Distribuídas cópias de parecer sobre projeto da Taxa de Incêndio

Ficou para as 10h30 desta quarta-feira (22/10/2003), a análise do parecer da Comissão de Defesa do Consumidor e do Co...

21/10/2003 - 21:20
 

Distribuídas cópias de parecer sobre projeto da Taxa de Incêndio

Ficou para as 10h30 desta quarta-feira (22/10/2003), a análise do parecer da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte sobre o Projeto de Lei (PL) 1.078/2003, do governador, que cria, entre outras, a Taxa de Serviço Potencial de Extinção de Incêndio. Esse projeto, que tramita em regime de urgência, foi apreciado em duas reuniões conjuntas das comissões de Defesa do Consumidor, de Segurança Pública e de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia, nesta terça-feira (21). A relatora pela Defesa do Consumidor, deputada Vanessa Lucas (PSDB), solicitou, na reunião da manhã, a distribuição de avulsos (cópias) do seu relatório. Ela apresentou quatro emendas ao projeto. Na reunião da tarde, os deputados discutiram o parecer e a votação ficou para reunião da noite, que não foi aberta por falta de quórum.

Isenção e cobrança do B.O. - A emenda nº 5 tem o objetivo de aumentar a margem de isenção da taxa de incêndio, estendendo o benefício para as residências que tenham até 75 m², elevando em 25% o tamanho originalmente proposto, que era de até 60 m². As emendas nºs 6 e 8 extinguem taxas que incidem sobre reprodução de documentos. Segundo a relatora, esses tributos não atendem ao princípio da economicidade, gerando excesso burocrático, com prejuízo econômico para a administração. Para ela, a despesa do Estado com a cobrança seria superior à receita produzida por ela. Já a emenda nº 7 extingue a cobrança da taxa pela emissão de Boletim de Ocorrência (B.O.) em acidente de trânsito sem vítima. De acordo com o parecer, esse serviço é indispensável para a defesa de direito pelo cidadão, que ficaria penalizado com essa taxação.

O que diz o Regimento Interno - Antes de ser discutido e votado pelo Plenário em 1º turno, o PL 1.078/2003 precisa ter aprovados os pareceres das comissões de Defesa do Consumidor, de Segurança Pública e de Fiscalização Financeira. Com a distribuição das cópias do parecer da deputada Vanessa Lucas, ficam eliminadas as possibilidades de pedido de vista, ou seja, de mais prazo para analisar o relatório, além de leitura do parecer (artigo 136 do Regimento Interno). Como o projeto tramita em regime de urgência, não se pode pedir adiamento de discussão. A reunião da manhã foi adiada por seis horas, até as16h45, devido à distribuição das cópias do parecer, conforme determina o mesmo artigo do Regimento Interno.

Conteúdo das emendas da Defesa do Consumidor; CCJ apresentou outras quatro

O conteúdo detalhado das emendas da Comissão de Defesa do Consumidor é o seguinte:

* Emenda nº 5: aumenta o limite de isenção da taxa de incêndio para residências que tenham coeficiente de risco de incêndio de até 11.250 megajoules (ou seja, casas de até 75 m²).

* Emenda nº 6: suprime o item "cópia de folha de documento", no valor de 0,20 Ufemg por vez/unidade. Esse item, 6.2, está na Tabela D, que diz respeito ao lançamento e à cobrança da Taxa de Segurança Pública decorrente de atos de autoridades policiais, citada no artigo 5º do projeto. A Ufemg vale R$ 1,249.

* Emenda nº 7: suprime o item "expedição de B.O. relativo a acidente de trânsito sem vítima", no valor de 16,98 Ufemg por documento/cópia de documento/projeto. Esse item, 1.2.6, está na Tabela M, que diz respeito ao lançamento e à cobrança da Taxa de Segurança Pública decorrente de serviços prestados pela PMMG, citada no artigo 7º do projeto.

* Emenda nº 8: no artigo 7º, a discriminação do item 1.2.8 da Tabela M passa a ter a seguinte redação: "autenticação de folha de documento e de boletim de ocorrência". Esse item, originalmente, trata de "cópia ou autenticação de folha de documento e B.O.", no valor de 0,20 Ufemg por folha.

De acordo com a relatora, "o Estado previu a base de cálculo de diversas taxas de segurança pública e da taxa judiciária, constantes da proposição, de maneira zelosa e responsável, de forma a permitir uma correspondência razoável entre o valor a ser pago pelo contribuinte e o custo da administração com o serviço prestado ou posto à disposição do usuário". Para ela, "em nenhum momento a proposição atinge quaisquer dos direitos e garantias jurídicas previstos na legislação de proteção e defesa do consumidor ou do contribuinte".

