Comissão do Anel identifica in loco principais problemas da via

A falta de passarelas, o asfalto degradado e a invasão de milhares de pessoas que construíram suas casas à beira da r...

13/10/2003 - 17:15
 

Comissão do Anel identifica in loco principais problemas da via

A falta de passarelas, o asfalto degradado e a invasão de milhares de pessoas que construíram suas casas à beira da rodovia, além dos riscos previsíveis que aumentam com as chuvas e com os entulhos jogados por empresas da região, foram os principais problemas detectados pelos deputados da Comissão Especial do Anel Rodoviário, ao percorrerem, nesta segunda-feira (13/10/2003), os 26 km de extensão da via. Nesta terça (14), às 15h30, a Polícia Militar Rodoviária Estadual apresentará à comissão índices de acidentes ocorridos no Anel e dados sobre a atuação dos redutores eletrônicos de velocidade. A reunião será no Plenarinho IV, sendo ainda convidados representantes da Prefeitura da Capital, de associação de moradores e do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), entre outros.

Durante a visita, que foi acompanhada por representantes de várias entidades, os deputados constataram que os trechos mais críticos do Anel acabam sendo reconhecidos pela associação aos acidentes graves, principalmente com caminhões, que ganham destaque na imprensa. Um exemplo, segundo o major Teixeira, da 7ª Cia da Polícia Militar Rodoviária Estadual, responsável pela área, é a descida do Km 3 ao Km 5, na região próxima ao Bairro Buritis. Ali, uma curva acentuada e um redutor eletrônico localizado metros à frente exigem que os veículos reduzam rapidamente a velocidade, pegando de surpresa os motoristas que estão atrás. Além desse problema, a encosta desmoronou, invadiu o acostamento e está desgastando o asfalto.

Imprudência - Já no começo do Anel, no Bairro Olhos d'Água, a falta de sinalização coloca em risco a segurança de quem por ali trafega. "Em dias de chuva e à noite, quando bate a neblina, o motorista tem que contar com a sorte", afirmou o major. Segundo ele, o excesso de velocidade e a falta de manutenção dos veículos também agravam o problema: "O motorista que bate o carro na Avenida Amazonas pode descer, avaliar os estragos, pedir ajuda. Aqui no Anel, onde a velocidade é maior, um deslize pode ser fatal", analisou.

Invasões e falta de passarelas aumentam riscos de acidentes

De acordo com a Polícia Militar, das últimas 26 mortes provocadas por acidentes no Anel, 15 referem-se a vítimas de atropelamento. Alguns pontos críticos são os trechos próximos à subestação da Cemig, à Via do Minério, ao Shopping Del Rey e ao Viaduto São Francisco. "Há anos cobramos a construção de sete passarelas da Avenida Amazonas até o final do Anel, mas nada conseguimos", alertou o presidente da Associação de Moradores do Bairro Vista Alegre, Natanael Vítor de Alcântara, lembrando que não bastam as passarelas; é preciso conscientizar a população da importância de usá-las. Segundo a PM, o risco é maior onde há invasão da faixa de domínio, problema existente ao longo de todo o Anel. No viaduto do Km 22, perto da Avenida Cristiano Machado, o asfalto cedeu depois que algumas famílias escavaram a terra para ocupar a área.

Relator do Orçamento será mobilizado

De acordo com o presidente da comissão, deputado Fábio Avelar (PTB), deve ser agendada uma reunião, na próxima semana, com o relator do Orçamento da União para solicitar a inclusão de recursos para o Anel para os próximos anos, conforme requerimento aprovado na reunião do dia 7 de outubro. "A via precisa de reformas emergenciais em vários pontos. Alargamento, construção de travessias e fiscalização contra novas invasões são prioridades", afirmou.

O relator, deputado Célio Moreira (PL), defendeu a garantia dos R$ 150 milhões previstos em projeto do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit) para uma recuperação completa no Anel. "Não adiantam recursos paliativas. Há 23 anos não é feita uma intervenção forte no local", disse. Segundo o engenheiro do Dnit, Murilo Sampaio, devido aos poucos recursos, o órgão tem firmado contratos apenas de limpeza e capina.

Já o deputado André Quintão (PT) ressaltou o problema causado pelo "bota-fora" de indústrias locais, entre outras dificuldades. Ele frisou que a situação de abandono por que passa a via coloca em risco a vida humana e prejudica o tráfego de Belo Horizonte e de todo o Estado.

 

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