Comissão da Santa Casa apresentará relatório final na quarta
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A Comissão Especial da Santa Casa apresenta nesta
quarta-feira (3/12/2003) o relatório final com as conclusões de seus
trabalhos. Criada no dia 4 de setembro deste ano com a finalidade de
analisar a situação financeira do hospital, a comissão reuniu-se com
membros da diretoria da instituição e com os gestores do Sistema
Único de Saúde (SUS) nos níveis estadual e municipal. O documento
com o diagnóstico dos principais problemas detectados e propostas
para solucioná-los, elaborado pelo relator, deputado Roberto
Carvalho (PT), vai ser lido a partir das 15 horas, no Plenarinho II
da Assembléia Legislativa.
Em suas discussões com convidados, a comissão
apurou que a dívida total da Santa Casa gira em torno de R$ 200
milhões, dos quais R$ 37 milhões são dívidas trabalhistas. Os
gestores do SUS reclamam da má administração do hospital, que
recorreu ao mercado financeiro para captar recursos e, com isso,
contraiu uma dívida de R$ 178 milhões. Já a direção do hospital
alega que a baixa remuneração dos serviços prestados pelo SUS é a
causa do desequilíbrio financeiro da instituição, que culminou com a
apreensão de equipamentos pela multinacional Siemens, por falta de
pagamento.
Os diretores da Santa Casa garantem que já está em
andamento um plano de reestruturação administrativa conduzido pelo
Instituto de Desenvolvimento Gerencial, o mesmo que teria
modernizado a administração da Santa Casa de Porto Alegre, que é
modelo de instituição filantrópica no país. Além disso, a Santa Casa
alega que 70% das dívidas com a Siemens já foram pagas. Por conta da
crise financeira, o hospital opera com 40% de sua capacidade.
Funcionários estão em greve desde o dia 25 de novembro,
reivindicando o pagamento de salários atrasados e do 13o
de 2002 e 2003. Os médicos da instituição ameaçam suspender novas
internações, por causa do desabastecimento do estoque de
remédios.
Além do deputado Roberto Carvalho, compõem a
comissão a deputada Jô Moraes (PCdoB, presidente) e os deputados
Fahim Sawan (PSDB, vice), Neider Moreira (PPS) e Roberto Ramos
(PL).
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