Emendas da CCJ - Já as emendas apresentadas anteriormente pela Comissão de Constituição e Justiça tiveram o respectivo parecer aprovado em reunião do dia 2 de outubro. As principais alterações propostas estão na emenda nº 1, que desvincula a cobrança da taxa de incêndio de qualquer conta de consumo medido, como água, energia elétrica ou telefone; e na emenda nº 4, que suprime a cobrança de taxa pela emissão de atestado de bons antecedentes. As outras duas emendas fazem correções técnicas.

Presenças - Participaram da reunião da manhã as deputadas Lúcia Pacífico (PTB), presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte, que presidiu a reunião; Vanessa Lucas (PSDB), vice-presidente e relatora do projeto por essa comissão, e Marília Campos (PT); além dos deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente da Comissão de Segurança Pública e relator do projeto por essa comissão, e Alberto Bejani (PFL), vice-presidente; Jayro Lessa (PL), vice-presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária; José Henrique (PMDB) e Mauro Lobo (PSB), relator do PL pela FFO.

Projeto divide opiniões entre deputados

Durante a reunião conjunta das Comissões de Defesa do Consumidor, de Segurança Pública e de Fiscalização Financeira e Orçamentária, na tarde desta terça-feira (21), os deputados presentes emitiram suas opiniões sobre o Projeto de Lei (PL) 1.078/2003, do governador, que cria a Taxa de Serviço Potencial de Extinção de Incêndio.

Os deputados integrantes do Bloco PT/PCdoB reiteraram sua posição contrária à aprovação dos seis projetos que alteram e criam taxas no Estado, em especial o da taxa de incêndio. Segundo Maria Tereza Lara (PT), o projeto sacrifica a população, principalmente o trabalhador. Na opinião de Weliton Prado (PT), as alterações propostas pelo governador do Estado "são uma irresponsabilidade social". Para Chico Simões (PT), os projetos oneram seletivamente uma parcela da população. "Basta ter bom senso e ver que o teor desses projetos é uma aberração e a finalidade é aumentar o caixa do Estado", disse.

As críticas ao projeto também foram endossadas pelos deputados do PDT Sebastião Helvécio e Sargento Rodrigues. Para Sebastião Helvécio, se fossem envolvidos mecanismos gerenciais no orçamento do Estado, não seria preciso onerar mais ainda a sociedade com a criação de taxas. "Vamos modificar o texto para que possamos aprovar, mas hoje meu voto é contra", informou. Já o deputado Sargento Rodrigues disse que o parecer da deputada Vanessa Lucas não atende suas reivindicações, apesar das modificações feitas. "Essas novas taxas são preocupantes, já que os recursos continuam mal aplicados", acredita Rodrigues.

Os deputados do PSDB defenderam o projeto. Mauro Lobo lembrou que a União concentra recursos e que os Estados e municípios precisam procurar formas de adquirir recursos adicionais. Ermano Bastista salientou que o projeto é necessário para Minas Gerais e que vai "desonerar a sociedade como um todo", no sentido de que a taxa é cobrada de quem usa o serviço. Já o deputado Irani Barbosa (PL) se mostrou preocupado com a criação de novas taxas e cobrou uma fiscalização maior, por parte da Assembléia, sobre como o orçamento do Estado foi gasto.

A requerimento do deputado Antônio Júlio (PMDB), a votação do parecer da deputada Vanessa Lucas, relatora da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte, foi adiada. A presidente da reunião conjunta, deputada Lúcia Pacífico (PTB), convocou os deputados para reunião na noite desta terça-feira, às 20 horas, mas ela acabou não acontecendo por falta de quórum.

Presenças - Participaram da reunião da tarde as deputadas Lúcia Pacífico (PTB), presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte, que presidiu a reunião; Vanessa Lucas (PSDB), vice-presidente e relatora do projeto por essa comissão; Antônio Júlio (PMDB); Irani Barbosa (PL); Maria Tereza Lara (PT), além dos deputados Ermano Bastista (PSDB), presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária; Mauro Lobo (PSB), relator do PL pela FFO; Sargento Rodrigues (PDT), presidente da Comissão de Segurança Pública e relator do projeto por essa comissão; José Henrique (PMDB); Sebastião Helvécio (PDT); Chico Simões (PT) e Weliton Prado (PT).

 

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