Lixo e cidadania é tema de debate público no dia 27
A situação dos catadores de lixo e dos incipientes
trabalhos de reciclagem será tema de um debate público na Assembléia
Legislativa de Minas Gerais, no próximo dia 27, segunda-feira, de 14
às 18 horas. O debate "Lixo e Cidadania", que será realizado no
Plenário, mobiliza três comissões permanentes da Assembléia: as de
Participação Popular, de Meio Ambiente e do Trabalho. Experiências
do Recife, de São Paulo e Belo Horizonte serão apresentadas por
expositores e debatidas por autoridades federais e estaduais como o
secretário-geral da Presidência da República, Luiz Soares Dulci; o
secretário de Estado do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho; e o
secretário de Estado do Desenvolvimento Social e Esportes, dep. João
Leite. Os trabalhos serão coordenados pelos deputados Maria José
Haueisen (PT), Alberto Bejani (PTB) e André Quintão (PT), que
presidem as três comissões envolvidas.
O Brasil produz mais de 125 mil toneladas de lixo
por dia, e 70% são acumulados em lixões a céu aberto nas periferias
das cidades, contaminando o solo, a água e o ar, e infectando com
zoonoses milhares de pessoas que retiram seu sustento desses
detritos. As imagens de crianças vivendo nos lixões e disputando
restos com cachorros e urubus indignam a opinião pública e comovem
as autoridades. Recentemente, o presidente Lula criou um grupo
interministerial de trabalho para promover a inclusão social de 500
mil catadores de lixo, retirando-os da linha da miséria e lhes dando
o status de recicladores de resíduos.
Belo Horizonte, que coleta mensalmente 40 mil
toneladas de lixo domiciliar, tem para mostrar o trabalho da Asmare,
uma associação de catadores de material reciclável que seleciona 450
toneladas por mês de papel, papelão, revistas, jornais, latas de
alumínio, embalagens PET e plásticos, empregando 380 pessoas, sendo
27 na reciclagem, todas ex-moradoras de rua. O trabalho começou em
1987, com a Pastoral de Rua. A coleta seletiva já vem sendo feita
experimentalmente em várias regiões da cidade. A Asmare agora volta
suas atenções para as 30 toneladas diárias de lixo da Ceasa, das
quais 70% são orgânicos e podem ser transformados em adubo.
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