Trabalhadores Rurais expõem artesanato na Assembléia
Ervas medicinais, panos de prato, caminhos de mesa,
verduras, ovos, roupas e livros são alguns dos produtos em exposição
na Feira de Artesanato dos Trabalhadores Rurais, no Hall das
Bandeiras. A feira é atividade integrante do Fórum Técnico
"Reforma Agrária em Minas: Impasses e Perspectivas" e conta com
estandes de vários movimentos, como Liga dos Camponeses Pobres, MST,
Comissão Pastoral da Terra, Instituto dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Vale do Jequitinhonha, e Federação dos
Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais.
Para Alice Mendes Pimenta, integrante do Movimento
Terra, Trabalho e Liberdade, a feira de artesanato aparece como uma
oportunidade de mostrar à sociedade o trabalho que é feito pelo
homem do campo, além de ser uma forma de busca de reconhecimento
dessas atividades. Segundo ela, o Movimento Terra, Trabalho e
Liberdade congrega cerca de 485 famílias, que vivem na Fazenda
Tangará, próxima a Uberlândia. Ela conta que, na fazenda, os
trabalhos são divididos entre lavoura e artesanato.
Já para a presidente da Cooperativa Agropecuária e
Silvicultura de São João do Paraíso, Vera Lúcia de Castro Silva
Ferreira, a fira é um meio de mostrar uma forma inovadora de
plantio: a que leva em conta a preservação da natureza. A
cooperativa foi criada em 1999 e é composta por 20 trabalhadores
rurais. Em 2001, a cooperativa criou uma indústria que extrai
eucalipto para fazer óleo com propriedades terapêuticas,
desinfetante e detergente. Vera Lúcia informa que a indústria,
atualmente, gera cerca de 200 empregos, lutando até pela inclusão
social de portadores de deficiência, que são responsáveis pela
embalagem dos produtos.
Outra contribuição que a feira de artesanato está
trazendo aos trabalhadores rurais é a de conscientizar a população
sobre a realidade da construção de barragens que não é mostrada
pelas empresas, ou seja, aquela realidade que trata das questões
humanas, sociais e ambientais. Esta é a visão do integrante do
Movimento dos Atingidos por Barragens, Claudiano José da Silva, que
explica que o movimento é desenvolvido em âmbito nacional. Segundo
ele, em Minas, o movimento é representado pelo Projeto Fumaça, que
tem 322 famílias cadastradas. No estande, podem ser encontrados
livros, jornais e folhetos explicativos sobre a problemática das
barragens, camisetas, bonés; além de potes feitos com pedra sabão,
principal meio de subsistência daquelas famílias.
O servidor da Coordenação de Orientação e Segurança
(COS) da Assembléia Legislativa, Alcilito Pinto Alves, que visitou a
Feira, considera a atividade importante para a valorização da
cultura popular, que ainda se mantém forte no meio rural. A feira de
artesanato dos trabalhadores rurais pode ser visitada até meio-dia
desta quarta-feira (26/11/2003), no Hall das Bandeiras.
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