Deputados vão ao Sul de Minas discutir produção de cafés
especiais
A Comissão Especial da Cafeicultura reúne-se em
Machado, no Sul de Minas, na próxima segunda-feira (13/10/2003). O
objetivo, além de fazer um diagnóstico da cafeicultura nas diversas
regiões produtoras do Estado, é discutir especificamente a produção
e comercialização de cafés especiais. De acordo com o deputado
Laudelino Augusto (PT), que pediu a realização da reunião, a
produção desse tipo de café vem crescendo no Sul de Minas, onde
grande parte dos produtores são pequenos proprietários rurais e
famílias. A reunião acontece a partir das 13 horas, na Escola
Agrotécnica, que fica no quilômetro 3 da rodovia Machado-Paraguaçu,
bairro Santo Antônio.
Mesmo conseguindo comercializar sua produção por um
preço superior à média do mercado, os produtores de cafés especiais
também são afetados pela crise que atinge o setor da cafeicultura.
"Eles enfrentam problemas com a infra-estrutura para a produção do
café. O terreiro de chão, utilizado para secar os grãos, compromete
a qualidade do café. Por isso, os produtores reivindicam do governo
financiamentos para a infra-estrutura, colheita e armazenamento da
produção", esclarece Laudelino Augusto.
Para o deputado, a produção de cafés especiais pode
ser uma alternativa para a crise, já que o consumo de produtos
orgânicos vem crescendo na Europa. "Mas o consumidor europeu exige,
além da qualidade, que a produção seja familiar, ecologicamente
sustentável e socialmente justa, sem utilizar trabalho escravo e sem
explorar mão-de-obra infantil. Temos que trabalhar para que mais
produtores consigam aderir à cafeicultura orgânica", defende o
deputado.
O que é o café especial
Esse tipo de café caracteriza-se pela qualidade
superior do grão, que tem reflexo direto no sabor da bebida. Pode
ser um café de variedade rara, produzido em quantidades limitadas,
cuja colheita, secagem e armazenamento seguem rígidos padrões para
assegurar a pureza do grão. Também pode ser considerado café
especial o café orgânico, desde que ele atinja esse patamar de
qualidade. Mudanças no processo de industrialização também podem
fazer com que o café adquira caraterísticas que o tornam
diferenciado. Ele pode receber substâncias que lhe conferem
determinados tipos de aroma ou pode ser descafeinado, por exemplo. A
qualidade confere ao café especial uma vantagem inegável: o preço.
Enquanto a cotação do café arábica varia entre 165 e 173 reais, os
melhores cafés especiais chegam a ser comercializados a 725 reais a
saca.
Presenças - Foram
convidados para a reunião o presidente da Associação de Cafeicultura
Orgânica do Brasil (Acob), Ivan Franco Caixeta; o presidente da
Certificadora Sapucaí de Produtos Orgânicos, Sérgio Pedino; o
presidente da Associação dos Pequenos Produtores de Poço Fundo e
Região, Luiz Adalto de Oliveira; o diretor da Bourbon Speciality
Coffees Ltda., Cristiano Carvalho Ottoni; o integrante do Conselho
Nacional do Café, Gilson Ximenes de Abreu; e o presidente da
Cooperativa Mineira de Cafeicultores, Breno Pereira Mesquita.
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