Projeto das Oscips tem votação adiada na Comissão de Fiscalização

O Projeto de Lei (PL) 8/2003, que regulamenta a atuação das Oscips, teve a votação adiada por causa de um pedido de v...

29/10/2003 - 00:00
 

Projeto das Oscips tem votação adiada na Comissão de Fiscalização

O Projeto de Lei (PL) 8/2003, que regulamenta a atuação das Oscips, teve a votação adiada por causa de um pedido de vista do deputado Chico Simões (PT), na reunião desta quarta-feira (29/10/2003) da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa. O relator, deputado José Henrique (PMDB), opinou pela aprovação na forma do substitutivo no 2, da Comissão de Administração Pública, com uma emenda. Essa emenda determina a divulgação do relatório de atividades e das demonstrações financeiras das Oscips "por meio eficaz", ao contrário do substitutivo 2, que estabelece a publicação dessas informações em jornais de grande circulação.

De autoria do deputado Leonardo Quintão (PMDB), o projeto regulamenta a atuação das organizações sociais de interesse público (Oscips), entidades sem fins lucrativos que desenvolvem projetos em áreas sociais, como educação, saúde e conservação do patrimônio histórico. Entre as alterações introduzidas pelo substitutivo no 2 estão a permissão para o Estado ceder servidores para as Oscips, a possibilidade dessas entidades assumirem a prestação de serviços tradicionalmente oferecidos pelo Poder Executivo e a fixação de normas específicas para os editais de seleção das propostas das Oscips. Como o PL 8/2003 tramita em regime de urgência, a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária deve emitir seu parecer sobre a matéria até a próxima segunda-feira (3). Após essa data, o projeto tem que seguir para o Plenário.

Fora de pauta - Outras duas proposições não foram analisadas porque foram retiradas de pauta por "não cumprirem pressupostos regimentais", segundo o presidente da comissão, deputado Ermano Batista (PSDB). O PL 1.078/2003, do governador, que cria a Taxa de Extinção Potencial de Incêndio, ainda está sendo discutido em Plenário. E o PL 1.004/2003, também do governador, que altera a denominação e os objetivos sociais da Comig, ainda não teve parecer aprovado pela Comissão de Administração Pública.

Quatro pareceres de 1o turno aprovados

A comissão aprovou quatro pareceres de projetos que tramitam em 1o turno. O PL 406/2003, do deputado Miguel Martini (PSB), que determina a utilização de aeronaves do serviço público apenas para atividades oficiais, recebeu parecer favorável com duas emenda do relator, deputado Doutor Viana (PFL). A emenda 7 dispensa a obrigatoriedade de identificação dos aviões com a logomarca do Estado, como estabelece a emenda 5, da CCJ. E a emenda 8 faz apenas uma correção técnica no projeto. O relator opinou pela aprovação com as emendas 1, 2, 3, 4 e 6, da CCJ, que fazem aperfeiçoamentos técnicos e tratam de casos específicos, como transplante de órgãos, transfusão de sangue e o uso das aeronaves do Corpo de Bombeiros.

Já o PL 708/2003, do deputado Wanderley Ávila (PPS), que obriga bancos e repartições públicas a afixaram aviso para os portadores de marca-passo nas portas com detector de metais, recebeu uma subemenda do relator, deputado Chico Simões (PT). Essa alteração acaba com a obrigatoriedade de indicar uma entrada alternativa aos portadores de marca-passo. "O objetivo é permitir que cada entidade, no âmbito de sua competência, edite ato normativo sobre o cumprimento da lei", diz o parecer. O relator recomendou a aprovação das emendas 1, 2 e 4, da CCJ, que fazem aperfeiçoamentos no projeto, sem alterar seu conteúdo.

