Comissão vai a Monte Carmelo ouvir reivindicações de
cafeicultores
A Comissão Especial da Cafeicultura Mineira da
Assembléia de Minas vai a Monte Carmelo, no Alto Paranaíba, na
próxima segunda-feira (27/10/2003), discutir os problemas
enfrentados pelos produtores da região. De acordo com o deputado
Paulo Piau (PP), presidente da comissão, que pediu a realização da
reunião, o objetivo da viagem é conhecer as realidades das diversas
regiões produtoras de café no Estado. Além de Monte Carmelo, já foi
realizada reunião em Machado, no Sul de Minas, e estão previstas
outras reuniões em Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, e Manhuaçu,
na Zona da Mata. A audiência pública acontece a partir das 13 horas,
na Fest House, que fica na Avenida Engenheiro Heládio Simões,
500 - Batuque.
Após ouvir as reivindicações dos produtores e
discutir alternativas com especialistas na Assembléia, os membros da
comissão vão elaborar um relatório com sugestões para uma política
estadual de incentivo ao setor. "Não estamos preocupados em ficar
ouvindo choro de cafeicultores. Estamos ouvindo representantes de
todas as partes da cadeia produtiva do café, desde o fabricante de
adubo até o consumidor final. Nosso relatório final vai ser entregue
ao governador do Estado e ao presidente da República, e com certeza,
vai influenciar na elaboração de uma política nacional de
valorização da cafeicultura", explica o deputado.
Além das viagens ao interior, em reuniões na
Assembléia a comissão debateu com especialistas diversos aspectos
relativos à cadeia de produção, tecnologias de pesquisa e
comercialização, qualidade do café, mecanismos de financiamento e
distribuição do produto. O principal problema detectado até agora,
segundo Paulo Piau, é a queda da cotação do café. "O preço pago pelo
mercado (R$ 160 a saca) não cobre o custo de produção, que é de R$
200", justifica.
Para solucionar o problema, o deputado defende,
entre outras medidas, a adoção de políticas para atenuar as
oscilações de preço e a agregação de valor ao café nacional, como
forma de assegurar melhor remuneração para os produtores.
"Atualmente, o produtor brasileiro fica com cerca de 10% do valor
comercializado. Os intermediários, ou seja, os grandes
distribuidores do mercado internacional, é que ficam com a parte do
leão", exemplifica o deputado.
O Brasil é o maior exportador de café do mundo,
sendo responsável por 32% da produção mundial. Mesmo mantendo a
liderança no mercado, a situação dos cafeicultores brasileiros já
foi melhor do que hoje. O País já foi responsável por 80% de todo o
café produzido no mundo, e a saca já chegou a ser comercializada a
US$ 170. Hoje, a cotação do grão não ultrapassa os US$ 52. Minas
Gerais responde por 52% da produção nacional, e se fosse um país,
seria o maior produtor mundial. Mais de 90% da produção mineira é
vendida para outros estados e países.
Convidados - Foram
convidados para a reunião o presidente do Sindicato Rural de Monte
Carmelo, José Carlos Siqueira Mundim; o diretor da Cooperativa
Agrícola da cidade, Walter Toshio Nishioka; o presidente da
Associação dos Cafeicultores de Monte Carmelo, Francisco Sérgio de
Assis; o presidente da Associação dos Cafeicultores de Araguari,
Antônio Reinaldo Caetano; o presidente da Associação dos
Cafeicultores da Região de Patrocínio, Wilson José de Oliveira; o
gerente regional da Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé, Régis
Damásio Sales; e o sócio-gerente do Café Três Irmãos Ltda., Antônio
Carlos Cardoso Nunes.
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