Aprovado em 2º turno projeto que cria Selo Economia
Solidária
Dois projetos de lei (PL) foram aprovados na
reunião ordinária de Plenário da Assembléia Legislativa, nesta
quarta-feira (17/12/2003). Em 2º turno, foi aprovado o PL 830/2003,
do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), que institui o Selo Economia
Solidária. O projeto cria a Política Estadual de Fomento à Economia
Popular Solidária no Estado de Minas Gerais para identificar os
empreendimentos e seus agentes de fomento. Também dispõe sobre o
processo de certificação e a instituição de um fundo específico.
Foi aprovada a emenda nº 1 da Comissão do Trabalho,
da Previdência e da Ação Social, que corrige uma referência aos
dispositivos legais que identificavam os requisitos necessários para
a habilitação das iniciativas passíveis de serem conceituadas como
Economia Solidária junto à Política Estadual de Fomento à Economia
Popular Solidária no Estado de Minas Gerais (Pefeps). Durante a
discussão do projeto no Plenário, foram apresentadas mais cinco
emendas, dos deputados Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e Marília Campos
(PT).
A emenda nº 2 altera o parágrafo 2º do artigo 5º,
estabelecendo que os empreendimentos de Economia Popular Solidária
trabalharão prioritariamente em rede, abrangendo a cadeia produtiva,
desde a produção de insumos até a comercialização final dos
produtos. A de nº 3 modifica o parágrafo 2º do artigo 7º,
prorrogando o prazo para que os grupos não constituídos legalmente
possam habilitar-se para participar da Política Estadual de Fomento
à Economia Popular Solidária no Estado de Minas Gerais (Pefeps).
Inicialmente os informais poderiam ser dispensados do registro
formal.
A emenda nº 4 altera o artigo 8º, especificando que
os empreendimentos de Economia Popular Solidária deverão
registrar-se no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou
na Junta Comercial. Somente os empreendimentos cujas atividades
implicarem a geração de ICMS deverão inscrever-se no órgão
fazendário estadual, onde deverão receber classificação específica.
Inicialmente o projeto previa que todos os empreendimentos deveriam
ser inscritos nos órgãos fazendários estaduais. A emenda nº 5
modifica o artigo 10, vinculando o Conselho Estadual da Economia
Popular Solidária à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e
Esportes e não à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, como
constava no projeto original. O parágrafo 1º do mesmo artigo,
estabelece que a eleição dos membros que comporão o Conselho deverá
ser feita em assembléia convocada para este fim, sob a coordenação
da secretaria. A emenda nº 6 esclarece também que o Conselho terá
uma secretaria executiva vinculada à Secretaria de Desenvolvimento
Social e Esportes.
Projeto sobre Fundo do Jaíba é aprovado em 1º
turno
O PL 1.239/2003, do governador, que dispõe sobre o
Fundo de Desenvolvimento Regional do Jaíba, foi aprovado em 1º
turno. O projeto altera as Leis nº 11.394, de 6 de janeiro de 1994 e
nº 12.366, de 26 de novembro de 1996. Da forma como foi aprovado, o
projeto permite a transferência de recursos do fundo para a
Ruralminas e para o Instituto Estadual de Florestas implantarem
áreas de preservação ambiental. Também inclui entre as beneficiárias
do fundo empresas localizadas fora da área do Distrito
Agroindustrial do Jaíba, mas que tenham alguma ligação com o
projeto. Neste ano, o total de recursos do fundo somou R$ 26,5
milhões. Para o ano que vem, estão previstos R$ 22,95 milhões para
investimentos em irrigação.
O projeto também autoriza a transferência da Minas
Gerais Participações para a Ruralminas de uma área de 30 mil
hectares localizada no município de Jaíba. Também está previsto que
a Assembléia fará avaliações anuais sobre a aplicação de recursos do
fundo e os benefícios gerados, e que um representante da Federação
dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg)
será incluído no grupo coordenador do Fundo Jaíba. O projeto também
propõe a isonomia de tratamento a todos os beneficiários em relação
à concessão de redução do valor do saldo devedor a ser definida pelo
Poder Executivo. O PL 1.239/2003 foi aprovado com as emendas nºs 1 e
2 da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária e com as
emendas nºs 3 e 6 apresentadas em Plenário respectivamente pelos
deputados Padre João e Chico Simões, ambos do PT. As emendas nºs 4 e
5 foram rejeitadas.
