Sindicalistas de Juiz de Fora apresentam denúncias de
extorsão
O presidente do Sindicato de Transporte Rodoviário
de Juiz de Fora, Jorge de Oliveira Ferreira, o tesoureiro do
sindicato, Antônio Carlos Costa, apresentaram denúncias de extorsão
e favorecimento em sentenças contra o juiz da 5ª Vara Cível de Juiz
de Fora, Murilo de Sá Júnior. Eles foram ouvidos pela Comissão de
Segurança Pública da Assembléia Legislativa, nesta quarta-feira
(17/12/2003), a requerimento do deputado Alberto Bejani (PTB), e
afirmaram estar sofrendo ameaças de morte, que teriam sido feitas
por telefonemas ao sindicato. O presidente da entidade disse que não
há identificação da voz, mas afirmou suspeitar do juiz, do advogado
Marcos Ladeira, e de integrantes de outro sindicato de rodoviários
da cidade.
O advogado dos sindicalistas, Lorivaldo Carneiro,
confirmou as denúncias, afirmando que seus clientes estão temerosos.
Ele solicitou que a Comissão de Segurança Pública providencie
proteção para os sindicalistas. Segundo Jorge de Oliveira Ferreira,
a juíza aposentada Amarilys Delgado teria procurado o sindicato,
dizendo representar o juiz Murilo de Sá Júnior, pedindo R$ 20 mil
para que fosse dado andamento ao processo de liberação de R$ 170 mil
de contribuições sindicais, que estavam bloqueados pela Justiça. O
dinheiro, segundo o presidente do sindicato, foi entregue ao juiz
pelo tesoureiro Antônio Carlos Costa, mas os recursos bloqueados
teriam sido liberados para o outro sindicato, o Sintro, que alega
não ter recebido a quantia.
Juiz teria tentado extorquir Sindicato dos
Vigilantes
Denúncias de extorsão contra o juiz Murilo Sá
Júnior também foram apresentadas pelo ex-presidente do Sindicato dos
Vigilantes de Juiz de Fora, Paulo Sérgio Pena Félix. Segundo Félix,
no final de 2001 um estagiário do juiz teria pedido R$ 30 mil para
que ele continuasse como presidente do sindicato. O dinheiro não foi
pago, o sindicato foi invadido pela oposição e poucos dias depois
ele foi destituído do cargo por meio de uma liminar.
Em reunião realizada no dia 10 de dezembro, a
Comissão de Segurança Pública aprovou requerimento do deputado
Alberto Bejani (PTB) para que fosse enviado ofício à Corregedoria de
Justiça para afastar o juiz até a conclusão das investigações sobre
as denúncias. Uma sindicância da corregedoria apura, além das
extorsões, denúncias de emissão de cheques sem fundos e apropriação
de móveis do Fórum de Congonhas.
O deputado Alberto Bejani disse que o juiz Márcio
Elso, que era o titular da 5ª Vara em 1977, vem fazendo ameaças à
ele e sua família. Os deputados Bejani, Biel Rocha (PT), Zé Maia
(PSDB) e Sargento Rodrigues (PDT) pediram informações sobre os
pagamentos que teriam sido pedidos pelo juiz. Zé Maia acredita que
há disputa entre os sindicatos.
Presenças - Participaram
da reunião os deputados Sargento Rodrigues (PDT), Alberto Bejani
(PTB), Zé Maia (PSDB), Biel Rocha (PT) e Durval Ângelo (PT).
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