E o PL 311/2003, do deputado Célio Moreira (PL), que disciplina a utilização de câmeras de vídeo de segurança nos imóveis pertencentes ao Estado, também recebeu uma emenda, de número 4. Ela acaba com a necessidade de licenciamento prévio dos órgãos do Estado que pretendem instalar câmeras de segurança. O relator Chico Simões opinou pela aprovação com as emendas 1, da CCJ, e 2 e 3, da Comissão de Segurança Pública. A emenda 1 retira do texto original a obrigatoriedade de regulamentação das infrações e penalidades a serem aplicadas a quem utilizar as câmeras indevidamente, no caso, o próprio Estado. E as emendas 2 e 3 fazem apenas alterações técnicas na redação do projeto.

Um projeto recebeu parecer pela rejeição. É o PL 539/2003, do deputado Antônio Carlos Andrada (PSDB), que dispõe sobre a elaboração de planos de remanejamento florestal simplificados. O relator Doutor Viana argumenta que a lei resultante do projeto não teria eficácia, pois a matéria já está regulamentada pela Lei 14.309/2002, que dispõe sobre políticas de proteção à biodiversidade.

Pareceres de 2o turno - Dois projetos que tramitam em 2o turno receberam pareceres favoráveis. O PL 631/2003, do presidente Mauri Torres (PSDB), que autoriza doação de imóvel ao município de Bela Vista de Minas, e o PL 697/2003, do governador, que autoriza retrocessão de imóvel ao Seminário Provincial do Coração Eucarístico de Jesus, na zona oeste de Belo Horizonte, agora estão prontos para serem votados em 2o turno pelo Plenário.

Votação adiada

O PL 43/2003, do deputado Miguel Martini, que torna obrigatória a oferta do ensino religioso confessional nas escolas estaduais, teve a votação adiada, a pedido do deputado Mauro Lobo (PSB). O relator Chico Simões opina pela aprovação com o substitutivo 1, da CCJ, que proíbe a abordagem confessional no ensino religioso, que deverá então tratar da religiosidade em seus aspectos éticos, filosóficos e antropológicos.

Também teve votação adiada o PL 674/2003, do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), que proíbe a venda de óculos de grau em camelôs. A votação do parecer, favorável à aprovação do projeto, foi adiada após muita discussão entre os membros da comissão. O deputado Jayro Lessa (PL), contrário ao projeto, disse que muitas pessoas com problemas de vista cansada recorrem aos camelôs porque não têm dinheiro para pagar o preço cobrado pelas óticas. "Esse projeto não é prático. Pesquisas já constataram que até o Viagra pode ser vendido sem receita médica, pois não causa danos à saúde", argumentou.

O relator Chico Simões, que é médico, experimentou os óculos do colega para provar que cada pessoa precisa de uma lente com grau diferente e alegou que um simples problema de vista pode ser sintoma de doenças graves. A discussão só foi encerrada quando o autor do projeto, Dalmo Ribeiro Silva, pediu adiamento da votação e garantiu que não vai pedir que a proposição seja analisada pela comissão seguinte, caso perca o prazo regimental para emitir parecer. O autor disse ainda que pretende promover uma audiência pública com especialistas para discutir o projeto.

Requerimento - A comissão aprovou um requerimento do deputado Dalmo Ribeiro Silva, pedindo a realização de audiência pública para discutir o PL 679/2003, do deputado Leonardo Moreira (PL), que obriga as distribuidoras de combustíveis a colocarem lacres eletrônicos nos tanques dos postos, de modo a evitar adulterações nos combustíveis. Serão convidados representantes do sindicato das distribuidoras, da Refinaria Gabriel Passos e da Organização das Cooperativas do Estado (Ocemg).

Presenças - Participaram da reunião os deputados Ermano Batista (PSDB), presidente; Jayro Lessa (PL), vice; Chico Simões (PT); Doutor Viana (PFL); José Henrique (PMDB); Mauro Lobo (PSB); Marília Campos (PT); Vanessa Lucas (PSDB); Lúcia Pacífico (PTB); Paulo Piau (PP); Olinto Godinho (PSDB); Maria Tereza Lara (PT); e Antônio Júlio (PMDB).

 

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