Deputado alerta para risco de tragédia no aeroporto da Pampulha

Apesar de todas as garantias dadas pelos órgãos técnicos de que o aeroporto da Pampulha é inteiramente seguro, o depu...

18/11/2003 - 19:27
 

Deputado alerta para risco de tragédia no aeroporto da Pampulha

Apesar de todas as garantias dadas pelos órgãos técnicos de que o aeroporto da Pampulha é inteiramente seguro, o deputado Adalclever Lopes (PMDB) não se convenceu. Ele advertiu para o risco de uma tragédia de grande porte na Pampulha, "um 11 de setembro sem terroristas". O alerta foi feito durante a reunião da Comissão de Transportes, Comunicação e Obras Públicas da Assembléia Legislativa, nesta terça-feira (18/11/2003). O deputado disse que vai apresentar requerimento pedindo informações à Infraero e ao Departamento de Aviação Civil (DAC) sobre se há ou não condições de se instalarem equipamentos de luzes de aproximação (ALS) e de rumo e rampa (ILS).

Na terceira reunião para discutir a reforma no terminal, a ênfase do debate desta terça-feira foi a segurança de operação do aeroporto da Pampulha. O tema está sendo discutido na Comissão de Transportes, mas já foi criada uma comissão especial que se reúne pela primeira vez nesta quarta (19) para analisar os problemas com operação e excesso de passageiros. Diante da alegação dos técnicos de que a reforma visava apenas ao conforto dos passageiros, Adalclever Lopes arrematou: "entre o conforto dos passageiros e a segurança da comunidade, eu fico com a segurança". E lembrou cinco acidentes com aviões pequenos ocorridos na Pampulha, um no ano passado, em que morreram quatro pessoas, num Navajo.

O aeroporto da Pampulha foi projetado para receber 750 mil passageiros/ano, e hoje opera com 3,5 milhões, segundo dados do ano passado. A Infraero anunciou um projeto de reformas para o terminal, com custo total de R$ 140 milhões, com o objetivo de melhorar as condições de embarque e desembarque de passageiros. O aeroporto tem autorização do DAC de operar 16 operações por hora de aviação regular (comercial) e mais 18 de aviação geral (pequena navegação), totalizando 34 operações de decolagem e pouso por hora, ou uma a cada dois minutos.

Apesar da polêmica há três meses, projeto ainda não está pronto

O representante do DAC, coronel Marco Aurélio Sendin, garantiu que o aeroporto da Pampulha é seguro e que o desarranjo verificado tem a ver com conforto e não com segurança. Enfatizando que o departamento só analisa os projetos técnicos, ele informou que ainda não recebeu o projeto da Infraero. O superintendente da Infraero na Pampulha, Ricardo José da Rosa Rodrigues, confirmou que o projeto não está pronto, mas em fase de conclusão, podendo ser alterado conforme as discussões que estão surgindo. Ambos informaram que o Brasil é o terceiro país do mundo em segurança na aviação.

Ricardo Rosa disse que as reformas têm duas etapas, uma para curto prazo, com as obras concluídas em dois ou três anos e incluem as intervenções diretas no terminal, como a construção de novas salas. E uma reforma de longo prazo, de 10 a 15 anos, que incluem as intervenções no setor norte, o que demanda recursos maiores pela prefeitura e pelo Estado.

O representante da Prefeitura de Belo Horizonte, Delson Antônio Duarte, consultor técnico, garantiu o total apoio da prefeitura às reformas, afirmando que as diretrizes para o licenciamento ambiental já foram passadas à Infraero, para que o projeto saia dentro das normas exigidas pelo município. Tal afirmação levou o deputado Célio Moreira (PL), presidente da comissão, a dizer que "o Conselho Municipal do Meio Ambiente (Coman) vai aprovar o projeto com certeza, enquanto outras obras na cidade são obstruídas por pequenos detalhes".

Deputados pedem equipamentos de segurança

Demonstrando conhecimento técnico em aviação, o deputado Adalclever Lopes insistiu na falta de segurança do aeroporto da Pampulha. Ele disse que a segurança fica comprometida pela falta dos equipamentos ILS e ALS, o que foi contestado pelo representante do DAC. O coronel Marco Aurélio Sendin explicou que a falta desses equipamentos apenas impõe mais limitações ao terminal da Pampulha, e que todas as operações críticas são desviadas para Confins. O deputado falou ainda de problemas que acontecem diariamente, como a arremetida, situação em que o avião, já em procedimento de pouso, é obrigado a ganhar altitude novamente, por falta de visibilidade da pista. O superintendente da Infraero confirmou o problema, classificando-o de "procedimento normal" na aviação, mas admitindo que ele acontece com maior freqüência na Pampulha do que em outros aeroportos.

O deputado Célio Moreira sugeriu que a reforma seja adiada, com o objetivo de se fazer um planejamento maior sobre a utilização dos dois aeroportos, "para que daqui a cinco anos, a capacidade de atendimento não esteja esgotada novamente". Ele defendeu a ampliação das instalações com a construção da ala norte e o sistema viário correspondente (acesso pela avenida Cristiano Machado). Os deputados Dinis Pinheiro (PL) e Sidinho do Ferrotaco (PSDB) destacaram que o assunto deve ser amplamente debatido com a comunidade, para que se encontre a melhor solução para Belo Horizonte e o Estado.

Pareceres aprovados

Foram aprovados os seguintes requerimentos: do deputado Dalmo Ribeiro Silva PSDB), que solicita audiência pública para discutir a situação e os prejuízos decorrentes das obras inacabadas de responsabilidade do governo federal no Estado de Minas; do deputado Arlen Santiago (PTB), no qual solicita que seja convidado representante do Idene a participar de audiência pública, para prestar esclarecimentos e informações sobre o estudo do impacto ambiental da Barragem de Berizal, no Norte de Minas e demais programas do órgão; do deputado Leonardo Moreira (PL), solicitando a realização de audiência pública no município de Campos Gerais para discutir a malha viária do Sul de Minas, em especial o trecho compreendido entre os municípios de Alfenas e Boa Esperança; e da deputada Ana Maria Resende (PSDB), em que requer seja formulado apelo ao governador do Estado, para que o DER-MG assuma o controle e a manutenção da estrada que liga o distrito de Nova Esperança, em Montes Claros, ao município de Capitão Enéas, no Norte de Minas.

A comissão aprovou ainda, em 2º turno, parecer favorável ao PL 361/2003, do deputado Bilac Pinto, que dispõe sobre a obrigatoriedade de placas de sinalização nas rodovias estaduais. Também recebeu parecer pela aprovação, em 1º turno, o PL 854/2003, do deputado Doutor Ronaldo (PDT), que dispõe sobre a inclusão de cláusula contendo a obrigatoriedade da reserva de espaço para publicidade interior dos ônibus intermunicipais. O parecer foi aprovado com a emenda nº 1, apresentada em Plenário.

Presenças - Participaram da reunião os deputados: Célio Moreira (PL), presidente; Adalclever Lopes (PMDB), Gil Pereira (PP); Dinis Pinheiro (PL), Sidinho do Ferrotaco (PSDB), Ivair Nogueira (PMDB) e Roberto Carvalho (PT).

 

 

 

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