Funderur tem percentuais aumentados para Norte de Minas

O Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural (Funderur), criado em 1995, pela Lei 11.744 pode ter seus percentuais de em...

07/10/2003 - 18:27
 

Funderur tem percentuais aumentados para Norte de Minas

O Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural (Funderur), criado em 1995, pela Lei 11.744 pode ter seus percentuais de empréstimos aumentados para agricultores dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas. O projeto de Lei (PL) 538/2003, da deputada Ana Maria Resende (PSDB), que faz a alteração, teve parecer de 1º turno aprovado na reunião desta terça-feira (07/10/2003), da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial.

Os valores que hoje são limitados a 80% do total dos investimentos fixos e semifixos, a 70% do custeio do primeiro e segundo anos e a 30% do capital circulante do tomador de empréstimo, pessoa jurídica, devem passar, respectivamente, para 90%, 80% e 40%. O projeto foi aprovado com o substitutivo nº 1, do relator, deputado Padre João (PT), que estende o benefício relativo ao capital circulante somente para as cooperativas e associações de produtores.

O projeto original destaca a necessidade de se ter uma política permanente de apoio à agropecuária das três regiões, que convivem com longos períodos de seca. Em seu relatório, o deputado Padre João lembra que a extensão de 10% nos limites de financiamento agrícola, significa a redução da contrapartida que se exige dos tomadores de empréstimos do Funderur. E que no caso dos agricultores do Norte de Minas, Vales do Jequitinhonha e do Mucuri, representa a geração de emprego e renda no campo, de forma sustentada.

Ao excluir as empresas do benefício relativo ao capital circulante, o deputado destaca que elas já usufruem de outros incentivos creditícios e tributários, devendo o tratamento diferenciado ser estendido somente aos pequenos produtores e agricultores familiares.

Crédito para a Juventude Rural

Com o substitutivo nº 1 da Comissão de Constituição e Justiça também foi aprovado parecer de 1º turno do PL 767/2003, pela Comissão de Agropecuária. O projeto, do deputado Leonardo Moreira (PL), cria a Programa 1º Crédito para a Juventude Rural do Estado de Minas Gerais. O objetivo, segundo o autor, é criar oportunidades de ocupação para os jovens da área rural, com a disponibilização de financiamentos nas modalidades de custeio, investimento e aquisição de terra.

Lembrando a preocupação dos governos com o primeiro emprego, o relator do projeto, deputado Padre João, acatou o substitutivo da CCJ, que propõe diretrizes para programas de governo, de acordo com necessidades do jovem da área rural. Ao invés de criar um programa - competência do governador -, o substitutivo dispõe sobre a política de incentivo à juventude rural. O objetivo é criar condições para o desenvolvimento de atividades no meio rural por jovens de 18 a 32 anos.

Terão prioridade os jovens que exploram a terra na condição de posseiro, meeiro, arrendatário, parceiro ou assalariado; assentados por programa nacional ou estadual de reforma agrária; trabalhadores da agricultura familiar; remanescentes de quilombos e indígenas; e famílias cuja renda bruta anual não exceda a R$ 30 mil. Entre as incumbências do Estado, estão cadastrar interessados; criar linhas de crédito com condições especiais; prestar gratuitamente a assistência técnica e a extensão rural e destinar terra pública e devoluta para assentamento de trabalhadores rurais, e agilizar a regularização fundiária das posses nessas terras.

Já o projeto 337/2003, do deputado Agostinho Patrus (PTB), hoje ocupando a Secretaria de Estado de Obras Públicas, teve parecer pela rejeição aprovado. O projeto dispõe sobre a certificação do queijo minas artesanal e foi aprovado pela CCJ, com as emendas nºs 1 e 2. Mas o relator na Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial, deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB) considerou que já existe legislação estadual com o mesmo objetivo do projeto.

Segundo Luiz Humberto Carneiro, o projeto propõe a emissão, pelo órgão fiscalizador, de um certificado de controle de origem e qualidade, para o queijo artesanal. Para o relator, a Lei 14.185, de 2002, já estabelece várias exigências para assegurar a qualidade do produto e que o Decreto 42.465/2002, definiu os procedimentos para a demarcação das microrregiões tradicionais produtoras do queijo, que devem ser identificadas por portarias específicas. Até o momento já foram identificadas as microrregiões do Serro, com nove municípios e de Araxá, com 10 municípios.

A comissão aprovou ainda parecer de projeto e três requerimentos que dispensam a apreciação do Plenário. Foi aprovado também um requerimento do deputado Padre João, que solicita uma audiência pública da comissão para discutir a situação dos desalojados pela construção da hidrelétrica de Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha. O local foi visitado por integrantes da comissão na última sexta-feira (3) e o relatório foi entregue durante a reunião desta terça (7).

Presenças: Participaram da reunião os deputados Gil Pereira (PP), presidente da comissão; Padre João (PT) e Luiz Humberto Carneiro (PSDB).

 

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