Comissão continua análise de representações contra deputados

A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar reúne-se nesta terça-feira (11/11/2003) para analisar pareceres a duas repre...

10/11/2003 - 21:04
 

Comissão continua análise de representações contra deputados

A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar reúne-se nesta terça-feira (11/11/2003) para analisar pareceres a duas representações recebidas: a nº 2, da Procuradoria-Geral de Justiça, que solicita a perda do mandato do deputado Irani Barbosa (PL) e é relatada pelo deputado Biel Rocha (PT) e a nº 4, do deputado Irani Barbosa, que solicita processo disciplinar contra o presidente da comissão, deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e contra o deputado Durval Ângelo (PT), e é relatada pelo deputado Célio Moreira (PL). A reunião está marcada para 17 horas, no Plenarinho I.

Nesta segunda-feira (10), os relatores leram seus pareceres, que não foram discutidos e votados pela Comissão porque houve pedidos de vista. O deputado Célio Moreira pediu vista do parecer do deputado Biel Rocha, e o deputado Padre João (PT) pedi vista do parecer de Célio Moreira. Os pareceres concluem, ambos, pela pena de censura escrita aos deputados Irani Barbosa e Durval Ângelo e pelo arquivamento da representação contra o presidente da Comissão.

O deputado Biel Rocha (PT), relator da representação nº 2, afirmou que Irani Barbosa apenas denunciou, mas não juntou provas, "arrolando argumentos que verdadeiramente não resolvem a questão". O relator se referia à entrevista do parlamentar à Rádio Itatiaia, em 9 de setembro, e a pronunciamentos em Plenário, nos dias 10 e 11 daquele mês, nos quais Barbosa fazia denúncias contra o Ministério Público e o Judiciário, bem como à defesa encaminhada à comissão.

Em sua defesa, Irani Barbosa faz referência à Constituição, que dispõe sobre a inviolabilidade civil e penal dos deputados e senadores por opiniões, palavras e votos. Argumenta, ainda, que ninguém pode pleitear (a Procuradoria-Geral de Justiça), em nome próprio, direito alheio (de alguns membros do Ministério Público). Irani Barbosa também assegurou que os fatos já haviam sido encaminhados à Corregedoria da Procuradoria de Justiça.

O relator afirma que as denúncias são graves (envolvimento de juiz e promotores de Ribeirão das Neves com o tráfico de drogas) e que, se forem comprovadas, os ocupantes dos cargos deverão ser demitidos. No entanto, reitera que o deputado Irani Barbosa apresentou denúncias infundadas, já que sem provas. Acrescenta que, embora entenda "ser o caso da aplicação de uma sanção mais gravosa, o Código de Ética estabelece uma ordem gradativa de penalidades, que vão da censura verbal até a perda do mandato". Como Irani Barbosa ainda não foi penalizado com qualquer sanção, a infração não pode ser considerada reincidência.

Sobre a representação nº 4, o deputado Célio Moreira opinou que o deputado Durval Ângelo (PT), ao afirmar que Irani Barbosa se trata de pessoa que só sabe caluniar e difamar, além de praticar extorsão e outras ações reprováveis, "afronta a ética e o decoro parlamentar". Por isso, deve receber censura escrita. Quanto a Dalmo Ribeiro Silva, o relator propõe o arquivamento da representação, relembrando, inclusive, que o presidente se afastou dos processos em que Irani Barbosa figura como denunciado, a fim de não haver dúvidas sobre sua isenção. Célio Moreira ressalta ainda que ele não agrediu a moral de Irani Barbosa, ao afirmar que "o povo mineiro não pode assistir a gracejos neste Plenário".

Requerimentos - A Comissão de Ética também aprovou dois requerimentos do deputado Biel Rocha: o primeiro solicita à Mesa providências para que seja iniciado estudo visando à alteração do Código de Ética (Resolução 5.207, de 2002); o segundo solicita debate sobre o Projeto de Lei (PL) 1.127/2003, da deputada Marília Campos (PT), que estabelece critérios para oferta e aceitação de presentes por autoridades públicas e agentes políticos.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), presidente da comissão; Fábio Avelar (PTB), vice, que a presidiu; Biel Rocha (PT), Célio Moreira (PL), Gilberto Abramo (PMDB), Gustavo Valadares (PFL) e Padre João (PT).

 

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