Veto a proposição sobre execução de projetos sociais gera polêmica

A discussão sobre o veto parcial do governador Aécio Neves à Proposição de Lei 15.928/04 rendeu muita polêmica nesta ...

10/03/2004 - 17:47
 

Veto a proposição sobre execução de projetos sociais gera polêmica

A discussão sobre o veto parcial do governador Aécio Neves à Proposição de Lei 15.928/04 rendeu muita polêmica nesta quarta-feira (10/3/04), durante a reunião da comissão especial criada para analisar a matéria. Originada de projeto de lei do deputado Antônio Carlos Andrada (PSDB), a proposição dispõe sobre a responsabilidade social na administração pública estadual. Um dos dispositivos vetados pelo governador diz respeito a metas de melhoria do Índice Mineiro de Responsabilidade Social. Pela alteração introduzida no projeto pela deputada Marília Campos (PT), os textos do Orçamento e do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) deveriam discriminar os programas a serem implementados para se alcançar essas metas. O governador vetou esse dispositivo alegando que tanto o PPAG quanto o Orçamento são matérias de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo.

O relator da comissão especial, deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB), opinou pela manutenção do veto a esse dispositivo. Mas a deputada Marília Campos discordou do parecer, alegando que sem as metas, não há como acompanhar seu cumprimento. O colega de partido Chico Simões também criticou a justificativa apresentada pelo governador. "Por que não podemos propor alterações a um projeto elaborado por um deputado? Para ele, a manutenção do veto, significa "votarmos pelo fechamento da Assembléia", arrematou. O deputado Mauro Lobo (PSB) argumentou que não cabe à Assembléia definir metas a serem cumpridas pelo governo do Estado, mas sim acompanhar o cumprimento das metas estabelecidas pelo próprio Executivo.

Os argumentos de Chico Simões e Marília Campos não conseguiram evitar a aprovação do parecer favorável à manutenção do veto a esse dispositivo. O único veto que recebeu parecer pela rejeição foi o do dispositivo que estabelece prazo de 90 dias para a regulamentação da lei, a partir da data de sua publicação. O governo alega que o Supremo Tribunal Federal considera inconstitucional a imposição de prazo ao Poder Executivo em projeto de lei de iniciativa parlamentar. O relator não concorda com essa justificativa, e lembra que, sem a definição desse prazo, a implantação da lei pode ser postergada indefinidamente pelo governo do Estado. Os outros dois dispositivos vetados pelo governador receberam parecer pela sua manutenção.

Veto parcial ao Orçamento também tem parecer pela manutenção

O outro veto analisado pela comissão também recebeu parecer pela manutenção. A Proposição de Lei 15.932/04, que contém o orçamento do Estado para este ano, teve três dispositivos vetados. Dois deles redirecionavam recursos da reserva de contingência para obras de infra-estrutura em São Gonçalo do Rio Abaixo e para a construção de vestiários e um alambrado de um campo de futebol em Munhoz. Segundo o governador, o veto objetiva recompor a reserva de contingência do Estado, que teria ficado com dotação inferior ao limite fixado pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2003. O outro dispositivo vetado destinava R$ 5 mil à Associação dos Aposentados e Pensionistas de São João Nepomuceno. O governador justifica que o dispositivo também contraria a LDO, que veda a destinação de recursos para atender despesas com sindicatos, associações e clubes de servidores públicos. O relator, deputado Luiz Humberto Carneiro, concordou com a justificativa apresentada pelo governador e opinou pela manutenção do veto.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Mauro Lobo (PSB), presidente; Chico Simões (PT), vice; Luiz Humberto Carneiro (PSDB), Ermano Batista (PSDB) e Marília Campos (PT).

 

 

 

 

 

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