Presidência recebe documento com propostas para reforma agrária

Aprovado por unanimidade, o documento final com as propostas dos grupos de trabalho do Fórum Técnico "Reforma Agrária...

26/11/2003 - 17:59
 

Presidência recebe documento com propostas para reforma agrária

Aprovado por unanimidade, o documento final com as propostas dos grupos de trabalho do Fórum Técnico "Reforma Agrária em Minas: Impasses e perspectivas", foi entregue, nesta quarta-feira (26/11/2003), ao deputado Padre João (PT), representando a Presidência da Assembléia. O autor do requerimento que originou o fórum, deputado Rogério Correia (PT), informou que o documento vai ser entregue também ao governador do Estado, Aécio Neves, ao presidente do Incra, Rolf Hackbart, e ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto.

Assinaram o documento mais de 15 entidades participantes do fórum, representando trabalhadores sem-terra e movimentos sociais, além de órgãos federais e estaduais dos poderes Executivo, Judiciário e Ministério Público. Foi também aprovada uma moção dos movimentos sociais considerando um avanço para a reforma agrária em Minas a criação da Secretaria Extraordinária Para Assuntos de Reforma Agrária. Mas o documento ressalva que é preciso estruturar a pasta, com dotação orçamentária suficiente. Para isso, os movimentos apóiam duas iniciativas do Bloco PT/PCdoB - a emenda orçamentária 937, aumentando o orçamento para 2004 do Iter de R$ 1 milhão para R$10 milhões, e a reivindicação junto ao governador da contrapartida da Copasa no convênio assinado com o Incra para viabilizar o abastecimento de água para os assentamentos.

Grupo 1 - Sugerido pelos participantes para subsidiar a regulamentação da política de reforma agrária em Minas, o documento final traz mais de cem propostas, agrupadas por temas, seguindo a divisão dos grupos de trabalho. O Grupo 1, coordenado pelo procurador federal do Incra, José Sérgio Pinto, teve aprovadas mais de 20 propostas referentes ao tema "Processo e procedimentos de reforma agrária", entre elas: revisão dos processos administrativos para tornar a desapropriação rápida e econômica; parceria entre órgãos e movimentos sociais para destinar à reforma agrária terras devolutas irregulares; e estabelecimento de metas e orçamento para a reforma no Estado com a participação dos movimentos sociais. Além disso, propõe que o Judiciário priorize as ações de reforma agrária e facilite averbação da reserva legal de imóveis desapropriados para agilizar projetos de assentamento.

Grupo sugere simplificação de licenciamento ambiental

O Grupo 2, com o tema "Meio ambiente e reforma agrária" e coordenado pelo procurador-chefe da Feam, Joaquim Martins da Silva Filho, apresentou três propostas: simplificar procedimentos para o licenciamento ambiental de assentamentos alterando a Deliberação Normativa do Copam 44/2000 (define normas para licenciamento ambiental de projetos de assentamento para reforma agrária); criar comissão paritária com representantes do Incra, IEF, Igam, Emater, Semad e movimentos sociais para alterar essa deliberação; e criar projeto de reflorestamento ecológico.

Coordenado pelo professor de Geografia Agrária da Uemg, Crispim Moreira, o Grupo 3, com o tema "Movimentos sociais e reforma agrária", formulou mais da metade das propostas do documento final. As sugestões foram agrupadas em subtemas, englobando os documentos "Vida digna no campo" do programa de governo de Lula e "Carta da Terra" do Fórum Nacional pela reforma agrária, e as propostas apresentadas no grupo, compreendendo cinco assuntos: gestão do território para o desenvolvimento agrário, defesa e promoção dos direitos humanos no campo, obtenção de terras que não cumprem função social, modos de implantação e desenvolvimento de assentamentos, recuperação dos assentamentos existentes, e educação e formação de trabalhadores.

Legislação agrária - Com o tema "Legislação Agrária", o Grupo 4, coordenado pelo procurador do Iter, Abraão Soares dos Santos, apresentou cerca de 20 propostas, entre elas: criar comissão na Assembléia para estudar, com Iter, Incra e movimentos sociais, proposições relativas a terras públicas e devolutas, visando a reformulação da Lei Estadual 11.020/93, que trata do assunto, e a consolidação da legislação fundiária; isentar o Iter de custas e emolumentos para fins de transcrição, averbação e certidões em cartórios de imóveis; estruturar vara agrária com mais juízes, dando-lhe competência para julgar ações discriminatórias; simplificar exigências documentais, condensando várias licenças em uma; isentar de outorga as captações para abastecimento de água dos assentamentos; reduzir prazo para pronunciamento do órgão ambiental sobre pedido de licença dos assentamentos; isentar de custos as ações que demandam perícia judicial.

 

 

 

 

 

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