Comissão de Turismo discute desenvolvimento do projeto Estrada
Real
As oportunidades de criar pequenos negócios em
torno do projeto da Estrada Real foram a tônica da reunião da
Comissão de Turismo, Indústria e Comércio da Assembléia, realizada
na manhã de sexta-feira (28/11/03), no auditório da Faculdade Santa
Marta, em São Lourenço. Na platéia, lideranças políticas e
empresariais de São Lourenço e cidades vizinhas, incluindo dezenas
de estudantes de Turismo. Especialmente a estes, o diretor geral do
Instituto Estrada Real, Eberhard Hans Aichinger, recomendou que não
se candidatem a empregos quando se formarem, mas que estabeleçam
negócios voltados para os 2,5 milhões de turistas que o projeto da
Estrada Real deve atrair a cada ano.
Os números apresentados pelo diretor impressionaram
os deputados pela magnitude. São 177 municípios envolvidos (162 em
Minas, oito no Rio de Janeiro e sete em São Paulo), num percurso
superior a 1.400 km de Parati a Diamantina, maior do que o Caminho
de São Tiago de Compostela, e abrangendo um território maior que o
da Áustria. A população envolvida é de 9,5 milhões de pessoas, do
tamanho de Portugal. Há interesse na oferta de pacotes a visitantes
especialmente da Espanha e Portugal.
O que é mais importante, segundo Eberhard, é que já
não se trata apenas de um sonho ou um projeto. "A Estrada Real já é
uma realidade concreta, e não é mais possível recuar ou desistir.
Recentemente, recebemos cinco grupos de ciclistas ingleses, que
fizeram o trecho de São João del Rei a Parati. Após divulgarmos os
roteiros numa reunião de agentes turísticos em São Paulo, as linhas
telefônicas das pousadas congestionaram", disse ele. Natalício
Tenório Cavalcanti, da Secretaria de Turismo, acrescentou que a
procura vai se multiplicar a partir de fevereiro, quando a Estrada
Real for apresentada em 80 países do mundo como tema da Escola de
Samba Mangueira no Carnaval de 2004.
Aécio criou linha de crédito subsidiado no
BDMG
Ao longo do Caminho Velho, do Caminho Novo e do
Caminho dos Diamantes, há uma infinidade de atrativos pendurados
como num "varal" ao longo dos eixos: caminhadas, cavalgadas,
pedaladas, culinária, cachoeiras, artesanato, festas religiosas,
eventos esotéricos e banhos medicinais se destacam entre 52
atividades econômicas possíveis de gerar renda para 148 mil pessoas.
O BDMG já tem uma linha de crédito para emprestar de R$ 5 mil a R$
500 mil a juros de 1% ao ano, para quem quiser comprar uma charrete
ou instalar uma pousada rural.
Os deputados presentes à reunião compartilham do
entusiasmo do Instituto Estrada Real, mas tiveram que responder a
questionamentos das lideranças sobre o estado precário das estradas
que afugenta os turistas das estâncias hidrominerais. Paulo Cesar
(PFL), presidente da Comissão, lembrou que a Estrada Real era usada
para o escoamento do ouro e dos diamantes produzidos em Minas, e que
é hora de recuperar essas riquezas através do turismo.
Maria Olívia (PSDB), vice-presidente, também
acredita que a saída do Brasil das dificuldades atuais passa pelo
turismo, por causa do clima agradável todo o ano e pelo espírito
acolhedor da nossa gente. Sobre as estradas, disse que "buraco não é
privilégio do Sul de Minas. As estradas do Estado inteiro estão mal
conservadas", disse a deputada.
Laudelino Augusto (PT), apóia inteiramente a
indústria do turismo, que considera "economicamente viável,
socialmente justa e ecologicamente correta". Laudelino defendeu a
retomada do prestígio da crenoterapia, ou seja, dos tratamentos
medicinais à base de água mineral.
O deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), autor do
requerimento que originou a reunião, falou sobre a responsabilidade
que todos os homens públicos, sejam eles deputados, prefeitos ou
governantes, de alavancar recursos para consolidar o projeto da
Estrada Real, que foi colocado com o status de projeto
estruturador pelo governador Aécio Neves. Ribeiro Silva falou também
sobre o projeto de regulamentação do ecoturismo em Minas.
Presenças: Deputados Paulo
Cesar (PFL), presidente; Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Laudelino
Augusto (PT), e deputada Maria Olívia (PSDB), vice.
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