Decisão do Judiciário é criticada por deputado em Plenário

Na reunião do Plenário desta terça-feira (14/10/2003), o líder da Maioria, deputado Miguel Martini (PSB), usando o ar...

14/10/2003 - 18:41
 

Decisão do Judiciário é criticada por deputado em Plenário

Na reunião do Plenário desta terça-feira (14/10/2003), o líder da Maioria, deputado Miguel Martini (PSB), usando o artigo 70 do Regimento Interno, criticou enfaticamente o Poder Judiciário. Martini defendeu o controle externo desse Poder, nos moldes do que vem sendo proposto por diversas entidades, além de conclamar a Assembléia a retomar seu papel de poder fiscalizador e legislador do Estado.

O motivo foi uma decisão do Tribunal de Justiça, que recentemente julgou, favoravelmente, um mandado de segurança contra lei de autoria de Martini, confirmando liminar concedida em fevereiro, que suspendia os efeitos da Lei 14.579/2003, promulgada pela Assembléia em janeiro deste ano. O deputado destacou que o Tribunal equivocou-se, já que não poderia aceitar mandado de segurança, que não cabia, por já estar a lei promulgada. "Quando muito poderia ter sido apresentada uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin)", enfatizou Miguel Martini.

A lei modificou norma anterior, para aumentar a taxa cobrada aos notários, pelo selo de serviços dos cartórios, como forma de financiar a gratuidade das certidões de óbito e de nascimento. O projeto não foi sancionado pelo ex-governador Itamar Franco, levando, de acordo com a Constituição, o presidente da Assembléia a promulgá-la. O Sindicato dos Notários apresentou o mandato de segurança em fevereiro. Além da irregularidade do ato do Tribunal de Justiça, Miguel Martini destacou o desrespeito com o Poder Legislativo, afirmando que é preciso que a Casa faça uma reflexão sobre seu papel de legislar e fiscalizar. "Não podemos ficar convivendo com os desmandos do Poder Judiciário. O legislativo tem de exigir respeito e não pedir", afirmou o deputado.

Debate sobre tarifaço

O líder da Maioria criticou ainda, usando o artigo 70, o pronunciamento feito anteriormente pelo líder da oposição, deputado Rogério Correia (PT). Em debate com o deputado Célio Moreira (PL), Martini ironizou a convocação de Correia para o ato público nesta quarta-feira (15/10), na Praça Sete. Rogério Correia convocou, da Tribuna, e distribuiu folhetos entre os deputados, para o ato público contra a cobrança de novas tarifas, pelo governo estadual, cujos projetos estão sendo discutidos na Assembléia.

Os deputados Miguel Martini e Célio Moreira se revezaram nas críticas à administração municipal e seus gastos recentes de R$ 5 milhões com a reforma da Praça Sete, "enquanto obras prioritárias na área de saúde, educação, saneamento, ficam sem recursos", disse Moreira. Eles criticaram ainda a obra de recuperação da Lagoa da Pampulha, da Praça da Estação e no bairro Belvedere, além de destacar o gasto "excessivo", com publicidade.

Mensagem do governador

Na primeira fase da reunião, foi lida mensagem do governador Aécio Neves, encaminhando Projeto de Lei Complementar (PLC), que recebeu o número 43. O projeto regulamenta a disponibilidade de policiais militares para suas entidades de classe, sem perda dos vencimentos. Foi lida ainda a decisão que negou recurso do deputado Chico Simões (PT), que solicitava da Presidência a revisão da decisão proferida no último dia 7, relativa à questão de ordem formulada pelo deputado a respeito da prejudicialidade de dispositivos contidos nos Projetos de Lei 1.078 e 1.079/2003, ambos de autoria do governador do Estado.

De outros recursos foram proferidas as seguintes decisões: tornando sem efeito despacho da reunião de 13 de agosto, que determinou a anexação do projeto 953/2003, e, em conseqüência, encaminhando-o às Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e do Trabalho, da Previdência e da Ação Social; anulando despacho de 7 de outubro, que anexou o PL 1.149/2003, encaminhando-o para a CCJ, Meio Ambiente e Recursos Naturais e Fiscalização Financeira e Orçamentária; anulando despacho de 25 de fevereiro, que anexava um projeto do deputado Miguel Martini, que trata da seleção e admissão de estudantes da rede pública nas universidades estaduais. O projeto recebeu o númro 1.177/2003, sendo anexado ao 272/2003, permanecendo com a precedência.

 

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