Governo vai estimular Tecnologia da Informação no
Estado
O secretário de Estado de Ciência e Tecnologia,
Bilac Pinto, espera que 39 novas empresas de base tecnológica se
instalem em Minas Gerais no próximo ano, gerando cerca de 7.500
empregos no Estado. Durante a reunião da Comissão de Educação,
Cultura, Ciência e Tecnologia da Assembléia de Minas, nesta
quarta-feira (19/11/2003), deputados, empresários e professores
discutiram aspectos da Tecnologia de Informação (TI) e da
Informática no Estado e o seu papel no "choque de gestão" da atual
administração estadual.
Investir em Tecnologia da Informação (TI) faz parte
dos projetos estruturadores do governo para o Estado e, segundo o
secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Marco Antônio da
Cunha, uma das prioridades também é investir em empresas mineiras já
existentes. O secretário Bilac Pinto reforçou a importância do que
chamou de "tripé básico" para o desenvolvimento tecnológico de
Minas: sociedade civil organizada, universidades e agentes
públicos.
O presidente da Sociedade Mineira de Software
(Fumsoft), Arnaldo Bacha de Almeida, expôs a atual situação do setor
de Tecnologia da Informação no Estado, apontando algumas de suas
limitações. Ele caracterizou Tecnologia de Informação como a "soma
de softwares, hardwares e serviços relacionados a um conjunto de
técnicas que tratam, armazenam e disponibilizam informações".
Segundo ele, a TI é um instrumento de produtividade e
competitividade para todos os setores da economia mineira por gerar
empregos e produtos de alto valor agregado que aumentam a riqueza do
Estado. Mas o presidente da Fumsoft aponta algumas limitações no
desenvolvimento de Tecnologia de Informação no Estado, como a falta
de financiamento, de políticas industriais de alto impacto e de
políticas tributárias, que contribuem para o "mau posicionamento de
Minas Gerais no ranking de faturamento do setor no Brasil".
O professor-adjunto do Departamento de Ciências da
Computação do Instituto de Ciências Exatas da UFMG, Antônio Otávio
Fernandes, fez uma explanação sobre o ensino de TI na UFMG e
destacou os avanços dos cursos de extensão, pós-graduação e pesquisa
nos últimos três anos. "A Universidade Federal apresenta a
capacitação tecnológica como diferencial para os seus alunos e
empresas que firmem parcerias com ela, pois oferece soluções em
amplo espectro, vantagem competitiva e profissionais prontos para o
mercado, que atuam em institutos de pesquisa e empresas do Brasil e
do mundo", destacou.
Associação defende regulamentação de
software
O presidente da Associação das Empresas Brasileiras
de Tecnologia da Informação, Software e Internet de Minas Gerais
(Assespro/MG), Marcos Brafman, apontou a urgência da regulamentação
específica do software como uma ação fundamental para o
desenvolvimento do setor de Tecnologia da Informação no Estado. "É
urgente a criação de uma lei que resguarde a independência
tecnológica e as particularidades do setor, além um fórum permanente
na Assembléia Legislativa para discutir propostas de ações
coordenadas que promovam o desenvolvimento desta tecnologia",
afirmou.
O presidente da Prodemge, Maurício Azeredo Dias,
disse que os quatro pontos principais do "choque de gestão" do
Governo dizem respeito à modernização administrativa do Estado, "que
passam necessariamente pela informatização das atividades". Dentre
as ações modernizadoras que serão implementadas pela Prodemge, ele
destacou a integração das base de dados do Estado, dos sistemas de
informações (Sisap e Siaf), implementação de padrões de segurança
nos ambientes computacionais, aumento da rede de comunicação de
dados e sistema único de compras pela administração pública (pregão
eletrônico).
O representante da Federação das Indústrias de
Minas Gerais (Fiemg), Aloísio de Oliveira, apontou seis direções que
podem contribuir para o aumento da representatividade de Minas
Gerais no mercado nacional de Tecnologia de Informação. De acordo
com ele, é preciso articular, estruturar, educar, inovar,
interiorizar e incentivar um conjunto de ações no sentido de
desenvolver o setor no Estado. O secretário municipal de
Modernização Administrativa e Informação de Belo Horizonte, Leonardo
Pontes Guerra, concorda com Aloísio de Oliveira e cita o Parque
Tecnológico de Belo Horizonte como um primeiro passo neste sentido.
"O parque é um ambiente de inovação, um arranjo produtivo que foi
articulado pela prefeitura, Sebrae, Fiemg e UFMG", disse.
TI deve ser considerada atividade meio
O assessor da Secretaria de Estado de Planejamento
e Gestão, Marconi Martins Laia defendeu a necessidade de se promover
debates na busca de convergência de ações que foquem a TI como
atividade meio da administração pública, já que as ações e
investimentos na área de Tecnologia da Informação são muito
pulverizadas. Marconi Martins apresentou o Plano Mineiro de Governo
Eletrônico, que irá reformular alguns serviços eletrônicos que o
governo já possui e disponibilizar novos produtos. "O programa
eletrônico visa promover a desburocratização, transparência e a
efetividade das ações do governo, a partir do direcionamento
estratégico dos sistemas", afirmou. A universalização do acesso à
serviços e informações do governo, a garantia da transparência, a
ampliação do controle social e, principalmente, a utilização da
informação como um recurso de gestão e desenvolvimento foram
apontadas pelo assessor como desafios da secretaria para implantação
do programa.
Presença - Participaram da
reunião os deputados Adalclever Lopes (PMDB), presidente; Leonídio
Bouças (PTB); Sidinho do Ferrotaco (PSDB); Weliton Prado (PT);
Domingos Sávio (PSDB); Paulo Piau (PP); Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e
a deputada Ana Maria Resende (PSDB). Além dos convidados citados na
matéria, também participaram da reunião o presidente do Sindicato
das Empresas de Processamento de Dados do Estado de Minas Gerais
(Sindfor/MG), Cristiano Becker; e o representante do Banco de
Desenvovimento de Minas Gerais (BDMG), Carlos Fernando.
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