Projeto cria reserva de vagas na Uemg e na Unimontes

O Projeto de Lei (PL) 272/03, do deputado Paulo Piau (PP), que cria reserva de vagas na Uemg e na Unimontes, recebeu ...

18/02/2004 - 15:09
 

Projeto cria reserva de vagas na Uemg e na Unimontes

O Projeto de Lei (PL) 272/03, do deputado Paulo Piau (PP), que cria reserva de vagas na Uemg e na Unimontes, recebeu parecer de 2º turno favorável da Comissão de Direitos Humanos, nesta quarta-feira (18/2/04). A reserva vale para candidatos comprovadamente carentes, afrodescendentes, indígenas e portadores de deficiência. O parecer foi pela aprovação na forma do substitutivo nº 1 ao vencido em 1º turno. O novo texto acrescentou, à reserva de vagas, candidatos egressos do sistema prisional, em liberdade condicional ou que tenham cumprido pena privativa de liberdade, com liberdade definitiva há no máximo dois anos da data do vestibular; e que tenham cumprido medida socioeducativa ou de prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade ou internação, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente.

A reserva de vagas é da ordem de 40%, na Uemg, e de 50%, na Unimontes. Pelo parecer, elaborado pelo relator e presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), o candidato carente deve comprovar renda per capita inferior a meio salário mínimo nacional, calculada pela razão entre o rendimento familiar total e o número de pessoas do grupo familiar, residentes no mesmo domicílio. O afrodescendente é aquele que assim se declarar, nas categorias de negro e pardo; o indígena, o que possui ascendência pré-colombiana, conforme o Estatuto do Índio; e o portador de deficiência, o que se enquadra na legislação em vigor. Além de preencher os requisitos legais para admissão nas instituições e declarar expressamente a condição e a categoria a que concorre, o candidato deve se submeter ao processo seletivo e atingir a pontuação mínima exigida para a aprovação.

O deputado Durval Ângelo salientou a importância da tramitação do projeto no Legislativo mineiro, já que o assunto "participa do cenário atual dos debates sobre o ensino superior no Brasil e sua marca socialmente elitista e racialmente discriminatória". Ele ressaltou que a proposta do PL 272/03, que sofreu várias modificações durante o 1º turno, vai ao encontro das atuais diretrizes do Ministério da Educação de diminuir a exclusão do acesso ao ensino de "importantes parcelas da população". A deputada Ana Maria Resende (PSDB) também manifestou apoio à tramitação e aprovação do projeto.

Matéria trata de violência sexual

O PL 223/03, da deputada Maria José Haueisen (PT), que garante tratamento diferenciado a vítimas de violência sexual, também teve aprovado parecer favorável de 2º turno, na forma do vencido em 1º turno. O projeto dá à vítima o direito de fazer exames médicos periciais e de ter assistência médica e psicológica em hospitais conveniados com o poder público, além de ser transportada em veículo descaracterizado, para atenuar o constrangimento que caracteriza esses casos de violência.

O projeto acrescenta parágrafos ao artigo 3º da Lei 13.188, de 1999, que dispõe sobre a proteção, o auxílio e a assistência às vítimas de violência no Estado. O relator da matéria foi o deputado Biel Rocha (PT), para quem "além da assistência médica necessária, o apoio psicológico irá humanizar o atendimento, diminuindo os efeitos traumáticos provenientes do ato sofrido". Biel Rocha também emitiu parecer de turno único favorável ao PL 1.195/03, da deputada Jô Moraes (PCdoB). A matéria declara de utilidade pública o Movimento Gay de Alfenas e Região Sul de Minas (MGA).

Requerimentos - A Comissão de Direitos Humanos aprovou dois requerimentos solicitando a realização de audiências públicas, apresentados pelo presidente, Durval Ângelo. A primeira pretende debater, no dia 3 de março, a morosidade na apuração de casos de homicídios ocorridos em Montes Claros, no Norte de Minas. A outra objetiva discutir o método adotado pelas Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (Apacs) e a possível parceria dessas entidades com o Estado, para a recuperação de condenados a penas privativas de liberdade.

Outro requerimento aprovado, desta vez apresentado pelo deputado Biel Rocha, solicita que seja apurada denúncia de que um repórter da Rádio Itatiaia, durante a transmissão de uma partida de futebol no último dia 7, teria dito a expressão "bandido bom é bandido morto", ao comentar o assassinato de um adolescente preso em Contagem.

Também foram aprovados requerimentos solicitando a elucidação de duas denúncias apresentadas durante a reunião. Uma delas foi feita pelo aposentado Sebastião José de Oliveira, de Sete Lagoas, que relatou a suposta falsificação de sua assinatura em um contrato de compra e venda de imóvel de propriedade dele. A segunda, feita por Geni Maria Mariano, também diz respeito a uma suposta falsificação de assinatura, em um processo de ação alimentícia contra o pai do filho dela.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Durval Ângelo (PT), presidente da comissão; Roberto Ramos (PL); Biel Rocha (PT); e Mauro Lobo (PSB), além da deputada Ana Maria Resende (PSDB).

 

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