Plenário aprova seis pareceres de redação
final
Durante a reunião, foram aprovados pareceres de
redação final sobre seis projetos. Eles agora serão remetidos à
sanção do governador. São eles:
* Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 53 2003,
do deputado Elmiro Nascimento (PFL), que atribui competência ao
Tribunal de Justiça de Minas Gerais para processar e julgar mandado
de segurança relativo a perda de mandato de prefeito.
* Projeto de Resolução (PRE) 687/2003, da Comissão
de Fiscalização Financeira e Orçamentária, que dispõe sobre as
contas do governador do Estado referentes ao exercício financeiro de
2001.
* Projeto de Lei (PL) 66/2003, da deputada
Maria José Haueisen e do deputado Padre João (PT), que altera
dispositivos da Lei 12.812, de 1998, que regulamenta o parágrafo
único do artigo 194 da Constituição do Estado, que dispõe sobre a
assistência social às populações de áreas inundadas por
reservatórios.
* PL 540/2003, do deputado Antônio Carlos Andrada
(PSDB), que autoriza o Poder Executivo a doar imóveis de propriedade
do Estado atualmente cedidos aos municípios em decorrência da
municipalização escolar.
* PL 607/2003, do deputado Antônio Carlos Andrada
(PSDB), que autoriza o Poder Executivo a doar imóvel ao município de
Senador Firmino.
* PL 835/2003, do governador, que reabre o prazo
para cadastramento do produtor de queijo minas artesanal no
Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
* PL 1.182/2003, do deputado Antônio Júlio (PMDB),
inclui o curso superior de licenciatura na relação dos cursos que
poderão ser implantados fora das sedes das instituições de ensino
público estadual, por meio da celebração de convênios entre as
universidades e os municípios.
Requerimentos - Foram
aprovados ainda dois requerimentos da Comissão de Saúde para que
sejam enviados ofícios aos Conselhos Regionais de Medicina e de
Odontologia, solicitando a realização de campanha junto aos
profissionais no intuito de sensibilizá-los para a necessidade de
escrever nas receitas e prontuários com letra legível e sem códigos
ou abreviaturas; e dois da Comissão Especial dos Aeroportos
questionando a Infraero se a Portaria nº 13, de 5/1/94, está sendo
cumprida; e solicitando ao superintendente da Infraero-Pampulha
informações sobre o andamento do processo licitatório das obras do
aeroporto da Pampulha e sobre o processo de licenciamento ambiental
das citadas obras.
Art. 70 - Solaris
Os "ralos" de corrupção do Estado foram abordados
pelo deputado Laudelino Augusto (PT), que ocupou a tribuna fazendo
uso do artigo 70 do Regimento Interno, durante a reunião ordinária
do Plenário nesta quarta-feira (17/12/2003). O deputado mencionou a
reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária que
ouviu ontem o contador da Companhia Mineradora de Minas Gerais
(Comig), Gilberto Simões Rabelo. Segundo o deputado, as informações
apresentadas pelo contador reafirmaram as suspeitas dos deputados de
que a Solaris Company Limited teria recebido informações
privilegiadas no processo de compra de 2,5 % das ações da Comig, que
pertenciam à Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco
(Codevasf).
Laudelino Augusto defendeu a necessidade de
instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para
apurar o caso. Segundo ele, na venda dessas ações, a Solaris teria
se beneficiado com R$1,1 milhão de dividendos da Comig, que a
empresa recebeu quatro meses depois da compra. Mas, em obras
financiadas pela companhia, que não foram realizadas, a Comig teria
gasto mais de R$60 milhões. Os deputados Domingos Sávio (PSDB),
Doutor Viana (PFL), e Miguel Martini (PSB) ressaltaram a importância
das investigações e apoiaram a iniciativa de se propor uma CPI para
apurar possíveis irregularidades na Comig.
|