palocci. "Estão no caminho certo, mas não basta
cuidar da inflação. É preciso tratar do desenvolvimento", disse ele.
Sobre a crise das denúncias, disse que "é preciso promover uma união
sem radicalismo de nenhuma espécie para dar ao Brasil o governo de
que necessita".
A mesa da solenidade, com o presidente da
Assembléia, Mauri Torres (PSDB) ao centro, foi composta pelo
governador Aécio Neves, por Bornhausen, Magalhães, o ex-governador
Francelino Pereira, o vice-governador de São Paulo, Cláudio Lembo; o
senador Marco Maciel (PE); o líder do PFL no Senado, senador José
Agripino Maia (RN); o presidente do PFL estadual, deputado federal
Eliseu Resende (MG); o presidente nacional do Instituto Tancredo
Neves, Vilmar Rocha e o presidente estadual, deputado federal
Roberto Brant (MG); o deputado federal José Carlos Aleluia (BA) e o
deputado estadual Elmiro Nascimento (PFL), cujo requerimento
resultou na homenagem.
Elogios a Magalhães, Tancredo e Ulysses
Guimarães
O prêmio Luís Eduardo Magalhães, criado para
homenagear o ex-presidente da Câmara dos Deputados, morto
precocemente aos 43 anos, está em sua sexta edição. Foi vencido no
concurso para graduação por Amanda Pauline Costa, da UFPR, com o
trabalho "A Democracia Liberal em Risco - Esboço para uma Democracia
Combativa". Em segundo lugar ficou Vinicius Guilherme Rodrigues
Vieira, da USP, e em terceiro Pablo Silva Cesário, da UNB.
Na pós-graduação, o vencedor foi Alexandre Simão de
Freitas, da UFPR, com a monografia "O (re)direcionamento da
Democracia enquanto Política para um Mundo Global sob o Signo da
Ciência e da Tecnologia". Em segundo ficou Elizabeth Rosa Silva, da
PUCMG, e em terceiro Euclides França Camargo, da UFPR. Os prêmios
foram de R$ 9 mil a R$ 3 mil.
Dois estudantes discursaram. Alexandre Freitas
disse sentir orgulho da democracia que se constrói no país, após 20
anos da Aliança Liberal, e citou o poeta João Cabral de Melo Neto,
ao dizer que "democracia se aprende pela perna". Vinicius Vieira fez
críticas diretas ao governo Lula: "Precisamos de menos metáforas e
mais ação".
Antônio Carlos Magalhães falou com emoção sobre o
caráter de seu filho Luís Eduardo: "Tinha sensibilidade rara entre
as pessoas que ascendem ao poder. Seu trabalho legislativo o colocou
entre as personalidades mais destacadas do Brasil contemporâneo".
ACM elogiou Ulysses Guimarães e Tancredo Neves pela campanha da
Aliança Liberal e outros políticos mineiros, com quem conviveu:
"Aureliano Chaves era a dignidade personificada. Fui aprendiz em
política de mestres como Milton Campos e Juscelino Kubitschek, que
me davam às vezes lições opostas, mas sempre com fundo de
grandeza".
Bornhausen também fez um discurso afinado com ACM:
"Ao entregar este prêmio, estamos fazendo justiça a um homem público
que cumpriu muito bem sua missão em sua curta vida. Se estivesse
vivo, estaria hoje conosco como presidente da República. Era o que o
país precisava, era o que o país merecia".
Na mesma linha, o governador Aécio Neves relatou
sua convivência com Luís Eduardo Magalhães na Câmara dos Deputados,
"ocasião em que pude compreender e admirar sua complexa
personalidade. Afável no trato pessoal, mas firme defensor de seus
pontos de vista, era um respeitador intransigente dos direitos das
minorias". Citando o ataque terrorista na Espanha, Aécio afirmou que
"esses desafios só podem ser resolvidos pela política".
Sobre a Aliança Liberal, que acompanhou como
secretário de Tancredo Neves, o governador considera que "inaugurou
um novo ciclo, que esperamos definitivo, das liberdades políticas no
país". Aécio criticou a concentração de poder em Brasília: "A
Constituição de 1988 não conseguiu reerguer as colunas da federação
brasileira".
Ao encerrar a solenidade, o presidente da
Assembléia, deputado Mauri Torres (PSDB), destacou a herança da
Aliança Liberal: "Um legado de correção, ética e transparência, um
exemplo para todos os brasileiros, dado há 20 anos por homens
diferentes, com posições políticas diferentes, mas que tiveram o
discernimento de fazer uma aliança num momento difícil para a vida
do país".
Entre as presenças de maior destaque na solenidade,
além das citadas, estavam os senadores César Borges (BA), Romeu Tuma
(SP), Rodolfo Tourinho (BA), Heráclito Fortes (PE), os deputados
federais Carlos Melles (MG), Cleuber Carneiro (MG), Lael Varella
(MG), Vilmar Rocha (GO), Aroldo Cedraz (BA), Antônio Carlos
Magalhães Neto (BA), Luiz Carreira (BA), Sônia Fontes (BA), Rodrigo
Maia (RJ), Gilberto Kassab (SP), Pauderney Avelino (AM), Jorge
Khoury (BA), José Carlos da Fonseca Jr, o ex-deputado Paulo Gouveia
(SC), o presidente do PFL Jovem, João Roma Neto, e o filho do
homenageado, Luís Eduardo Magalhães Filho.
Inúmeros deputados estaduais prestigiaram a
solenidade. Entre outros, assinalaram presença Célio Moreira (PL),
Paulo Piau (PP), João Bittar (PL), Ana Maria Resende (PSDB), Dalmo
Ribeiro Silva (PSDB), Doutor Viana (PFL), Sebastião Navarro Vieira
(PFL), Neider Moreira (PPS), Wanderley Ávila (PPS), Gustavo
Valadares (PFL) e Paulo Cesar (PFL).
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