Problemas e perspectivas das RMs serão tema do 1º dia de seminário

"O sistema existente hoje na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) não tem qualquer perspectiva de funcionar ...

30/01/2004 - 15:18
 

Problemas e perspectivas das RMs serão tema do 1º dia de seminário

"O sistema existente hoje na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) não tem qualquer perspectiva de funcionar a contento, contribuindo para a integração regional, pois não consegue atuar e inibe o desenvolvimento de alternativas informais de gestão compartilhada". A opinião do consultor da Intersan, Benício de Assis Araújo, será apresentada durante o primeiro painel do Seminário Legislativo "Regiões Metropolitanas", que será realizado na próxima semana, nos dias 10, 11 e 12 de novembro, no Plenário da Assembléia de Minas. A reduzida participação do Estado na Assembléia Metropolitana da RMBH (Ambel), em uma relação desproporcional ao peso e interesse do Executivo na Região, também será abordada pelo expositor. O painel começa às 9 horas.

O Seminário Legislativo recebeu cerca de 750 inscrições e tem o apoio de mais de 50 entidades. O autor do requerimento para a realização do evento, deputado Fábio Avelar (PTB), acredita que os debates serão importantes na busca de alternativas para questões abordadas na etapa de interiorização do seminário, como a necessidade de fortalecimento da Ambel, de elaboração do Plano Diretor Metropolitano e de acompanhamento das ações por um órgão comum aos municípios. O deputado lembrou ainda que os projetos que tratam de regiões metropolitanas estão com sua tramitação suspensa na Assembléia, por acordo feito entre os relatores e os autores das matérias. "Estamos aguardando o resultados das discussões que poderão subsidiar os relatórios e também futuras ações legislativas. A contribuição das diversas regiões do Estado é muito importante nesse processo", ressaltou.

O professor da Escola de Engenharia da UFMG, Ronaldo Guimarães Gouvêa, abordará o conceito de região metropolitana e de município metropolitano, os modelos institucionais alternativos para a gestão metropolitana, as dificuldades para a gestão metropolitana no Brasil, e ainda as perspectivas das regiões metropolitanas brasileiras. Já o presidente do Instituto Horizontes, Marcos Villela de Sant'Anna, que está trabalhando na articulação do Plano Estratégico da Grande BH, apresentará o conceito de cidade real, que não é o município e nem a Região Metropolitana, que segundo ele, teria valor apenas institucional. "O importante para nós não é o modelo de região, mas a forma de tratar os problemas que a envolvem", explicou. O Instituto Horizontes é uma ONG e Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que atua na área de planejamento estratégico focando, segundo ele, três eixos principais - o território, o cidadão e o desenvolvimento sustentável.

Dados apontam para expulsão de trabalhadores para a periferia

A professora da Faculdade de Arquitetura da UFMG, Jupira Gomes de Mendonça, abordará em sua exposição a distribuição populacional e as condições habitacionais na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A professora pretende apresentar dados dos Censos Demográficos de 1980, 1991 e 2000 e, ainda, da Pesquisa de Origem e Destino realizada pelo Plambel em 1992 que indicam um movimento de expulsão dos trabalhadores para os municípios mais periféricos, à medida que as áreas mais centrais vão adquirindo melhores condições de habitabilidade. "A segregação residencial e o problema habitacional passam, pois, a constituir questões metropolitanas, e não apenas de um ou outro município. Ao mesmo tempo, o Estatuto da Cidade traz para a ordem jurídica brasileira e para o planejamento urbano instrumentos importantes que podem ser trabalhados no escopo de um plano diretor metropolitano, na ótica de contenção dos processos especulativos com a terra urbana e criação de condições para democratizar o acesso ao solo na metrópole", afirmou.

O diretor de Assuntos Fundiários do Ministério das Cidades, Edésio Fernandes, e o superintendente de Assuntos Metropolitanos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru), Fernando de Castro, também participam do primeiro painel do seminário, que tratará da conceituação e criação das regiões metropolitanas, suas vantagens, dificuldades e perspectivas, gestão metropolitana e as funções públicas de interesse comum metropolitano, com suas implicações políticas, jurídicas e institucionais, e ainda o Plano Diretor e sua estruturação. A coordenação dos trabalhos será feita pelo presidente da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia, deputado João Bittar (PL).

Abertura - O ministro das Cidades, Olívio Dutra; o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel; a secretária de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Maria Emília Rocha Mello; e a presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano e Interior da Câmara dos Deputados, Maria do Carmo Lara, participam da abertura do evento, na próxima segunda-feira (10/11/2003), às 8h30.

Grupos de trabalho avaliam propostas de comissões

Na tarde do primeiro dia do seminário legislativo, das 14 às 18 horas, três grupos de trabalho se reunirão para discutir as propostas elaboradas pelas comissões técnicas interinstitucionais na fase preparatória do seminário. A essas propostas foram acrescentadas as contribuições dos participantes dos encontros regionais realizados em outubro nas cidades de Governador Valadares, Uberlândia, Santa Luzia, Juiz de Fora e Conselheiro Lafaiete. Sessenta delegados eleitos nesses encontros e outros que representam instituições de todo o Estado terão direito a voto nos grupos de trabalho.

O Grupo 1, que será coordenado pelo diretor de Planejamento Metropolitano da Sedru, Solano Bicalho, analisará a conceituação e a criação de região metropolitana, com suas vantagens, dificuldades e perspectivas; o Grupo 2, sob a coordenação do diretor de Programas e Projetos Metropolitanos da Sedru, Gustavo Gomes Machado, estudará a gestão metropolitana e as funções públicas de interesse comum metropolitano, com suas implicações políticas, jurídicas e institucionais. Já o Grupo 3, que será coordenado pela professora da Faculdade de Arquitetura da UFMG, Jupira Gomes de Mendonça, tratará das propostas sobre o plano diretor e sua estruturação.

Troca de experiências - Na noite da segunda-feira (12), às 19h30, o prefeito de Santa Luzia e presidente da Ambel, Carlos Alberto Parrillo Calixto; a diretora técnica da Região de Desenvolvimento Metropolitana - Agência Estadual de Planejamento e Pesquisa de Pernambuco, Maria José Marques Cavalcanti; o prefeito de Diadema e presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC-SP, José Filipe Júnior; e o prefeito de Ipatinga e presidente da Associação Metropolitana do Vale do Aço, Chico Ferramenta; apresentam experiências de planejamento regional integrado. A coordenação dos debate será feita pela deputada Cecília Ferramenta (PT).

 

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