Comissão verifica situação de presos durante visitas em Itaúna

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia de Minas, deputado Durval Ângelo (PT), visitou, nesta terç...

11/11/2003 - 20:37
 

Comissão verifica situação de presos durante visitas em Itaúna

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia de Minas, deputado Durval Ângelo (PT), visitou, nesta terça-feira (11/11/2003), a Cadeia Pública de Itaúna, onde ouviu depoimentos de presos. Depois, foi ao Fórum de Itaúna, para conversar com o promotor da cidade. Vários dos 65 presos que estão na cadeia (com capacidade para 35) reivindicaram revisão de suas penas e processos e fizeram críticas à Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac). A visita partiu de uma denúncia feita pelo presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e Bombeiro Militar (AOPM/BM), major Domingos Sávio de Mendonça, em reunião da Comissão do dia 5 de novembro. Mendonça havia classificado de desigual o tratamento dado aos 118 presos da Apac e aos da cadeia pública, afirmando que os presos da cadeia reivindicavam melhores condições no local.

No Fórum, o deputado foi verificar com o promotor da Comarca de Itaúna, Rodrigo Bragança Queiroz, se as reclamações procediam. Os presos, 24 deles condenados, haviam denunciado que as fugas da Apac não estavam sendo comunicadas às Polícias Militar e Civil. Um dos foragidos, recapturado e encaminhado à cadeia, Ailton Ribeiro, confessou que fugiu da instituição no dia 3 de novembro e matou sua mulher no dia 8. Os detentos disseram que, caso a fuga dele tivesse sido comunicada, o assassinato teria sido evitado.

Promotor rebate acusações de presos de Itaúna

Mas o promotor refutou essas acusações, afirmando que todas as fugas da Apac eram, sim, comunicadas oficialmente por comunicado escrito da entidade a ele, representante do Ministério Público, e ao juiz Paulo Antônio de Carvalho, do Poder Judiciário, cumprindo a exigência legal. Já a comunicação às polícias é sempre efetuada, segundo ele, por telefone, para agilizar a recaptura do preso, uma vez que, por meio de papel, esse processo demoraria em média três dias.

Ainda de acordo com Rodrigo Queiroz, a PM local estava se recusando a recapturar presos sem a expedição do mandado de prisão. Mas ele informou que o documento não é necessário, pois trata-se de presos já condenados. Outro problema levantado pela PM, segundo o promotor, seria a dúvida se ela deve ou não prender um detento da Apac que é visto nas ruas solto. "Todos os presos com saída autorizada têm uma carta em que consta essa autorização e devem andar sempre com ela", defendeu Queiroz. Quanto ao caso do preso Aílton, o promotor apresentou o documento encaminhado pela Apac em 3 de novembro e recebido no dia 6 pelo MP, comunicando a fuga.

Penas - Outro pedido dos presos foi quanto a revisão de suas penas e processos, pois muitos se consideravam injustiçados. Durval Ângelo apresentou mais de 10 nomes de presos a Rodrigo Queiroz, mas a maioria deles tinha cometido vários crimes sucessivamente, não fazendo jus, segundo o promotor, à revisão de pena. Apenas em três casos, de presos com bom comportamento, o promotor informou que iria providenciar a documentação para que fossem transferidos para a Apac.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos sugeriu também ao promotor que baixassem uma portaria na comarca com as normas adotadas no caso de fugas da Apac, de modo a melhor divulgá-las, não deixando margem para dúvidas.

 

 

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