Cipe Rio Doce vai a Aimorés debater construção de usina

A presença da Cipe Rio Doce contribuiu para uma mudança de atitude do consórcio Vale do Rio Doce/Cemig frente à const...

10/10/2003 - 20:04
 

Cipe Rio Doce vai a Aimorés debater construção de usina

A presença da Cipe Rio Doce contribuiu para uma mudança de atitude do consórcio Vale do Rio Doce/Cemig frente à construção da Usina Hidrelétrica de Aimorés. Esta é a avaliação do deputado federal Ivo José (PT-MG), que participou de audiência da Cipe Rio Doce, nesta sexta-feira (10/10/2003), em Aimorés. Segundo ele, as visitas do deputado Padre João (PT) com representantes do Ibama e Feam também apoiaram essa transformação, que vem beneficiar a comunidade da cidade de Itueta (MG) com um processo de realocação mais adequado, atendendo as suas reivindicações. A usina vai inundar a sede do município de Itueta (MG), que tem 1.200 habitantes, e as áreas baixas de Resplendor (MG). O empreendimento é da Cemig, com 49%, e da Companhia Vale do Rio Doce, com 51%, e vai gerar 330 megawatts de energia, suficientes para abastecer uma cidade de 500 mil habitantes. A previsão é de que a usina entre em operação em outubro de 2004.

Além do deputado federal Ivo José, estavam presentes pela Assembléia de Minas Gerais, os seguintes deputados: a vice-presidente da Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos sobre a Bacia do Rio Doce (Cipe Rio Doce), Cecília Ferramenta (PT); o coordenador da comissão em Minas, Márcio Passos (PL); e José Henrique (PMDB), além do deputado federal Leonardo Monteiro (PT). Do Espírito Santo, participaram os deputados Cláudio Vereza (PT), presidente da Assembléia; o presidente da Cipe Rio Doce, Paulo Foleto (PSB); o coordenador da comissão naquele Estado, Gilson Amaro (PRTB); e Anselmo Tose (PPS).

Polêmicas - A construção da Usina Hidrelétrica de Aimorés está provocando reações principalmente de Baixo Guandu (ES). O prefeito Chico Barros reclamou que o município, que terá área inundada, não vai receber nem royalties nem receita de ICMS pela energia gerada. A população também está preocupada com o risco de insalubridade, que poderá ser provocado por poças de água no leito desviado do Rio Doce. Outra questão levantada foram os riscos ambientais futuros na região de Aimorés, como o aparecimento de epidemias. Pela manhã, antes da audiência, os deputados tinham visitado a casa de força da usina.

No debate com a comunidade que será realocada, o principal ponto abordado foi a perda da referência histórica e cultural dessas famílias. Segundo moradores, o prejuízo material, que será reposto pelo consórcio, é o de menor valor. Alguns cidadãos, inclusive, afirmaram que irão perder contatos com parentes que residem em outras localidades, devido à perda de endereço.

Demais ações da Cipe - Além da visita às cidades de Itueta (MG), Baixo Guandu (ES) e à hidrelétrica de Aimorés, as autoridades foram ao Instituto Terra, também em Aimorés, do fotógrafo Sebastião Salgado. O instituto é uma organização não-governamental que promove a educação ambiental na região, a fim de preservar a qualidade dos mananciais. Os deputados receberam informações sobre um projeto de recuperação da Mata Atlântica local, quando 25% do terreno foi replantado.

Presenças - Participaram da audiência pública da Cipe Rio Doce os deputados Cecília Ferramenta (PT), Márcio Passos (PL) e José Henrique (PMDB).

 

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