Aeroporto Regional da Zona da Mata gera polêmica na CCJ

A criação de um programa para estimular a utilização do Aeroporto Regional da Zona da Mata como terminal de exportaçã...

06/11/2003 - 14:18
 

Aeroporto Regional da Zona da Mata gera polêmica na CCJ

A criação de um programa para estimular a utilização do Aeroporto Regional da Zona da Mata como terminal de exportação e importação de produtos de alta tecnologia gerou polêmica na reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia de Minas desta quinta-feira (6/11/2003). Esse programa de incentivo é objeto do Projeto de Lei (PL) 986/2003, do deputado Leonardo Moreira (PL), que tramita em 1o turno e recebeu parecer contrário da CCJ.

O relator, deputado Gustavo Valadares (PFL), argumenta que a criação de programas desse tipo só pode ser proposta pelo governador do Estado. Mas os deputados Durval Ângelo (PT) e Leonardo Moreira insistiram na aprovação do projeto. "O projeto tem controvérsias quanto à legalidade, constitucionalidade e juridicidade, mas o interesse público é fundamental, e eu duvido que o governador vá vetar a proposição", rebateu Durval Ângelo. Diante da recusa do relator em alterar o parecer por causa de critérios políticos, o autor do projeto ameaçou pedir a sua retirada de tramitação. Mas o deputado Ermano Batista (PSDB) conseguiu encerrar a polêmica ao propor uma emenda sugerindo que o governador Aécio Neves encaminhe à Assembléia um projeto de lei semelhante.

Também recebeu parecer pela rejeição o PL 1.122/2003, do deputado Ivair Nogueira (PMDB), que obriga as empresas públicas que prestam serviços de abastecimento de água e energia e de telefonia a desenvolverem programas de assistência social nas cidades onde atuam. O relator, deputado Leonídio Bouças (PTB), alega que o Estado não pode impor essa obrigação às empresas públicas, que têm autonomia administrativa e financeira. Os dois projetos com parecer pela antijuricidade, ilegalidade e inconstitucionalidade, para continuarem tramitando, precisam ter os pareceres rejeitados em Plenário. Caso o Plenário aprove os pareceres, os projetos têm que ser arquivados.

Quatro projetos com pareceres favoráveis

Receberam pareceres pela aprovação os seguintes projetos, todos em 1o turno:

* Projeto de Lei Complementar (PLC) 42/2003, do governador, que altera a denominação e cria cargos nas assessorias jurídicas dos órgãos da administração direta do Estado. O objetivo da transformação das assessorias técnicas desses órgãos em assessorias jurídicas é adequar a estrutura do Poder Executivo ao que dispõe a Emenda à Constituição 56/2003, que criou a Advocacia Geral do Estado. Além de alterar os nomes de alguns cargos, o projeto também cria 150 novos cargos de procurador de classe especial, autorizando a abertura de crédito suplementar de R$ 1,9 milhão para custear as despesas da nova lei. O relator, deputado Bonifácio Mourão (PSDB), entende que o projeto é importante porque contribui para aperfeiçoar a ação administrativa do Estado.

* PL 1.126/2003, do deputado Leonídio Bouças (PTB), que estabelece regras para a exploração do turismo em represas e lagos artificiais, de modo a evitar danos ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural dessas regiões. O relator Bonifácio Mourão apresentou três emendas que fazem correções técnicas no projeto.

* PL 1.134/2003, da Comissão Especial dos Acidentes Ambientais, que obriga indústrias de papel e celulose e as barragens de contenção de rejeitos a fazerem auditorias ambientais a cada três anos, alterando a Lei 10.627, de 1992. O parecer, do deputado Leonídio Bouças, foi aprovado com uma emenda, que corrige vício de iniciativa do projeto, que inicialmente atribuía ao Copam competência para exigir auditorias ambientais de outras atividades potencialmente poluidoras.

* PL 607/2003, do deputado Antônio Carlos Andrada (PSDB), que autoriza doação de imóvel ao município de Senador Firmino. O relator foi o deputado Gustavo Valadares.

Pedidos de vista - Já o PL 1.148/2003, do deputado Laudelino Augusto (PT), que proíbe a comercialização de brometo de metila no Estado, não foi votado por causa de um pedido de vista do deputado Gustavo Valadares. O parecer, do deputado Leonídio Bouças, opina pela rejeição do projeto, pois já existe legislação federal que estabelece cronograma para pôr fim à utilização do produto na agricultura e no tratamento de madeiras. Esse prazo, definido após a adesão do Brasil ao Protocolo de Montreal, encerra-se em 2006.

Graças a um pedido de vista do deputado Durval Ângelo, também deixou de ser votado o parecer contrário ao Projeto de Resolução (PRE) 1.020/2003, do deputado Ricardo Duarte (PT), que susta os efeitos do decreto 43.551, que autorizou o funcionamento do curso de medicina da Unincor em Belo Horizonte. O relator, deputado Leonídio Bouças, opinou pela rejeição porque os projetos de resolução tratam apenas de questões internas da Assembléia, e não podem sustar os efeitos de um decreto do governador.

Pedido de prazo regimental - Dois projetos não foram votados porque os relatores pediram prazo regimental para elaborar os pareceres. São os PLs 1.112/2003, do deputado Paulo Cesar (PFL), que cria o Pólo de Desenvolvimento de Negócios, e 1.161/2003, dos deputados Rogério Correia e Cecília Ferramenta, ambos do PT, que estabelece os valores das indenizações pagas pelo Estado a familiares de pessoas consideradas mortas por causa de manifestação política. Os relatores dos dois projetos são os deputados Gustavo Valadares e Leonídio Bouças, respectivamente.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Bonifácio Mourão (PSDB), presidente; Durval Ângelo (PT); Ermano Batista (PSDB); Gustavo Valadares (PFL); Leonardo Moreira (PL); e Leonídio Bouças (PTB).

 

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