Amigos de bailarino morto em Montes Claros protestam na ALMG

A impunidade no assassinato do bailarino Igor Lacerda Xavier, em 1º de março de 2002, e de diversas outras pessoas em...

03/03/2004 - 16:40
 

Amigos de bailarino morto em Montes Claros protestam na ALMG

A impunidade no assassinato do bailarino Igor Lacerda Xavier, em 1º de março de 2002, e de diversas outras pessoas em Montes Claros foi denunciada na reunião da Comissão de Direitos Humanos desta quarta-feira (3/3/04). Parentes e amigos do artista prestaram depoimento à comissão, quando foi lida a "Carta aberta pela paz, pela vida, contra a violência e a impunidade". O poeta Aroldo Pereira, amigo de Igor, leu o documento em que é condenada a violência sofrida pelos cidadãos desfavorecidos de Montes Claros, principalmente os homossexuais.

Segundo Pereira, várias pessoas foram barbaramente assassinadas na cidade nos últimos três anos e seus matadores continuam soltos, a maioria por pertencer a famílias tradicionais ou ser amiga de autoridades. Outra causa da impunidade, na opinião do poeta, seria a morosidade da Justiça e das autoridades policiais. Além de Igor, foram mortos o jornalista Eduardo Jaques, o frentista Roney, o enfermeiro Fernando, o estudante Alan, além do radialista Rosalvo Bastos e sua noiva, Daniela Oliveira (ocorrido em maio de 2002 e relatado à comissão).

A mãe de Igor, Marlene Xavier, pediu punição para os assassinos de seu filho - Ricardo Athayde e seu filho Diego. Ela reclamou que os dois continuam impunes graças a um habeas corpus expedido em Brasília. O representante do Sindicato dos Radialistas em Montes Claros, Alvimar Soares, disse que há "forças ocultas" que levam a Justiça a proteger os ricos e os "coronéis" da cidade.

Para investigar o caso, a comissão aprovou o requerimento do deputado Biel Rocha (PT) pedindo audiência pública em Montes Claros, junto com a comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal do município. O deputado quer debater "a morosidade na apuração dos crimes, muitos deles de natureza homofóbica, resultando no aumento da impunidade e graves violações aos direitos humanos". Para a reunião, vão ser convidados representantes das corregedorias de Justiça e do Ministério Público, polícias Civil e Militar, familiares das vítimas e outros envolvidos com o assunto.

Juíza de Esmeraldas é acusada de agressão

Foram também apresentadas denúncias contra a juíza titular da Comarca de Esmeraldas, Maria José Starling, que teria agredido manifestantes que reivindicavam à Copasa a volta do fornecimento de água para um bairro. Duas das supostamente agredidas, as irmãs Shirley e Carla Oliveira Cruz, relataram que o bairro Santa Cecília estava sem água há cinco dias, e por isso, as duas e outras moradoras resolveram fazer uma manifestação pacífica em Esmeraldas. Shirley declarou que a juíza, ao passar pelo local, chamou várias viaturas da Polícia Civil e desceu do carro acompanhada de seu motorista e segurança, que intimidou os manifestantes com um revólver.

"Quando a polícia chegou", disse Shirley, "corremos para a casa de um conhecido". Mas a juíza, ainda segundo ela, entrou na casa junto com a polícia e o segurança, xingando as manifestantes e agredindo as irmãs. A comissão aprovou dois requerimentos do presidente, deputado Durval Ângelo (PT), pedindo providências: que seja encaminhada uma representação à Corregedoria de Justiça com as notas taquigráficas dos depoimentos das supostas vítimas e testemunhas, as denúncias contra a juíza e a documentação sobre o caso. Outro requerimento pede informações ao presidente do TJMG sobre a situação funcional do motorista da juíza, identificado como Rômulo Pacheco.

Vespasiano - Outro requerimento de Durval Ângelo, aprovado, solicita audiência para debater a operação da PM, em 25 de fevereiro, na rodovia MG-10, em Vespasiano, que resultou na morte de uma pessoa e ferimentos em outra. A audiência, nesta quinta-feira (4), às 9 horas, vai discutir os motivos da morte da vendedora Ana Paula Napolis da Silva e dos ferimentos do engenheiro da Cemig, Tarcísio Celso de Castro. Foram convidados representantes da Corregedoria e Ouvidoria de Polícia, Aspra-MG, e também familiares da vítima, o comandante da operação militar, major Jezemiel, e o responsável pela apuração do caso, titular da 2ª Delegacia de Homicídios de Belo Horizonte, Vicente Ferreira.

Estatuto - O deputado Dinis Pinheiro (PL) apresentou requerimento, aprovado, solicitando audiência pública para discutir o não-cumprimento do Estatuto do Idoso pelas empresas de ônibus interestaduais. Segundo Pinheiro, o estatuto, aprovado no final de 2003, prevê a gratuidade de transporte para pessoas com mais de 70 anos de idade com renda inferior a dois salários mínimos.

Parecer - A comissão aprovou o parecer de 1º turno favorável ao Projeto de Lei 1.186/03, do deputado Célio Moreira, que determina a instalação de cadeiras especiais para pessoas obesas em cinemas, teatros e outros estabelecimentos. O relator, deputado Roberto Ramos (PL), opinou pela aprovação do projeto na forma do Substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Roberto Ramos (PL), vice; Biel Rocha (PT), Gilberto Abramo (PMDB), Mauro Lobo (PSB), Dinis Pinheiro (PL) e Antônio Carlos Andrada (PSDB).

 

 

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