Comissão do Metrô discute estações Vilarinho e
Barreiro
"A construção do metrô de Belo Horizonte se arrasta
há 22 anos e já teria consumido US$ 850 milhões, mas ainda está
longe de integrar as regiões Norte e Oeste da Capital", disse o
deputado Célio Moreira (PL), durante reunião desta quarta-feira
(19/11/2003), da Comissão Especial do Metrô da Assembléia
Legislativa de Minas. O cancelamento da licitação da construção da
estação Vilarinho, por decisão unilateral da Cia. Brasileira de
Transportes Urbanos (CBTU), provocou reações enérgicas dos
deputados, que convocaram o presidente da CBTU, João Luiz da Silva
Dias, e os representantes das construtoras para a reunião desta
quarta.
Dias não compareceu, nem enviou representante, o
que motivou duras críticas formuladas pelo deputado Irani Barbosa
(PL). O presidente da Comissão, Célio Moreira, lembrou que, no
último 28 de outubro, o atual presidente da CBTU trocou acusações
com seu antecessor, o ex-deputado Ziza Valadares, em reunião da
Comissão. "João Luiz disse, na ocasião, que o ramal do Barreiro
ficaria em quarto plano na CBTU. Agora cancelou a obra do Vilarinho,
e só Deus sabe quando voltará à pauta da empresa", lamentou Célio
Moreira.
O vencedor da licitação para a estação Vilarinho,
Bruno Bedinelli Filho, presidente da Diedro Construções e Serviços
Ltda., mostrou-se perplexo com o cancelamento. "Participamos de uma
concorrência saudável e limpa, assinamos o contrato, a ordem de
serviço, começamos o trabalho e de repente recebemos a comunicação
do cancelamento. Acredito que essa forma de contratação é um belo
modelo adotado pela CBTU, uma verdadeira parceria público-privada",
opinou.
O deputado Célio Moreira tinha informações segundo
as quais o cancelamento foi originado pela subtração de duas páginas
do edital. O empresário afirmou que a troca do valor da garantia de
R$ 1,6 milhão para R$ 160 mil foi sugerida pela própria CBTU, e que
a Diedro nada recebeu pelo serviço já feito. Outros empresários
presentes, Luiz Fernando Pires e Antônio Kalil Hanna, da Mascarenhas
Barbosa Roscoe, deram detalhes sobre a construção de obras para a
BHTrans, e sobre os acordos para construção e exploração de centros
comerciais acima das plataformas das estações. "Fizemos a do
Barreiro cumprindo todos os itens do contrato. Não houve nem
correção de valor. Temos 70 anos no mercado e um nome absolutamente
limpo", afirmou Pires.
Empresários assinalam lisura das licitações
Marco Aurélio Caldeira, da LGN Participações,
elogiou a transparência e a honestidade do processo de licitação da
estação BHBus do Barreiro, em que sua empresa entrou juntamente com
a Mascarenhas Barbosa Roscoe, vislumbrando, na movimentação diária
de 120 mil passageiros, boas oportunidades comerciais para instalar
um supermercado num terreno fronteiriço, que a empresa havia
arrematado em hasta pública num leilão da Justiça Federal.
O deputado Gustavo Valadares (PFL) questionou a
falta de representantes do PT para debater na reunião o
comportamento da CBTU, e informou que o presidente da empresa não só
não compareceu, como proibiu seus subordinados de prestarem
informações à Comissão. Leonardo Quintão, do PMDB, foi mais além.
Propôs que, se a Comissão não receber a documentação necessária para
a conclusão correta de seus trabalhos, seja instaurada uma CPI com
amplos poderes para obrigar as autoridades a colaborarem.
O relator da Comissão, deputado Ivair Nogueira
(PMDB), conclamou a todos à luta para a conclusão do metrô,
lembrando que o presidente Lula disse recentemente, em Pouso Alegre,
disse que não quer mais obras paralisadas. "A conclusão de obras
iniciadas deveria ser obrigatória, independentemente dos governos.
Vamos levantar todas as obras paralisadas em Minas e listá-las para
o presidente da República", propôs Nogueira.
Presenças - Participaram
os deputados Célio Moreira (PL), presidente; Ivair Nogueira (PMDB),
relator; Gustavo Valadares (PFL), Leonardo Quintão (PMDB) e Irani
Barbosa (PL).
|