Comissão acompanhará recuperação do Rio São Francisco
A Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais
esteve em Lagoa da Prata, no Centro-Oeste de Minas, na manhã desta
quarta-feira (22/10/2003), percorrendo trecho do Rio São Francisco
que passa por aquela região e que teve uma extensão de 7,5 km de seu
curso desviada. O desvio foi feito há 20 anos pela Companhia
Industrial e Agrícola Oeste de Minas, que destinou a área para uma
plantação de cana. De acordo com a presidente da comissão, deputada
Maria José Haueisen (PT), essa foi uma visita técnica com o objetivo
de verificar de perto a situação do trecho. O próximo passo será
acompanhar o acordo entre a Companhia Industrial e o Ministério
Público. "É necessário promover o desassoreamento do rio", destacou
a deputada.
Em maio deste ano, o Ministério Público firmou
Termo de Ajustamento de Conduta com a empresa, multada em R$ 90 mil.
"Os danos ambientais ainda não foram sanados", avaliou a promotora
de Lagoa da Prata, Andrea Bahuly. Segundo ela, o MP está aguardando
a liberação de um laudo do Ibama sobre um projeto de recuperação do
leito do rio, a ser implementado pela empresa.
Deputados apontam estrago ambiental
"Na época, o desvio não chamou atenção de
autoridades e ambientalistas, que só hoje percebem o grande estrago
ambiental na região. É importante uma mobilização imediata para
resolver o problema e evitar novos prejuízos ambientais", afirmou o
deputado Paulo Cesar (PFL), autor do requerimento que originou a
visita.
Os deputados Doutor Ronaldo (PDT) e Márcio Passos
(PL) também percorreram o trecho do São Francisco em Lagoa da Prata.
Para o deputado Doutor Ronaldo, é preciso empenho e vontade política
para o problema, que pode ser resolvido pelo fechamento do desvio.
Já o deputado Márcio Passos lembrou que a degradação dos rios também
é causada pelo volume de esgoto despejado inadequadamente, todos os
dias. "Se o governo não enfrentar seriamente essa questão, é certo
que ficaremos sem água no futuro", apontou.
Apelo - Antes de
conhecerem de perto os estragos ambientais provocados, os deputados
se encontraram com vários prefeitos e vereadores da região, na
Câmara Municipal de Lagoa da Prata. Os políticos pediram ajuda da
comissão para resolver esse e outros problemas ambientais das
cidades próximas a Lagoa da Prata.
Moradores reclamam de construção de lixão em Nova
Serrana
Ainda nesta quarta-feira (22/10/2003), na parte da
tarde, a comissão está realizando audiência pública em Nova Serrana,
que começou às 16h30. O objetivo é debater projeto da prefeitura
daquela cidade para construção de um aterro sanitário na região
conhecida como Novais. O problema, segundo os moradores, é que
existem dez nascentes de rios no local, que podem ser contaminadas
com a implantação do lixão.
Segundo a comunidade, o lixo de Nova Serrana deve
ter tratamento diferenciado, já que é constituído por muitos
materiais tóxicos e sintéticos, originados das mais de mil fábricas
de calçados na região. Outra peculiaridade é o volume de lixo gerada
por habitante na cidade, que é de 3 quilos por dia - média mais alta
que a de meio quilo, comum em cidades do mesmo porte.
Estudo a longo prazo -
Segundo o deputado Paulo Cesar, que também foi o autor do
requerimento pela reunião em Nova Serrama, a comissão está
discutindo com a população e autoridades visando encontrar uma
alternativa à construção de um aterro na cidade. "É preciso que se
faça um estudo da situação do lixo pelo menos nos próximos 50 anos.
Se não tivermos uma solução definitiva para o problema, a comunidade
continuará correndo risco de ter o lixão instalado em local
impróprio", analisou Paulo Cesar.
Presenças - Participam da
reunião os deputados Maria José Haueisen (PT), presidente, Paulo
Cesar (PFL), Márcio Passos (PL) e Doutor Ronaldo (PDT).
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