Comissões vão acompanhar apuração dos crimes em Unaí
As comissões de Segurança Pública e de Trabalho da
Assembléia Legislativa de Minas Gerais deverão realizar uma
audiência pública para obter esclarecimentos sobre o assassinato de
três fiscais da Delegacia Regional do Trabalho de Minas Gerais,
ocorrido na última quarta-feira (28/1/2004), em Unaí, Noroeste de
Minas. O deputado Rogério Correia e a deputada Marília Campos, ambos
do PT, assinaram um requerimento nesse sentido, que deve ser
apresentado logo no reinício dos trabalhos legislativos, marcado
para 17 de fevereiro. Os três fiscais da DRT foram vítimas de uma
emboscada, juntamente com o motorista Ailton Pereira de Oliveira,
também assassinado. A caminhonete em que viajavam, a trabalho, foi
parada por dois homens, que simularam pedir informações e mataram os
quatro.
A audiência na Assembléia também irá discutir as
formas de evitar a violência contra os fiscais da DRT e de combater
o trabalho escravo e infantil no Estado. Segundo o requerimento,
serão convidados, entre outros, o secretário Nacional dos Direitos
Humanos, Nilmário Miranda; o secretário de Estado de Defesa Social,
desembargador Lúcio Urbano; o chefe da Promotoria de Combate ao
Crime Organizado, André Ubaldino; um representante do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Unaí e o procurador do Ministério Público
Federal em Minas Gerais responsável pelas investigações. A deputada
Marília Campos informou que vai apresentar um requerimento no
sentido de que também seja feita uma audiência pública em Unaí.
Os fiscais João Batista Soares Lage, Erastóteles de
Almeida Gonçalves e Nelson José da Silva foram mortos na estrada,
quando se dirigiam a fazendas da região para apurar a existência de
trabalho escravo. Os corpos dos fiscais foram velados nesta quinta
(29), em Belo Horizonte, na sede do Conselho Regional de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia (Crea/MG). Além de Correia e Marília Campos,
compareceram ao velório os deputados Roberto Carvalho (PT), Chico
Simões (PT), Sargento Rodrigues (PDT) e a deputada Jô Moraes
(PCdoB), e ainda o vice-presidente da República, José Alencar; o
governador Aécio Neves; o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini; o
secretário Nacional dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda; e o
delegado Regional do Trabalho, Carlos Calazans, entre outras
autoridades.
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