Fiscalização Financeira modifica projeto da Taxa de Incêndio
Foi aprovado, na noite desta quinta-feira
(23/10/2003), em 1º turno, o parecer da Comissão de Fiscalização
Financeira e Orçamentária da Assembléia de Minas sobre o Projeto de
Lei (PL) 1.078/2003, que cria a Taxa de Serviço Potencial de
Extinção de Incêndio. Com isso, o projeto está pronto para ser
apreciado pelo Plenário em 1º turno. A reunião, conjunta com as
Comissões de Defesa do Consumidor e do Contribuinte e de Segurança
Pública, prolongou-se até as 22 horas. O relator da matéria,
deputado Mauro Lobo (PSB), opinou pela aprovação da matéria na forma
do substitutivo nº 1, que apresentou, e pela rejeição das emendas
nºs 5 e 8, da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte,
ficando prejudicadas as emendas nºs 1 a 4, da Comissão de
Constituição e Justiça, e as emendas nºs 9 e 10, da Comissão de
Segurança Pública.
O relator acolheu algumas das 21 sugestões de
emendas de diversos deputados, incorporadas ao parecer. Duas
emendas, uma do deputado Jayro Lessa (PL) e outra do deputado
Weliton Prado (PT), foram acatadas. A do deputado Weliton Prado
retirou da tabela B item que tratava da cobrança de taxa por
atendimentos a ocorrências quaisquer, por bombeiros, em que o
interesse particular se sobreponha ao interesse público. A outra
suprimiu do substitutivo dispositivos da Lei 6.763/75 que haviam
sido objeto de discussão na tramitação do PL 721/2003, na convocação
extraordinária, em julho. Esses dispositivos, aprovados com algumas
incorreções, ficaram sem aplicação. No entanto, não coube errata,
havendo a necessidade de apresentar as correções em projeto. Outros
pontos, mais polêmicos, foram retirados do substitutivo, já que os
deputados não quiseram modificar, com o PL 1.078, dispositivos que
já haviam sido aprovados no PL 721/2003.
Doze emendas foram rejeitadas
Entre as emendas rejeitadas, estava a do deputado
Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) que tinha o objetivo de acrescentar no
artigo 12, parágrafo 28, a redução, para até 12%, da alíquota de
ICMS nas operações internas com autopeças. A sugestão não foi aceita
por ferir o artigo 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que
estabelece a necessidade de um relatório de impacto financeiro para
esse tipo de proposta. Outra emenda rejeitada, do deputado Sebastião
Navarro Vieira (PFL), procurava vincular a receita arrecadada com a
taxa de segurança pública ao município onde foi gerada.
Emenda do deputado Weliton Prado, visando suprimir
dispositivo que autorizava a cobrança de certidões de qualquer
natureza, ressalvados os casos de gratuidade previstos no parágrafo
2º da Constituição do Estado, também foi rejeitada. O relator
informou que será cobrada a taxa pela emissão de certidões para
atender a interesses privados, mas que o fornecimento de informação
continua sendo gratuito. O deputado apresentou também outra emenda,
que foi rejeitada, pedindo a isenção do pagamento de taxas sobre a
segunda via de documentos furtados ou roubados. O relator esclareceu
que o valor cobrado pela emissão de 2ª via será reduzido,
equivalendo-se ao cobrado pela 1ª via do documento.
Emendas serão apresentadas em Plenário
Por sugestão do líder da bancada governista na
Assembléia, deputado Antônio Carlos Andrada (PSDB), duas emendas
foram retiradas para que pudessem ser reapresentadas em Plenário.
"Assim não perdemos o prazo regimental e teremos mais tempo para
discuti-las, quando voltarem à Comissão de Fiscalização Financeira e
Orçamentária para receberem parecer de 1º turno", explicou. Uma das
emendas é do deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT) e cria taxa
sobre o registro de licenciamento de bingos. Segundo o autor,
poderia gerar uma receita de até R$ 100 milhões para o Estado. O
deputado Mauro Lobo acredita que a apresentação em Plenário
permitirá uma discussão mais ampla da matéria, que não havia sido
acatada pelo relator.
Pedido de isenção - Os deputados Dinis
Pinheiro, Célio Moreira e Irani Barbosa, todos do PL, também optaram
por apresentar em Plenário emenda para isentar os edifícios
residenciais dos municípios das regiões metropolitanas, sem unidades
do Corpo de Bombeiros, cuja receita municipal de ICMS per
capita seja menor que a média do
Estado. Caso a emenda seja aprovada, ficarão isentos os imóveis
residenciais de Igarapé, Santa Luzia, Raposos, Sarzedo, Márcio
Campos, Ibirité, Caeté, Esmeraldas, Ribeirão das Neves, Coronel
Fabriciano e Santana do Paraíso.
A emenda foi objeto de muita discussão durante a
reunião. Os deputados Irani Barbosa, Dinis Pinheiro e Célio Moreira,
discordando da taxação das cidades que não têm unidades do Corpo de
Bombeiros, manifestaram sua preocupação com a parcela mais carente
da população, que seria sacrificada com mais uma taxa. Dinis
Pinheiro disse reconhecer o esforço do governador Aécio Neves para
reequilibrar as contas do Estado e sua preocupação em equipar a
polícia. O relator, deputado Mauro Lobo, apoiou a fala dos deputados
e afirmou que a dificuldade está em encontrar uma forma justa de
cobrança das taxas. Segundo ele, mesmo alguns municípios com grande
capacidade contributiva não têm Corpo de Bombeiros.
A deputada Jô Moraes (PCdoB) disse reconhecer a
crise fiscal e financeira de Minas Gerais. "Mas, nessa crise, quem
deve perder? O povo ou quem sempre ganhou às custas do modelo
econômico vigente", questionou. Segundo ela, o governo deveria
combater a sonegação e rever os incentivos fiscais concedidos pelo
Estado.
Requerimento - Foi aprovado
requerimento do deputado Dinis Pinheiro solicitando que seja
encaminhado pedido de informação à Secretaria de Estado da Fazenda
contemplando os valores a serem arrecadados pelas contribuições das
grandes empresas, como Fiat, Petrobras e Belgo Mineira; e, além
disso, quanto será arrecadado nos municípios onde não há unidade do
Corpo de Bombeiros, considerando-se, para esse cálculo, apenas os
imóveis residenciais.
Presenças - Participaram da
reunião os deputados Ermano Batista (PSDB), presidente da Comissão
de Fiscalização Financeira e Orçamentária; Doutor Viana (PFL), Irani
Barbosa (PL), Jô Moraes (PCdoB), Mauro Lobo (PSB), Alencar da
Silveira Jr. (PDT), José Henrique (PMDB), Olinto Godinho (PSDB),
Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Dinis Pinheiro (PL), Sebastião Helvécio
(PDT), Vanessa Lucas (PSDB), vice-presidente da Comissão de Defesa
do Consumidor e do Contribuinte; Antônio Carlos Andrada (PSDB), Zé
Maia (PSDB), Rêmolo Aloise (PL) e Célio Moreira (PL).
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