Alemg quer criar rede de defesa dos direitos humanos

A Assembléia Legislativa quer incentivar as Câmaras Municipais a criarem comissões de defesa dos direitos humanos, al...

20/02/2004 - 14:36
 

Alemg quer criar rede de defesa dos direitos humanos

A Assembléia Legislativa quer incentivar as Câmaras Municipais a criarem comissões de defesa dos direitos humanos, além de estreitar o relacionamento entre a sua Comissão de Direitos Humanos e as comissões municipais já existentes. Para tanto, a Comissão da Alemg vai promover no próximo dia 8 de março, às 14 horas, no Plenário, um debate público sobre o tema "O Poder Legislativo e a Defesa dos Direitos Humanos". O ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, será um dos participantes do evento.

De acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Durval Ângelo (PT), o debate servirá para mostrar a importância de os legislativos municipais terem mecanismos para receber as denúncias sobre violações dos direitos das pessoas e cobrar das autoridades medidas para corrigir eventuais falhas. Atualmente, o Legislativo mineiro já é parceiro das comissões de Direitos Humanos em funcionamento nas câmaras do interior, mas em muitos municípios os legislativos ainda não têm comissões formadas. "Queremos criar uma rede para atuação das comissões em todo o Estado. A Assembléia está à disposição das câmaras de vereadores para ajudar no combate à violência em todos os níveis e para proteger o cidadão", afirma Durval.

Competências - Segundo o Regimento Interno da Assembléia, a Comissão de Direitos Humanos tem como competência a defesa dos direitos individuais e coletivos; a defesa dos direitos políticos; a defesa dos direitos das etnias, das mulheres e dos grupos sociais minoritários; a política de segurança pública; e a promoção e divulgação dos direitos humanos.

Convidados - Além do ministro Nilmário Miranda, também foram convidados para participar do debate no dia 8 de março o deputado federal Orlando Fantazzini Neto (PT/SP), presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados; o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de São Paulo, deputado Renato Simões; e o subsecretário de Direitos Humanos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Esportes, ex-deputado estadual João Batista de Oliveira.

Integrantes da Comissão de Direitos Humanos

A Comissão de Direitos Humanos da Alemg tem como membros efetivos os deputados Durval Ângelo (PT) - presidente; Roberto Ramos (PL) - vice-presidente; Biel Rocha (PT); Gilberto Abramo (PMDB) e Mauro Lobo (PSB).

Atuação da Comissão em 2003

Em 2003, a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia de Minas realizou 34 reuniões ordinárias e 28 extraordinárias, analisando projetos e ouvindo, diretamente, depoimentos de vítimas de violência e de desrespeito aos direitos dos cidadãos. A Comissão teve participação destacada nas investigações sobre o envolvimento de policiais com o tráfico de drogas e assassinato de prostitutas no centro de Belo Horizonte. A atuação dos deputados incomodou um grupo de policiais civis, que promoveu, no dia 26 de junho, um cerco à Assembléia Legislativa, numa tentativa de intimidação da atividade parlamentar.

Os deputados também acompanharam de perto as apurações sobre diversas denúncias feitas pela imprensa ou recebidas de cidadãos e entidades. Entre elas, estão as acusações de maus-tratos a idosos em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte; de tráfico de crianças e violência policial em Águas Formosas, no Vale do Jequitinhonha; de torturas nas dependências do Departamento de Investigações (DI); e do envolvimento do delegado de Polícia de Prata, no Triângulo Mineiro, em execuções, roubo de automóveis, tráfico de drogas, desaparecimento de pessoas e torturas.

A Comissão realizou, ainda, visitas a delegacias, presídios e cadeias, para verificar as condições de vida dos detentos e defender um sistema prisional mais humano e que permita a efetiva recuperação dos presos. Também foram promovidos debates sobre temas como anistia política, indenização às vítimas de tortura, violência contra as mulheres e projeto de regulamentação da prostituição no País. Finalmente, em 2003 os deputados aprovaram 251 requerimentos e analisaram dezenas de projetos sobre assuntos relacionados aos direitos humanos, como a criação de mecanismos de incentivo ao ingresso de minorias étnicas e grupos sociais desfavorecidos em universidades estaduais, assistência médica e psicológica às vítimas de violência sexual e instituição do sistema de comunicação de cadastro de pessoas desaparecidas, entre outros.

Formação da cidadania

O Legislativo mineiro desenvolve, ainda, outras atividades de promoção dos direitos humanos e formação da cidadania. Em outubro do ano passado, como parte do programa "Conexão Assembléia", promovido pela Escola do Legislativo em parceira com a PUC Minas, foi realizada uma oficina de comunicação integrada sobre o tema "direitos humanos, democracia e cidadania". Na ocasião, alunos da Faculdade de Comunicação e Artes daquela universidade desenvolveram projetos para divulgação do artigo XXI da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Este artigo diz que "todo homem tem o direito de tomar parte no Governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos; todo homem tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país; e a vontade do povo será a base da autoridade do Governo, e esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto".

 

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