Secretário nacional destaca avanços na gestão dos recursos hídricos

A participação da sociedade, o compartilhamento de gestão e a solidariedade de ação são avanços fundamentais da polít...

05/11/2003 - 15:11
 

Secretário nacional destaca avanços na gestão dos recursos hídricos

A participação da sociedade, o compartilhamento de gestão e a solidariedade de ação são avanços fundamentais da política de recursos hídricos que está sendo desenvolvida pelo Ministério do Meio Ambiente. A afirmação é do secretário nacional de Recursos Hídricos, João Bosco Senra, convidado da reunião da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais, nesta quarta-feira (5/11/2003), a requerimento da presidente da comissão, deputada Maria José Haueisen (PT).

João Bosco Senra fez um resumo das diretrizes políticas da Secretaria e falou sobre as políticas hídricas do governo federal implementadas a partir de 1997. O secretário apontou o planejamento como o primeiro instrumento de toda ação governamental voltada para a preservação e recuperação dos recursos hídricos no País. "As ações da Secretaria têm uma perspectiva de planejamento estratégico, a longo prazo, elaboradas com a participação da sociedade, órgãos e entidades", disse.

João Bosco afirmou que o governo federal, em parceria com estados, entidades, municípios e, principalmente, com a sociedade, por meio da participação em comitês de bacias hidrográficas, está buscando dinamizar o trabalho do Conselho Nacional de Recursos Hídricos. Busca, também, recuperar o papel da Secretaria de ser uma formuladora de programas. Segundo ele, cerca de 300 pessoas procuram o conselho, a cada mês, para levar demandas e propor soluções, que geram uma ação pró-ativa e viabilizam ações preventivas que minimizam impactos "desastrosos" no meio ambiente.

Otimização de projetos é prioridade da Secretaria

O secretário destacou a divisão do território brasileiro em 12 unidades hidrográficas, organizadas por grupos de bacias, que irá facilitar o trabalho da Secretaria, ao permitir uma visão mais ampla da realidade de cada região e a avaliação dos problemas pontuais. Ele chamou a atenção para a desarticulação dos diversos órgãos ambientais e agências de fomento - que concedem licenciamentos e autorizam a realização de projetos - quanto às informações sobre a realidade regional: "Por meio do trabalho da Secretaria e do Conselho Nacional de Recursos Hídricos poderemos orientar e fornecer subsídios para os órgãos ambientais".

De acordo com João Bosco, a implementação dessas políticas é fundamental para garantir que os recursos públicos sejam aplicados com rigor e eficiência, de modo a permitir o retorno dos investimentos à sociedade. Projetos como o Sede Zero, que pretende garantir o mínimo de 40 litros de água, por dia, a cada cidadão; o Plano de Combate à Desertificação, que estabelece uma política de convivência com o semi-árido brasileiro; a Política de Águas Subterrâneas e os Programas Água Doce e Nossas Águas são alguns exemplos das ações empreendidas e apoiadas pelo Ministério do Meio Ambiente.

"São prioridades do governo federal não só a implementação de novos programas, mas principalmente a otimização dos projetos já existentes e inacabados", afirmou. João Bosco alertou para a importância de um planejamento criterioso que "não jogue o dinheiro público fora" e assegure que os investimentos atinjam o seu objetivo final, que é levar água à população.

Problemas do semi-árido e transposição do São Francisco também são debatidos

A deputada Maria José Haueisem (PT) mostrou sua preocupação com as populações do Norte de Minas, Vales do Jequitinhonha e do Mucuri, regiões mais assoladas pela seca no Estado. Ela questionou o secretário sobre as medidas federais tomadas em Minas em relação ao semi-árido e ao Rio São Francisco. João Bosco assegurou aos membros da comissão que a transposição do São Francisco é um dos itens das discussões sobre a revitalização da bacia - o que, segundo ele, é um consenso. "Deve haver um plano diretor que vai avaliar as prioridades de demanda e a disponibilidade de recursos", afirmou.

O deputado Laudelino Augusto (PT) chamou a atenção para a importância e urgência do debate sobre a preservação e a fiscalização do uso das águas. Comentou também o empenho da Comissão de Meio Ambiente na formação da Frente Parlamentar de Defesa e Preservação das Águas, que poderá contribuir para garantir políticas de preservação de recursos hídricos por meio da formulação de leis específicas. O deputado Doutor Ronaldo (PDT) alertou para a finitude dos recursos naturais e para a necessidade de conscientização da população sobre seu uso.

João Bosco Senra esclareceu que o padrão de consumo de água da sociedade aumentou muito, chegando a uma média de 150 litros por dia, mas o maior problema na exploração dos recursos hídricos está no desperdício e no mau uso. "É preciso fazer um estudo sobre o uso da água que deve ser priorizado em cada bacia, além de combater a exploração desordenada e conscientizar as pessoas", disse.

Comissão vai apurar denúncias de exploração florestal

Denúncias de exploração florestal em áreas de preservação ambiental nos municípios de São João do Manteninha e Nova Belém poderão ser apuradas pela Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais, em conjunto com a Comissão de Segurança Pública. Requerimento do deputado Doutor Ronaldo (PDT) nesse sentido foi aprovado na reunião da comissão. De acordo com o deputado, as denúncias teriam sido apontadas por militares em audiência pública da Comissão de Segurança Pública, no dia 4. Doutor Ronaldo acredita que a apuração é importante e necessária, já que parte da madeira cortada ilegalmente teria sido vendida para a Prefeitura de Nova Belém e a autorização para o ato teria sido emitida pelo servidor do Instituto Estadual de Florestas Márcio César Ferreira, lotado no órgão há dez anos. Para a reunião, o deputado solicitou que fossem convidados o funcionário do IEF e o prefeito de São João do Manteninha, Hiron Cândido de Araújo.

A comissão também aprovou requerimento do deputado Fábio Avelar (PTB) solicitando realização de audiência pública para verificar situação irregular da implantação de empreendimentos na Serra do Curral, área preservada e tombada pelo Patrimônio Cultural de Belo Horizonte. Para a discussão serão convidados representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte, da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Ministério Público Estadual, União das Associações de Bairros da Zona Sul, Associação Comunitária Belvedere e do Ibama.

Foi aprovado, ainda, requerimento do deputado Paulo Cesar (PFL), a fim de que a comissão envie ofício ao presidente da Feam, Ilmar Bastos Santos, solicitando que o órgão a mantenha informada sobre o processo de instalação do aterro sanitário do município de Nova Serrana.

Presença - Participaram da reunião a deputada Maria José Haueisen (PT), presidente, e os deputados Laudelino Augusto (PT), Doutor Ronaldo (PDT), Paulo Cesar (PFL) e Leonardo Quintão (PMDB).

 

 

 

 

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