Deputados da Cipe Rio Doce visitam hidrelétrica de Aimorés nesta 6ª

Deputados mineiros e capixabas que integram a Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos sobre a Bacia Hidrográfic...

09/10/2003 - 21:29
 

Deputados da Cipe Rio Doce visitam hidrelétrica de Aimorés nesta 6ª

Deputados mineiros e capixabas que integram a Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Doce (Cipe Rio Doce) estarão nesta sexta-feira (10/10/2003) em Aimorés (MG), para uma série de debates sobre a implantação da Usina Hidrelétrica de Aimorés. Estão confirmadas as presenças, pela Assembléia de Minas, da deputada Cecília Ferramenta (PT), vice-presidente da Cipe; do deputado Márcio Passos (PL), coordenador da Comissão em Minas, e dos deputados Chico Simões (PT) e José Henrique (PMDB). Da Assembléia do Espírito Santo participam os deputados Cláudio Vereza (PT), presidente; Paulo Foletto (PSB), presidente da Cipe; Gilson Amaro (PRTB), do coordenador da Comissão no Espírito Santo, e Anselmo Tose (PPS).

A programação começa às 8 horas, com uma visita à hidrelétrica em construção. Às 10 horas, acontecerá uma audiência pública, na Secretaria Municipal de Educação de Baixo Guandu (ES). A partir das 13h30, acontece mais um debate, no Instituto Terra, em Aimorés. Às 15h30, está prevista uma nova discussão, na Prefeitura de Itueta, sobre a implantação da hidrelétrica, seguido de visita à Nova Itueta.

Em fase de construção, a usina contará com um reservatório de três mil hectares de área e irá gerar 330 megawatts de energia elétrica, com capacidade para abastecer uma cidade de 500 mil habitantes e as unidades industriais da Companhia Vale do Rio Doce, no Espírito Santo. O investimento, orçado em aproximadamente US$ 200 milhões, inclui desapropriações de terra e a inundação da sede do município de Itueta, que será substituído por uma nova cidade, localizada a 7 km da atual sede. Aproximadamente 80 propriedades rurais estão sendo atingidas pela obra.

Proprietários rurais são contra projeto

Os proprietários de terras da região reagiram contra o projeto e formaram a Associação dos Produtores Rurais da Região de Aimorés. Na avaliação desse segmento, a hidrelétrica traz prejuízos como a perda das terras mais produtivas e de infra-estrutura e ainda provoca aumento de distâncias, com o deslocamento da atual sede de Itueta, a ser inundada, para outra área.

De acordo com o presidente da entidade, Osmar Dietrich, desde o anúncio da obra, há cerca de cinco anos, a população vive o drama da incerteza. Segundo ele, a falta de informação e de apoio impediu os produtores de realizar investimentos em seus terrenos. "Como não tínhamos conhecimento do que poderia acontecer, deixamos de plantar e de realizar manutenção nas propriedades no decorrer destes anos", conta Osmar.

Uma das primeiras atitudes tomadas pela associação foi solicitar a correção da localização da hidrelétrica. "Porém, não conseguimos mudar o local. Agora, a única saída é a negociação no sentido de dar condições ao produtor de permanecer na região e de reestruturar as propriedades", reivindica.

Produtores exigem indenização justa

Dentre as exigências dos produtores estão a construção de pontes e de estradas e a indenização justa para os proprietários. Além do impacto social, o produtor denuncia os impactos ambientais da obra, incluindo a falta de um plano de salvamento dos pequenos animais a serem atingidos pela inundação.

O diretor de meio ambiente do Consórcio, Márcio Maia, explica que a escolha do local da obra seguiu os critérios exigidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) como garantir o maior potencial hídrico para geração de energia e o menor impacto ambiental. Segundo Maia, a negociação de mais de 90% das propriedades rurais foi concluída.

"Para construir a hidrelétrica, o consórcio vem oferecendo várias contrapartidas para a população como, por exemplo, 42 programas sócio-ambientais", destaca o diretor. Esses programas, detalha Maia, incluem a melhoria da qualidade da água do Rio Doce, por meio da implantação de estação de tratamento, construção de estradas vicinais e oferta de serviços de saúde, educação, segurança pública, entre outros benefícios.

Nesta sexta, os representantes do consórcio e da associação terão oportunidade de debater a implantação da usina durante a audiência, consolidando os objetivos da Cipe de discutir e propor soluções em conjunto para o desenvolvimento social e ambiental da Bacia do Rio Doce.

PROGRAMAÇÃO

8h às 09h30 - Visita à Hidrelétrica (Casa de Força, barragem)

10h às 12h - Audiência Pública (local: Secretaria Municipal de Educação, Baixo Guandu)

12h às 13h30 - Almoço (local: Instituto Terra, Aimorés)

13h30 às 15h - Audiência Pública (Instituto Terra)

15h às 17h30 - Audiência Pública (Itueta) -

Visita à Nova Itueta

(matéria produzida pela Assessoria de Imprensa da Assembléia Legislativo do Espírito Santo)

 

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