Comissão quer fazer diagnóstico sobre crimes violentos no Anel

A Comissão Especial do Anel Rodoviário quer mais informações sobre as ocorrências registradas pela PM naquela via, a ...

28/10/2003 - 00:00
 

Comissão quer fazer diagnóstico sobre crimes violentos no Anel

A Comissão Especial do Anel Rodoviário quer mais informações sobre as ocorrências registradas pela PM naquela via, a fim de chegar a um diagnóstico da questão da segurança no Anel. De acordo com o major Antônio Carvalho Pereira, da 7ª Companhia da Polícia Militar Rodoviária Estadual, de abril de 2002 - data em que a PM assumiu o policiamento ostensivo nos 26,5 km da via - até dezembro, foram registradas 12 ocorrências de crimes violentos. Em 2003, até agora, foram 14 as ocorrências. Esse número, no entanto, trata apenas dos atendimentos prestados pela companhia rodoviária. Os dados foram divulgados em reunião desta terça-feira (28/10/2003) da comissão.

De acordo com o major José Gonçalves Filho, que representou o comando de policiamento da Capital, o Anel Rodoviário de Belo Horizonte é hoje uma rota de fuga para aqueles que cometem crimes nos bairros localizados em suas imediações. Além disso, crimes violentos cometidos no Anel podem ter as ocorrências registradas em unidades da PM situadas nesses bairros, o que contribuiria para não dar uma idéia exata dos problemas de segurança naquela via. Entre os batalhões que atuam na região, estão os de Contagem, Caiçara e Santa Tereza. Crimes violentos englobam desde roubo a mão armada, assaltos a veículos e garagens de ônibus, até furto a residências e ao comércio.

Já o trabalho da Polícia Civil na região do Anel Rodoviário foi enfocado pelo delegado Júlio César Galante Ariz, que representou o secretário de Defesa Social, Lúcio Urbano. Ele informou que foi reforçado o plantão da Seccional do Barreiro, além de estar sendo criada a Seccional Noroeste, resultado da fusão da Norte com a Oeste.

Consepe sugere instalação de câmaras e de companhia independente para o Anel

Os representantes das comunidades que vivem na região do Anel Rodoviário encaminharam, durante a reunião, várias sugestões para diminuir a insegurança no local. O presidente do 8º Conselho Comunitário de Segurança Pública (Consepe), Antônio Alves da Silva, afirmou que é preciso equipar as Polícias Militar e Civil; disponibilizar maior número de viaturas para o policiamento ostensivo; e investir em passarelas, sinalização e iluminação - sugestão feita também por José Élcio Santos Monteze, do DER/MG. A criação de uma companhia independente, somente para o Anel Rodoviário, também foi sugerida por Silva.

Câmeras - Ele propôs, ainda, que sejam instaladas câmeras ao longo da via, aproveitando o espaço onde já existem os radares. A instalação dessas câmeras poderia ser viabilizada, na sua opinião, por meio de parcerias com empresários, como ocorre no hipercentro. Sobre esse assunto, o major Carvalho informou que já existe um estudo de situação pronto, mas a instalação do equipamento ainda não ocorreu por problemas de recursos. O presidente da comissão, deputado Fábio Avelar (PTB), solicitou, inclusive, que a PM encaminhe à Alemg informações sobre o estudo.

O presidente da Associação Comunitária do Bairro Vista Alegre, Natanael Alcântara, reforçou as palavras do presidente do Consepe, enfatizando que é preciso investir nas polícias. Lembrou, por outro lado, que a violência tem causas sociais. João Bosco, do Grupo Nepal (Núcleo de Estudos e Pesquisa da Agenda 21 Local/Venda Nova), enfatizou que a participação da sociedade na discussão das questões metropolitanas é essencial e não pode ser relegada a segundo plano. Já o secretário de Segurança Pública de Santa Luzia, Jair Lopes, sugeriu que seja ampliada a pista próxima ao trevo que dá acesso ao município, tendo em vista o número de acidentes fatais registrado.

Presidente defende que Prefeitura de BH assuma Anel Rodoviário

Na reunião, o presidente Fábio Avelar defendeu que a Prefeitura de Belo Horizonte assuma a operação do Anel Rodoviário, independentemente da liberação de recursos. Ele citou como exemplo o convênio firmado entre a PM e a Polícia Rodoviária Federal que possibilitou que a Polícia Militar assumisse o policiamento ostensivo na via. Em reunião do dia 21 de outubro, o secretário de Política Urbana e Ambiental de Belo Horizonte, Murilo Valadares, afirmou que a Prefeitura poderia assumir o Anel, desde que fossem realizadas antes as obras de que ele necessita.

Avelar reafirmou, ainda, que o Anel Rodoviário de Belo Horizonte é uma questão metropolitana e, como tal, requer um planejamento nesse nível. O representante da Prefeitura da Capital, Itamar Arruda, que é assessor do secretário municipal de Estrutura Urbana, lembrou que, sempre que solicitada, a Prefeitura intervém no Anel. Citou que duas passarelas já foram concluídas e outras duas estão em andamento.

Requerimentos aprovados - Foram também aprovados os seguintes requerimentos:

* Dos deputados Célio Moreira, Fábio Avelar e Doutor Viana, em que solicitam à bancada mineira no Congresso Nacional a apresentação de emendas ao Orçamento da União, para garantir recursos para a recuperação do Anel.

* Do deputado Fábio Avelar, em que solicita do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) a inclusão, no Orçamento de 2004 e no PPA 2004/2007, de recursos para adequação das obras do Anel, reforçando assim pedido do representante do ministro dos Transportes, Carlos Rogério Caldeira, em audiência da comissão de 7 de outubro.

* Do deputado Fábio Avelar, em que convida os representantes das comissões e conselhos de Transporte, Segurança e Saúde das nove regionais administrativas de Belo Horizonte a comparecerem às próximas reuniões da comissão.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Fábio Avelar (PTB), presidente; Célio Moreira (PL), relator; e Doutor Viana (PFL), além dos convidados citados.

 

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