Construção de centro administrativo no Carlos Prates é
consenso
Opiniões favoráveis à construção do Centro
Administrativo do Estado de Minas Gerais na área do Aeroporto Carlos
Prates, em Belo Horizonte, marcaram a reunião da Comissão de
Assuntos Municipais e Regionalização, realizada no Centro de Ação
Social do Padre Eustáquio, na noite de quarta-feira (8/10/2003). O
deputado Alencar da Silveira Jr., autor do requerimento solicitando
o debate, ressaltou que a idéia de transferir a reunião da
Assembléia para o Centro de Ação Social foi para discutir com a
sociedade "a proposta de uma obra na qual a população só tem a
ganhar". A necessidade de implantação de obras de infra-estrutura e
de prevenção também foi ressaltada por todos os participantes da
audiência pública.
Durante a reunião, o secretário de Estado de
Planejamento e Gestão, Antônio Anastasia, explicou que a construção
do Centro Administrativo é um dos 30 projetos estruturadores do
Estado, que compõe o Plano Plurianual de Ação Governamental e o
Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado. "A construção do centro
cultural na Praça da Liberdade e do centro administrativo no
Aeroporto Carlos Prates são idéias siamesas", disse Anastasia. Ele
citou a inadequação dos prédios da Praça da Liberdade para abrigar o
processo de modernização do serviço público, a existência de prédios
públicos espalhados pela cidade e o alto valor de aluguel pago pelo
Estado como alguns dos fatores que levaram à necessidade de
construir um centro administrativo.
O deputado Rogério Correia disse que desde os anos
80 participa da luta para transformar a área do Aeroporto Carlos
Prates em um local de lazer, sem o aeroclube. "A construção do
parque ecológico na área foi uma conquista importante, mas parcial",
analisou. E continuou sua fala ao perguntar se é possível a
convivência do centro administrativo com uma área de lazer. Ele
mesmo respondeu: "Eu acho que essa convivência é possível, mas temos
que pensar em obras de infra-estrutura, resolver problemas de
trânsito". Essas ações preventivas, como o sistema viário, segundo
Anastasia, serão feitas antes da construção do centro. Ele informou
ainda que o aeroclube deve ser transferido para a cidade de
Betim.
Área de lazer também será incluída no
projeto
"A inclinação do governador Aécio Neves é de
construir o centro no local do Aeroporto Carlos Prates", confirmou
Anastasia. "A situação geográfica é favorável, além de ser uma área
plana, não haverá necessidade de destruir uma árvore sequer",
completou. A área tem 600 mil m², sendo que 100 mil m² estão
reservados ao Parque Ecológico Maria do Socorro, e a estimativa do
governo é construir em uma área de 250 mil m². Ele informou ainda
que o terreno é de propriedade do Estado, já que o imóvel, que
pertencia á família Alípio de Melo, foi desapropriado pelo governo
federal em 1932.
Já Marcos Vilella de Sant´Anna, coordenador da
Diretoria Executiva do Instituto Horizontes, ponderou que a
construção do centro não sairá de graça. "Além do custo, temos que
pensar na demanda antes da construção do centro, como o impacto no
trânsito, no meio ambiente e na logística da região. Isso requer
recursos e vontade política", avaliou Marcos Sant´Anna. Com a
construção do centro administrativo, cerca de 30 mil pessoas serão
transferidas para a região do Padre Eustáquio. "Isso é quase 10% da
população da região noroeste da capital".
"Centro seria redenção região"
"A construção do centro administrativo seria a
redenção de todos os comerciantes da região", atestou Nagib Abras,
conselheiro da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), e acrescentou
que é primordial a construção do centro. "A CDL está ávida para
trabalhar com vocês para que o projeto saia do papel", informou.
Marcelo Teixeira Malta, representante dos comerciantes da região, e
o pastor Valmir, do Movimento Muda Aeroporto, também defenderam a
construção do centro, desde que sejam observadas questões
estruturantes. Anastasia também opinou que o centro facilitará a
revitalização comercial. O deputado Célio Moreira (PL) concordou que
a construção do centro seria a salvação para o comércio do Padre
Eustáquio e parabenizou o deputado Alencar da Silveira Jr. pela
iniciativa de promover o debate. "Esse projeto trará aumento na
eficiência administrativa do Estado", opinou.
Para a vereadora Neusinha Santos, o Aeroporto
Carlos Prates está localizado em uma área privilegiada - a 1 km e
700 metros da Praça Sete, região central de Belo Horizonte -, e que
um empreendimento como esse será muito importante para a região, mas
ressaltou que antes será preciso intervir para melhorar o sistema
viário, principalmente na Praça São Vicente, no bairro Padre
Eustáquio. A vereador Neila Batista também ressaltou a importância
de analisar os impactos na região e que qualquer decisão seja
construída de maneira coletiva.
O secretário Antônio Anastasia informou que o
debate está apenas começando, que, em qualquer momento ele poderá
voltar à Assembléia, ir à Câmara e discutir com a sociedade. "Esse
projeto deve ser amadurecido para prevalecer a vontade da maioria",
disse Anastasia.
Já o vereador Geraldo Félix acredita que a
construção de um Centro Administrativo no local do Aeroporto Carlos
Prates não prejudicará outras questões locais, principalmente porque
não existe um projeto acabado ainda. O também vereador Wadson Lima
disse que "torce" para que o projeto aconteça e que o centro
administrativo vai obrigar que as melhorias sejam feitas. "Não
tenham medo do progresso", finalizou.
Presenças - Participaram
da reunião os deputados João Bittar (PL), presidente da comissão;
Alencar da Silveira Jr. (PDT); Rogério Correia (PT) e Célio Moreira
(PL). Também estavam presentes o secretário de Estado de
Planejamento e Gestão, Antônio Anastasia; o coordenador da Diretoria
Executiva do Instituto Horizontes, Marcos Vilella de Sant´Anna; o
conselheiro da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Nagib Abras; o
representante dos comerciantes da região, Marcelo Teixeira Malta; o
assessor especial da prefeitura, Délcio Antônio Duarte,
representando o secretário municipal e coordenador de políticas
urbanas, Murilo Valadares, além dos vereadores Geraldo Félix,
Neusinha Santos, Rui Resende, Wadson Lima e Neila Batista.
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